Parado no mesmo lugar há mais de 30 anos, um Fusca verde 1968 que virou atração turística na zona leste de São Paulo finalmente terá um novo destino. O carro, que já foi tema de reportagem do UOL Carros em 2022, deixará sua antiga morada e passará por reforma após a morte da antiga dona.
O veículo ficou desde 1992 estacionado no quintal da casa de Nivea Fernandes, também conhecida como Dona Xuxu, uma figura querida no bairro de Vila Guilhermina. Segundo relatos obtidos pela reportagem, o clássico da Volkswagen passava ao relento dias e noites enferrujando e já poderia ter sido vendido após diversas ofertas durante as últimas três décadas.
Nivea, no entanto, nunca se desfez do carro – que foi seu primeiro e único veículo, adquirido em 1981 logo após a proprietária tirar sua carteira de habilitação (CNH)
Com a morte de Nivea há dois anos, a história do Fusca tomou um novo rumo. Seu sobrinho, José Carlos Fernandes, agora responsável pelo patrimônio da família, decidiu honrar a memória de sua tia ao permitir que o Fusca fosse restaurado, com a condição de que o valor da venda permanecesse em segredo e de que o carro fosse exibido à família após a restauração.
O novo capítulo da saga do Fusca começou quando Pedro Scaglioni, da rede social Barn Find Brasil, contou a história para um amigo. Diego Victorino, um entusiasta de veículos clássicos Volkswagen, negociou com a família de Dona Xuxu e adquiriu o carro há cerca de dois meses, avisado das condições.
A empreitada ainda conta com Claudiney Cunha, especialista em restauração e que havia tentado comprar o carro de Nívea anos antes.
O veículo deixou finalmente o quintal de Dona Xuxu e foi transportado na sexta-feira passada em guincho para um galpão em Guarulhos. Em breve, será levado a uma oficina em Atibaia, onde receberá os cuidados necessários para sua total transformação.
Cunha afirma que “a expectativa é que a restauração custe entre R$ 40 mil e R$ 50 mil, um investimento significativo que reflete o valor sentimental e histórico do Fusca, para deixar tudo como era original”.
Já Victorino diz que o processo meticuloso de restauração está previsto para durar cerca de seis meses, durante os quais cada peça será cuidadosamente restaurada ou substituída para manter a autenticidade do veículo.
A vizinhança local aguarda com expectativa a conclusão do projeto, ansiosa para ver o Fusca verde de 1968 voltar às ruas, não apenas como um carro, mas como um legado de Dona Xuxu.
“A história é um testemunho do amor e da dedicação de quem gosta de Fusca. Estou com 33 anos e desde os 15 já gostava muito de carros clássicos da Volkswagen como Fusca e TL. E agora serve como inspiração para aqueles que veem nos carros antigos mais do que meios de transporte, mas sim símbolos vivos de memórias e histórias pessoais. Depois da restauração, vai seguir comigo. Já tenho 11 carros no acervo de coleção, não quero vender para ninguém”, diz Victorino.
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Colaboração: Wandick Donett para o UOL – Colaboração Odair Lagareiro
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