A vida no campo continua amarga, e a grilhagem ainda faz sangrar outros seios, de outras mulheres, de outros homens, ceifando outras flores, outras crianças…
Tuas pétalas lívidas, do teu caule que enverga mas não quebra, continuam sendo manchadas pela sujeira da tirania, pelo poder mancomunado dos coronéis, pelos donos da terra de ninguém, pelo reles vintém do acúmulo…
Ah, Margarida!
No sertão de minha terra, teu sangue inspira, guiou o vento da meia-noite, que cortou em silêncio as farpas do arame da terra mal dividida, e por todo o país, tua raiz, Margarida, move o levante de outras tantas Marias, de outras tantas mulheres, que preferem morrer na luta, à morrer de fome, para que assim, não seja amarga a vida, Margarida.
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 13/08/2018