Uma ideia que mudou o Natal de quem não pode comprar e nem costuma ganhar presentes. Voluntários em São Paulo montaram um shopping na rua só com doações.
Em vez de distribuir roupas e brinquedos, um grupo de amigos montou uma espécie de shopping a céu aberto, onde os clientes, moradores de rua podem escolher o que vão levar.
Fila em shopping nessa época do ano não é exatamente uma novidade. Mas em um montado em uma Praça na Penha, na Zona Leste de São Paulo, a história é diferente.
Os clientes são recepcionados um a um. Recebem uma pulseirinha, sacolas e depois vão às compras. Sheila foi a primeira a entrar: “Estou precisando de sapato, roupa, óculos”, diz.
Mas lá ninguém paga nada. Os clientes são moradores de rua. E as roupas e sapatos foram doados. No local, essas pessoas podem viver uma experiência rara para quem não tem nem onde morar. Elas podem escolher o que vão usar.
A ideia veio da África do Sul. A ONG ‘The Street Store’, que significa ‘loja de rua’, já fez ações como essa em 120 cidades do mundo. O Marcus Lima entrou em contato com a ONG e levou o evento para São Paulo.
Com uma campanha nas redes sociais ele e os amigos arrecadaram cinco mil roupas, 800 sapatos e 300 brinquedos, em quatro meses.
“Quando você vai no shopping, você escolhe o que você quer comprar, o que você quer beber. Você escolhe o corte de cabelo, como você quer se maquiar. Porque eles não podem? Nem que seja um dia. Se fizer a diferença em um dia deles eu acho que já é sucesso”, afirma o dentista e organizador do evento, Marcus Lima.
Fez toda a diferença para o catador Antônio Edivan. Ele é catador e está sem trabalhar por causa do braço machucado.
“Peguei já uma calça ali, duas bermudas, um tênis e um chinelo. Ano passado, nessa época ainda deu para eu comprar. Mas este ano aqui foi a minha compra”, relata.
A Tauani foi pegar roupa para ela e para os quatro irmãos.
Bom Dia Brasil: Qual a peça que você está precisando, que você mais gosta?
Tauani: De vestido.
Bom Dia Brasil: Você lembra a última vez que você ganhou alguma roupa?
Tauani: Não.
Aos poucos, as sacolas vão enchendo e o coração também. “Eu agradeço a todos eles e que Deus dê em dobro para eles o que faz por nós. Me emocionei. Estou chorando, né? Roupa suja…”, diz o aposentador Júlio Cesar Salla.
Seu Júlio foi morar na rua há dois anos, depois de uma briga de família.
Bom Dia Brasil: Como é a vida na rua?
Júlio Cesar: É difícil. Quem vive na rua tem que matar um leão por dia.
É uma luta, que agora eles vão enfrentar calçados, vestidos e de astral novo. Quatrocentas e dezesseis pessoas foram às compras, sem pagar, nesse evento deste domingo (6) em São Paulo.
Veja o vídeo que foi veiculado na edição do Bom Dia Brasil de 07/12/2015: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2015/12/voluntarios-montam-shopping-para-moradores-de-rua-em-sao-paulo.html
Blog do Florisvaldo – Informação com Imparcialidade – 12/12/2015
1 comentário
Que belo gesto . Isso é amor ao próximo. Isso é ser humano, Se todo mundo tirasse um pouco do que tem , principalmente um pouquinho de seu tempo para ajudar o próximo não teriamos tanta injustiça. Parabéns aos organizadores e voluntarios,