Nos próximos dois anos e meio, o povo brasileiro passará a conviver, novamente, com as emoções e efervescências típicas do período eleitoral. O que conforta o nosso espírito, pelo menos, é a existência no País de um processo democrático de escolha dos representantes para os cargos Municipais de Prefeito e Vice-Prefeito, e Vereadores (2024), e os cargos de Governador e Vice-Governador dos Estados, para a Câmara de Deputados Estaduais e Federais, Senado Federal, e em especial a Presidência da República (2026).
Este é um acontecimento político muito significativo e que deveria ser o normal em todas as Nações no exercício do pleno Estado de Direito. Infelizmente, porém, a realidade aqui se transforma em algo muito particular e auspicioso, porque são muitas as Nações no Mundo que não têm esse privilégio!
Uma particularidade chama a atenção e merece uma reflexão, ou até mesmo inspiram alguns questionamentos. É o fato de que os Sistemas políticos praticados em todos os países estão regidos, predominantemente, pela ESQUERDA ou DIREITA, “termos usados para classificar o pensamento político de uma pessoa, de um grupo de pessoas ou de instituições”, e tiveram origem após a Queda da Bastilha, na Revolução Francesa de 1789. As principais diferenças entre esquerda e direita são econômicas, políticas e culturais.
Nada mais natural que haja fragmentações estruturais na direção dos radicalismos, que se caracterizam como EXTREMA-ESQUERDA ou EXTREMA-DIREITA. Igualmente, existem grupos mais moderados e outros mais radicais dos dois lados. Já aqueles que não aceitam os excessos e mesmo acolhendo pontos conceituais das alas, optam pela postura mais amena apelidada de CENTRO-ESQUERDA ou CENTRO-DIREITA. Mesmo nos países onde impera uma Monarquia, no Parlamento encontra-se os partidos com essas identidades ideológicas.
Ainda que felizes por termos no Brasil o privilégio da escolha dos nossos gestores e legisladores, embora acertando algumas vezes e errando noutras – o que ainda assim é melhor -, estamos conscientes de que são muitas as deformações que estão a exigir o aperfeiçoamento do sistema.
É incompreensível, e até mesmo incoerente, que tanto se reivindique o direito à liberdade e, contrariamente, alguém seja partidário de governos ditatoriais e absolutistas, sejam eles de esquerda ou de direita. E, nesse particular, pelo menos na teoria, a esquerda tem uma relativa vocação para reclamar o exercício desse salutar direito democrático de poder se manifestar livremente. Mas, na prática, não é o que se tem testemunhado ao longo da história nos países onde a Esquerda, o comunismo ou o socialismo são dominantes. Invariavelmente, está presente a tutela da violência, da repressão e da supressão dos direitos individuais mais elementares, ficando as pessoas totalmente tuteladas ao Estado opressor… Quando operando o Poder opressor, também a Direita faz o mesmo!
Lutar pela conquista de direitos sociais pressupõe o respeito aos direitos de terceiros e aos limites da ordem e preceitos estabelecidos para essa mesma sociedade. O mérito dessa luta está na conquista legal das condições favoráveis ao desenvolvimento social do cidadão e no fortalecimento das instituições, e não no desrespeito desenfreado e na destruição descontrolada do patrimônio privado e público, como sempre acontece nas manifestações públicas, onde o extremismo se faz presente de uma forma insana que, muitas vezes, dispensam comentários.
Em alguns países que tiveram a dominação do regime comunista ou a ascendência do pensamento político de esquerda, não houve qualquer contemporização com a influência de elementos democráticos em nenhuma dimensão.
Na grande maioria dos municípios brasileiros o processo político tem um perfil diferenciado, porque o debate se desenvolve em torno de temas locais interioranos bem específicos e de vários matizes, e quase nunca de natureza ideológica. Nos grandes Centros e nas Capitais, contudo, o debate ideológico tem grande ascendência. Que venham as próximas Eleições para o deleite do nosso eleitorado que, sem dúvidas, possui múltiplas facetas e, às vezes, terminam juntos e misturados…!
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – Salvador – BA.
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade
4 Comentários
Caro Agenor,
Desde a vitória da Dilma contra o Aécio que ficou claro que as eleições no Brasil não são idôneas, portanto, são manipuladas. E basta ver que, no mundo, em mais de 196 países, só o Brasil e o insignificante Butão, lá para as bandas do Nepal, não permitem a comprovação, em papel, do registro do voto.
Somos um povo de uma maioria de acomodados, inocentes e pusilânimes.
Ficamos sempre na expectativa, que escolham o melhor para os municípios, os estados e principalmente, para o nosso Brasil. (Rio de Janeiro-RJ).
Realmente de agora em diante em menos de 30 meses ocorrerão duas eleições. Portanto, por falta de eleição não podemos ter queixas para escolher os senhores governantes e representantes do povo. Falta acertar a mão na hora da escolha. Basta isso, sem paixões e sem cegueiras para não ir pelo caminho errado….
Muito real Irmão e Amigo colega o que está contido neste seu Artigo. Muito bom mesmo! (Miguel Calmon-BA).