Em clima descontraído, a terceira edição do evento foi marcada pela emoção das lembranças de um período que o grupo faz questão de perpetuar.
Até encerrar suas atividades em 1991, a Companhia Internacional de Seguros (CIS) conquistou mais que um lugar de destaque na história do seguro brasileiro. A seguradora, que sempre esteve entre as maiores do país, liderando o ranking das independentes, com 10% de participação no mercado e mais de 30 mil clientes, conquistou também a admiração e o respeito de muitos dos seus ex-colaboradores.
Prova disso é que parte deles, especialmente os que atuavam em São Paulo, decidiu se reencontrar para cultuar a memória da companhia e estreitar os laços de amizade. Sob a organização de Adevaldo Calegari, atual mentor do Clube dos Corretores de Seguros de São Paulo (CCS-SP) e que no passado atuou como executivo da área comercial da CIS no estado de São Paulo, o grupo já se reuniu três vezes.
O mais recente encontro dos “Amigos da CIS”, nome escolhido para batizar o grupo, aconteceu no dia 19 de novembro, em almoço do Terraço Itália, com a presença de mais de 30 pessoas. Em clima alegre e descontraído, os antigos colaboradores se divertiram bastante ao relembrar episódios pitorescos da fase áurea da empresa.
Mário Marques, por exemplo, contou, em meio a risos, o apuro que passou ao retornar de viagem ao Rio de Janeiro e ter de explicar as notas fiscais dos chopes que consumiu. Já Nivaldo Sossa brincou ao relatar o quanto “sofria” no departamento de transporte, no qual atuou entre 1985 e 1990. Brincadeiras à parte, ambos reconhecem a CIS como a “grande escola” de suas carreiras.
Um dos momentos mais emocionantes do encontro foi protagonizado por Rodolfo da Rocha Miranda, filho do presidente Celso da Rocha Miranda, que trabalhou na CIS por 15 anos, atingindo o posto de diretor financeiro. “De minha parte, para preservar a memória da CIS, estou escrevendo um livro sobre meu pai e até trouxe para vocês uma carta de despedida que ele escreveu quando vendeu a seguradora”, disse.
Atualmente, Rodolfo preside, no Rio de Janeiro, a Panair do Brasil, empresa que, coincidentemente, também foi fechada de “forma abrupta”, em 1965. Ele contou que, do mesmo modo, se reúne com os ex-funcionários da Panair, sempre “com a mesma felicidade e alegria”. Para o ex-diretor, o grande legado da CIS foi ter priorizado a formação técnica de seus colaboradores. “O sucesso de todos vocês em suas carreiras é uma prova disso”, afirmou.
Memorial CIS
Calegari concordou com Rodolfo, lembrando, inclusive, que havia um selo, colado em todas as apólices, cujo slogan era “CIS – Técnica em primeiro lugar”. Ele, que há muito tempo sonha em criar um museu memorial da seguradora, contou que na década de 80 juntou várias peças da empresa, incluindo o selo, e os enviou ao Rio de Janeiro para compor o acervo.
Além de tentar resgatar esse material, Calegari está juntando, atualmente, novas peças, como gravatas, chaveiros, bonés, camisetas do time de futebol do grêmio da CIS e fotos. Estas últimas, ele pretende digitalizar e disponibilizar aos demais membros do grupo. “Nossa ideia é tentar reunir um pouco dessas lembranças para perpetuar a memória da Internacional, na qual tivemos uma linda convivência”, disse.
Calegari destacou outra iniciativa no sentido de resgatar a memória da CIS, que é a produção de um livro. Ricardo Viveiros e Marcelo da Rocha Azevedo assumiram a tarefa de relatar na obra a história da seguradora, incluindo depoimentos de ex-funcionários.
Nesse ponto, Antonio Freiria, que fez longa carreira na CIS, informou que a seguradora se destacava não apenas pela atuação técnica, como pela moderna visão de gestão de pessoas. “A CIS se preocupava com o desenvolvimento de seus recursos humanos. Ingressei em 1982 no RH e, depois de concluir o curso de Direito, tive a oportunidade de atuar na área. Tanto que fiquei até o final e acompanhei a liquidação. Foi terrível. Mas, é muito bom ser lembrado e estar junto de vocês”, afirmou.
Novos participantes
Outro que ficou na empresa até o final foi Luiz Fernando Falcão, que hoje atua como consultor em um escritório de advocacia. Pela primeira vez no evento, ele falou sobre a emoção do reencontro. “Tenho grande prazer e orgulho de estar aqui e rever amigos, que não via há mais de 20 anos. Parece até que nos separamos ontem”, disse.
Hélio Solino, que trabalhou na sucursal da CIS no Rio de Janeiro, comemorou a chance de participar do encontro. “Não puder vir antes, mas agora estou aqui para partilhar minha amizade com vocês. A CIS foi uma grande escola e até hoje não vi nada parecido”, disse. João Carlos Napolitano reforçou: “Foi uma grande escola, em que trabalhei por 16 anos e fiz grandes amizades”.
Artur Santos, atual vice-presidente Operacional da Pamcary, trabalhou na CIS por quatro anos, em meados da década de 80, quando ocupou a diretoria da seguradora, promovido pelo então presidente Celso da Rocha Miranda. “Um dos maiores seguradores que o mercado já conheceu”, afirmou. Sobre aquele tempo, além de muita saudade, sente também gratidão. “Convivi com um grupo de profissionais de altíssimo nível e aprendi mais do que ensinei. Por isso, reencontrar amigos e relembrar aquela convivência é maravilhoso”, disse.
Estreando no grupo, Cláudio Leão, que, atualmente, trabalha na Bradesco Seguros na área de empreendimentos imobiliários, registrou sua impressão sobre o evento. “A CIS era mesmo uma grande escola. O pouco tempo em que fiquei na empresa foi muito importante para a minha carreira. É fabuloso estar com vocês”, afirmou.
José Artur, que veio de Minas Gerais especialmente para o evento, agradeceu a acolhida. “Obrigado por me convidarem para este encontro, em que cultuamos uma época fantástica na CIS”, disse. Acompanhado do filho, Oscar Rodrigues Filho, contou que ganhou muita experiência na seguradora. “Hoje, estou corretando e fazendo a transição para o meu filho”, disse.
Muitas lembranças
Silvio Gebran, um dos sócios da Gebran Seguros, corretora que atuava fortemente com a CIS, encarou com bom humor as brincadeiras do pessoal em relação à sua proposta de patrocinar um churrasco em sua chácara, em Jundiaí (SP). A gozação foi ainda maior quando ele melhorou a proposta, oferecendo ônibus para o transporte do grupo. Apesar de rir junto com os amigos, Gebran fez uma pausa para falar da importância da ocasião. “Ajudei a organizar o primeiro encontro, mas não pude participar. É emocionante estar aqui, hoje, com todos”, afirmou.
Entrando em nova fase de sua carreira profissional, Rogério Alves, ex-vice-presidente da Aon, comunicou ao grupo sobre um novo projeto na área de distribuição de seguros. “Vou tentar algo muito difícil, que é inovar na distribuição. É um prazer estar aqui”, disse.
Emocionado, Paschoal Festa Neto falou sobre a alegria de reencontrar amigos, alguns que não via há quase 30 anos, e também sobre a sua trajetória profissional. “Estou na Zurich há 21 anos, realizando um trabalho que é a continuidade do que eu fazia na CIS, na qual aprendi muito, com amigos que estão aqui”, disse.
O advogado Avalcir Galesco divertiu o grupo com o relato de episódios da época em que atuava no Jurídico da CIS. Um, em especial, envolveu a defesa brilhante de uma ação trabalhista, em que ele conseguiu um acordo bastante favorável para a seguradora. “Mesmo assim, quanto voltei, o Falcão me pediu para justificar as notas fiscais das despesas da viagem. Enfim, ele também defendia brilhantemente os interesses da CIS, assim como eu”, disse, recebendo os aplausos dos colegas.
Além de Calegari, outro ex-colaborador da CIS que tem se empenhado em reunir o grupo e divulgar os encontros é Florisvaldo dos Santos. O Portal de Notícias, conhecido como “Blog do Florisvaldo – Informação com imparcialidade”, tem repercutido as reuniões, ajudado a localizar ex-funcionários da CIS e até a responder dúvidas de antigos segurados, beneficiários, corretores e fornecedores.
“Recebo muitas perguntas sobre indenizações trabalhistas, indenizações de beneficiários, comissão de corretagem, oficinas e prestadores de serviços. Mas não posso respondê-las com precisão por falta de informações sobre a massa falida. Não quero resolver os problemas, mas apenas informar”, disse.
No encerramento do encontro, Calegari registrou o aumento do número de participantes a cada edição e já marcou a data para o próximo, que será em março ou abril do próximo ano. “Espero que nossos encontros se perpetuem”, disse.
Veja todas as fotos do evento no link:
https://drive.google.com/a/ig.com.br/folderview?id=0B_r7DhoNtKHxTUhoS2ZBNWtZeVk&usp=sharing_eid
Texto eFotografias: Marcia Alves – Jornalista
Blog do Florisvaldo – Informação com imparcialidade – 26/11/2014
Florisvaldo Ferreira dos Santos
Consultor de Seguros e Benefícios
3 Comentários
Parabéns!!! Esta parte é a mais gratificantes ter amigos sempre presente. Estes são os verdadeiros .
Agradeço a publicação da minha manifestação durante o encontro e novamente quero dizer da minha emoção de ter participado deste encontro. Pude rever “velhos” amigos e ter reativar contatos alem do ambiente maravilhoso.
Muito obrigado inesquecíveis amigos
Traz muita emoção ouvir todos estes relatos sobre a CIS. Durante os 10 anos que trabalhei lá foi um marco em minha vida profissional e pessoal…pessoas que perdemos durante a nossa permanência, como o grande Miguel Carlos Russo, chefe da seção Incêndio. Foi um crescimento em minha vida profissional.
Muitas saudades…era realmente a Maior Seguradora do país.