Uma frase muito repetida entre os fãs de automóvel é que o brasileiro compra um carro pensando em vender. Isso porque, na hora de trocar de veículo, a depreciação pode atrapalhar toda a negociação por causa de um carro que ninguém quer. Para modelos mais antigos, é possível consultar tabelas de depreciação, mas isso não existe para veículos que acabaram de ser lançados. Então vamos ensinar o que desvaloriza um automóvel na revenda.
Manutenção em dia:
Sempre faça as revisões do carro e mantenha a manutenção em dia. Isso parece óbvio, mas muita gente deixa para arrumar um problema apenas quando for vender ou quando o veículo para de funcionar de vez. Além de ficar mais caro, um carro com boa mecânica pode valorizar ao invés de depreciar. Guarde todos os recibos e carimbos das revisões, para servir de prova na hora de vender. Afinal, o comprador vai estar de olho.
Visualmente impecável:
Outro item que parece óbvio, mas vale lembrar algumas coisas. Um carro sem amassados ou riscos é muito mais valorizado, mas tentar resolver algum defeito de qualquer jeito pode ser uma péssima ideia. Retoques na pintura é um problema, pela diferença de cor – é como pintar de novo uma parte de uma parede de branco, nunca fica igual. Às vezes, é melhor deixar o risco, para mostrar que é só uma raladinha, do que pintar por cima, ficar diferente e dar a impressão de que tem algo errado.
Interior perfeito e cheiroso:
Substituir peças quebradas da cabine é mais fácil do que as de fora, por custarem menos e exigir menos mão de obra. Verifique se todos os equipamentos estão funcionando como deveriam, em especial o ar-condicionado (lembre-se de trocar o filtro). Fumantes devem fazer uma higienização interna, para tirar o cheiro do cigarro ou, pelo menos, diminuí-lo ao máximo. Afinal, nem todo mundo fuma e um carro fedendo a cigarro pode afastar clientes.
Carro-bomba:
Alguns modelos ficaram marcados pela dor de cabeça que seu antecessor causava aos seus donos. Quebrava com facilidade ou era difícil achar peças de reposição. Pode ser que isso tenha mudado com a troca de geração, mas a fama ficou e isso acentua a depreciação. Vale uma pesquisa sobre o veículo, para ver se reclamam muito a respeito ou não.
“Essa marca é horrível”:
Qualquer um já ouviu esse conselho de algum amigo, dizendo que fabricantes de um determinado país são péssimas. Em alguns casos, com motivo. O pós-venda era ruim, o que rendeu uma má reputação. Mau atendimento dos concessionários, marcas com poucas lojas e histórico de carros que dão muito problema são alguns exemplos. Podem ter melhorado, mas vale um tempo para a reputação melhorar.
Efeito Lada:
Por outro lado, uma marca pode ter boa reputação em seu país de origem, mas, por ser desconhecida por aqui, gera desconfiança. É o efeito Lada, remetendo ao problema enfrentado por quem comprou um carro da fabricante russa, que deixou o país. Sem ter a quem recorrer na hora de procurar peças de reposição, os carros viraram sinônimo do que pode acontecer ao comprar um carro de uma marca estranha. Por isso, desvalorizam mais.
Colorido pode, mas sem exagero:
Até alguns anos atrás, carro tinha que ser preto e prata, porque eram as únicas cores que o brasileiro gostava. Isso mudou um pouco, com a popularização dos automóveis brancos, azuis e vermelhos. Só que cores mais incomuns ainda sofrem depreciação, como laranja, amarela, verde e vinho. Então quem compra aquela cor diferente porque estava mais barato por não vender vai ter mais problemas na hora de passar para frente.
Caro para manter:
Tem gente que foge de algumas marcas pelo custo de manutenção. Pode ser que tenha fama de indestrutível, mas na hora que quebra, as peças de reposição são caras. Em alguns casos, nem é tão caro assim, basta que a fabricante tenha fama de cobrar demais pelas peças que a depreciação sobe. Faça uma pesquisa nas concessionárias para descobrir o valor dos itens que mais precisam de manutenção. Vale ficar de olho no índice de manutenção do Cesvi.
Seguro alto:
Com os altos índices de criminalidade no Brasil, fica a preocupação de ter o carro roubado. Por isso, o preço do seguro pode pesar na depreciação, embora algumas tabelas conhecidas não considerem, já que o preço varia de acordo com o perfil do proprietário e o local onde ele mora. Vale ficar de olho se um carro é muito visado ou não nos índices de roubo, pois pode acabar influenciando na hora da revenda.
Desvalorização inevitável:
Seu carro pode estar perfeito e com uma depreciação baixa nas tabelas. Só que nada disso adianta em alguns casos, pois algumas concessionárias e revendas sempre irão desvalorizar mais o seu veículo do que deveriam. É tática, pois não terão que gastar muito na hora de arrumar o carro antes de colocar na vitrine. Sempre pesquise ofertas em mais de uma loja. Existe a chance de aparecer uma melhor e te dar poder de negociação em outros lugares.
Fonte: http://carros.ig.com.br
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 06/07/2016