Aos 112 anos, um japonês foi reconhecido, nesta terça-feira (10), como o homem mais velho do mundo. Nascido no dia 25 de julho de 1905, Mas azo Nonaka é viúvo desde 1992 e tem cinco filhos. Para se ter uma ideia sobre o tanto de história que ele já viveu, basta fazer as contas e consultar os livros: Mosaka já estava vivo meses antes do físico Albert Einstein ter publicado sobre a renomada teoria da relatividade.
De acordo com o Livro Guinness de Recordes, o japonês conquistou o título de homem mais velho do mundo depois da morte do espanhol Francisco Nuñez Olivera, 113 anos. Porém, o título do Guinness para o homem mais velho já registrado em toda a história é de outro japonês, Jiroemon Kimura, que morreu em 2013 com 116 anos e 54 dias.
Diante dessa surpreendente longevidade, os brasileiros – que nascem hoje sob uma expectativa de vida de 75,8 anos, segundo os últimos dados do IBGE – se perguntam: qual o segredo para viver tanto?
Existem 68 mil centenários no Japão
Nonaka vive, assim como Kimura viveu, no país que possui uma das mais altas expectativa de vida em todo o mundo. No ano passado, havia cerca de 68 mil centenários registrados no Japão, segundo estatísticas oficiais. Além disso, os japoneses vivem, em média 83 anos.
A região de Okinawa é frequentemente chamada de “a terra dos imortais”. Por lá, uma série de pesquisadores buscam desenvolver fórmulas a respeito da longevidade, devido às cerca de 400 pessoas com mais de 100 anos que vivem no local.
O recordista mundial, porém, vive de maneira comum para um japonês, sendo que, ao longo da vida, já foi fazendeiro e lenhador. Hoje, o Nonaka vive com sua família, que gerencia um ryokan – um albergue tradicional onde os visitantes podem descansar em “onsen” (banhos termais).
Apesar de se mover em uma cadeira de rodas, ele é tido pela família e pelos médicos como uma pessoa em boa forma. “Ele adora comer todos os tipos de doces, japoneses ou ocidentais. Lê jornais todos os dias e usa muito os onsen”, revela Yuko Nonaka, sua neta.
Qual o segredo, afinal?
Talvez o segredo de Nonaka seja justamente essa vida comum e a proximidade que ele tem com sua família. Afinal, de acordo com especialistas, os círculos sociais de idosos e uma comunidade que contribui para diminuir os níveis de estresse e aumentar a sensação de pertencimento são elementos chave para garantir a longevidade dos japoneses.
Isso associado, é claro, à dieta balanceada típica do país, a base de tofu – uma espécie de queijo feito de leite de soja –, batatas e peixes. Ou seja, culturalmente, os japoneses seguem à risca uma das principais regras para não engordar: combinar hidratos de carbono e proteína.
No livro “O método japonês para viver 100 anos”, a jornalista Junko Takahashi reúne uma série de testemunhos de japoneses centenários para entender os segredos de uma velhice saudável e de uma vida longa.
No campo da dieta, Takahashi defende que além do que comem, é importante ressaltar como os japoneses comem – e a questão aqui não tem nada a ver com o hashi. O segredo é que eles comem sem pressa e sem exageros.
No livro, a pesquisadora lembra que há um antigo ensinamento asiático, o hara hachi bu, que defende a ideia de que devemos preencher somente 80% da capacidade do estômago.
Exercitar corpo e mente
Pode parecer uma dica já velha, mas não há nada que a impeça de continuar atual: o principal segredo de uma vida saudável é uma boa alimentação associada a exercícios físicos.
No Japão, uma parcela considerável dos japoneses continua fazendo exercícios depois dos 70 anos. Mas, antes disso, movimentar o corpo é algo comum no país desde a juventude. Há uma tradição local de fazer alongamentos pela manhã, antes de trabalhar, por exemplo.
Por fim, outro segredo da longevidade japonesa é a atividade mental já na terceira idade. Afinal, é comum encontrar no país pessoas que trabalham já idosos ou que, ao menos, seguem realizando atividades que mantêm suas cabeças ocupadas.
Talvez a cultura, a estrutura e a sociedade brasileiras sejam muito diferentes das japonesas, mas alguns desses segredos, se aplicados na vida de um cidadão por aqui, possam garantir, se não um título de homem mais velho do mundo, uma velhice saudável com maior qualidade de vida aos adeptos.
Fonte: http://saude.ig.com.br – Com informações da Agência Ansa.
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 10/04//2018