Os cenários de dúvidas e incertezas que sempre atormentaram os povos do passado, e que fizeram parte dos registros históricos de milhares de anos, de tempos em tempos se redesenham e se reapresentam para a experiência concreta dos viventes atuais, e não apenas para que o conhecimento dos fatos seja resultado apenas da simples leitura das narrativas dos historiadores.
Uma verdade insofismável que não pode ser jamais ocultada, é que cada fase de tormentas e tragédias impostas aos povos ao longo da trajetória da vida, tem a marca relevante do poder coercitivo e descontrolado daqueles que dominavam os povos.
Os relatos Bíblicos do Velho Testamento nos dão conta de Impérios poderosos do passado que se digladiavam por motivos os mais variados, seja pelas conquistas territoriais e de riquezas – práticas ainda presentes nos nossos dias -, mas, sobretudo, pelas batalhas sanguinárias decorrentes dos conflitos de etnias existentes desde os primórdios da humanidade.
Mesmo que tenhamos a sensação de que houve um processo de evolução e aperfeiçoamento dos usos e costumes das gentes ao longo da vida – nada a ver com a Teoria da Evolução das Espécies, de Charles Darwin -, existem aqueles povos que sedimentaram os seus conceitos de vida em fundamentos irreversíveis e imutáveis, pelo que ainda se digladiam. Assim, o sentido de disputa e conquistas sem o respeito aos limites, são práticas comuns e até hoje prevalecentes. Prova disso são as brigas que chegam a mortes, até hoje existentes em algumas regiões do País.
Nas duas guerras atualmente em curso, há registro de que no conflito Rússia x Ucrânia, “as tropas ucranianas perderam cerca de 80 mil soldados mortos e 400 mil feridos. De acordo com estimativas da inteligência ocidental, a Rússia, por outro lado, perdeu 600 mil soldados, sendo 200 mil mortos e 400 mil feridos”, segundo divulgação do americano Wall Street Journal.
Enquanto isso, na guerra entre Israel x Grupo Islâmico do Hamás, conflito que tem suas raízes em séculos de história, já morreram milhares de palestinos, acima de 25.000 vidas, sendo que a imprecisão dos números decorre de que há milhares de soterrados sob os escombros das cidades destruídas.
Tudo isso nos faz analisar a analogia existente com dois fatos históricos. A Alemanha invadiu a Polônia e provocou a 2ª Guerra Mundial. A Rússia, que sucedeu a extinta União Soviética, invadiu a Ucrânia uma das 15 Repúblicas que integravam o ex-bloco comunista soviético. A guerra, iniciada em fevereiro de 2022, já superou os três anos, com muita morte e destruição. As lentas negociações para um cessar fogo, indicam-nos que está em curso uma visível Segunda Guerra Fria.
Mas, como se não bastassem as preocupações deixadas por essas guerras, onde milhares de vidas já foram ceifadas, vemos o Presidente dos EUA, que detém o claro poder de interceder para alcançar a paz, liderando um movimento que implanta o desespero e a intranquilidade em todo o Mundo. Não está usando tanques ou mísseis de guerra, mas poderosos instrumentos que podem destruir a economia de centenas de países.
O pior é que as altas tarifas de impostos atribuídas aos produtos dos demais países podem ter um efeito “bumerangue”, ou seja, as consequências voltarem à economia americana! Com a reprovação do governo atingindo 51%, demonstra que essas ações foram “um tiro no pé”! Estamos assistindo a UM JOGO DE TARIFAS entre EUA e CHINA, ou a instauração no Mundo de UMA NOVA “GUERRA FRIA”?
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – Salvador- BA.
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade
7 Comentários
Artigo muito pertinente! A vaidade de certos governantes se tornam em ações desastrosas. Tomara mas tomara mesmo que o pior não aconteça. Reações da população daquele próprio país já começaram. Ou seja, nem eles mesmos estão suportando a truculência administrativa do vaidoso senhor.
Bom dia, amigo Agenor.
Seu texto apresenta uma reflexão sobre a repetição de cenários de conflitos e incertezas ao longo da história, destacando como as lutas por poder e territórios continuam a impactar a humanidade. E apesar de uma aparente evolução nas sociedades, muitos povos ainda se baseiam em fundamentos imutáveis que perpetuam disputas e violência.
Muito bem construída a sua analogia entre guerras passadas e atuais, a exemplo dos conflitos entre Rússia e Ucrânia e Israel e o Hamas, ressaltando a gravidade das perdas humanas e a destruição resultante. Inclusive a crítica a postura do governo dos EUA, que, ao invés de promover a paz, parece intensificar a instabilidade global através de políticas econômicas agressivas, como tarifas elevadas, que podem ter consequências negativas para sua própria economia.
Como você muito bem identificou, apesar dos avanços, a história se repete em ciclos de conflito, e que as ações de potências globais podem exacerbar essas tensões, levando a um cenário de nova “Guerra Fria”.
Sua análise crítica convida à reflexão sobre a natureza humana e as dinâmicas de poder que moldam o mundo contemporâneo. (Salvador-BA).
Muito feliz com a qualidade do seu comentário! Belíssimo!! Obrigado.
Bom dia Caro Agenor!
A forma como o presidente dos EUA impõe tarifas aos produtos estrangeiros parece um jogo entre xadrez e truco. Às vezes, age como mestre do xadrez: calcula cada movimento, pensa no longo prazo e protege setores estratégicos. Outras vezes, parte pro truco: usa o blefe, a pressão e a malandragem pra forçar acordos ou assustar adversários, mesmo sem ter todas as cartas. Essa mistura de técnica e improviso mostra que as tarifas não são só questão de economia, mas também de jogo político – e saber se é xadrez ou truco ajuda muito a entender as intenções por trás das jogadas.
Charles Darwin andou passeando aqui na região dos Lagos no Rio de Janeiro. Passou por Maricá, Araruama, São Pedro D’Aldeia, Búzios, BARRA DE SÃO JOÃO…e aí foi parar em Casimiro de Abreu.
Agora só falta o Trump querer estragar a nossa brincadeira aqui…kkk
Ótima semana amigo!
Rio de Janeiro-RJ)
Excelente texto.
Amigo Agenor, parabéns pela pertinência da matéria – texto bem contextualizado. No meu entender camarada, a tal “Guerra Fria”, de fato, não foi tão fria. Os tarifaços de Trump já começaram a esquentar as caldeiras do mundo. As conseqüências, já em curso, não serão FRIAS. (Salvador-BA).