– Fotos 1 e 2: Enchentes em Porto Alegre, em maio de 1941 e maio de 2024 –
O Brasil e o Mundo vêm se surpreendendo a cada dia, a cada hora e a cada minuto, com a dimensão da tragédia que afeta duramente o querido povo gaúcho. Acho que nem a enchente catastrófica de 1941 – que foi a última de grande impacto ocorrida por lá, há 83 anos -, tenha tido a magnitude da atual. Com uma malha de rios no Estado, composta pelo Guaíba, Sinos, Gravataí, Taquari, Caí e Uruguai, complementado pela Lagoa dos Patos, e que todos transbordaram os seus níveis em vários metros, não é fácil, realmente, manter o controle…
Um dos Estados de maior expressão do País, praticamente destruído em toda a sua estrutura social, de saúde pública, escolar, esportiva, comercial, agropecuária, industrial e econômica, em geral. É impensável se imaginar a extensão do processo de reconstrução e reorganização do Estado, para não dizer o quão difícil e complexa será a recuperação psicológica e emocional desse povo!
À pergunta feita por um repórter a uma criança gaúcha, sobre como se sentia diante de todo aquele quadro de destruição, após se manter em silêncio por algum tempo, ela respondeu: “Triste”! Expressão pura e verdadeira, que reflete o sentimento de TRISTEZA de todos, diante de cenário tão arrasador!
Merece aplausos o grau de solidariedade por parte de milhões de brasileiros de todas as classes sociais, em nível nacional, que se mobilizaram diante do drama dos irmãos gaúchos, visando oferecer-lhes todo o apoio possível.
Tenho a convicção de que a dignidade do povo gaúcho não se abalará, jamais, diante da tragédia, e estará sempre unido na superação dos muitos percalços que, certamente, terão um processo de longa duração para vencer.
Não obstante a crença na existência de uma força e energia inabaláveis dessa gente gaúcha, para a reconstrução de toda uma vida atingida, surge uma pergunta nesse vasto universo de questionamentos, que impõe uma urgente resposta por parte das autoridades maiores deste país: “Que grande projeto já está sendo encaminhado para SOLUCIONAR o grave problema de possíveis e futuras enchentes dos Rios Gaúchos, principalmente os da Região Metropolitana de Porto Alegre?” É hora dos senhores políticos daquele Estado, dizerem a que vieram, com atitudes de cobranças firmes em busca de soluções imediatas, pois, essa situação lastimável não pode continuar.
Obviamente que em razão da grande enchente de 1941, tenham construído na década de 1970 – 29 anos depois! -, 14 comportas e 23 bombas de sucção. Mas, a falta de manutenção deixou o sistema semi destruído, além de ladrões terem roubado os motores das bombas, deixando-as sem funcionar.
Em maio de 2021, quando a histórica enchente completou 80 anos, o geógrafo climatologista Pedro Valente, pesquisador do Centro Polar e Climático da UFRGS, disse em entrevista “que anomalias climáticas como aquela poderiam voltar a acontecer. Valente explicou na ocasião que para ocorrer um evento desse porte é necessária uma combinação de fatores para além do volume de chuvas, como também anomalias no regime de ventos”. (https://www.poder360.com.br/ infraestrutura-entenda-as-falhas-do-sistema-antienchente-de-porto-alegre/).
Portanto, conclui-se que nada chega a ser uma grande surpresa, porque faltou a necessária manutenção em um sistema que foi implantado para oferecer a devida proteção à região metropolitana de Porto Alegre. Significa que tudo já era previsível e do conhecimento da área técnica e especializada na ocorrência de enchentes na região.
Vamos esperar que o governo do Rio Grande do Sul e o Federal se articulem no sentido de elaborar um Projeto sério e responsável, que objetive oferecer, definitivamente, a segurança que o povo gaúcho necessita, e deixem as vaidades e picuinhas da politicalha para depois. Mas, nesse momento tão crucial, tenham o mínimo de respeito pelas vidas humanas que padecem de todas as formas.
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – de Salvador-BA.
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade
7 Comentários
Pois é meu caro escritor! Realmente é impensável o processo de reconstrução e reorganização do Estado, como também o fator emocional, psicológico e emocional daquele povo. Apenas para citar, somente dez anos depois do furacão Katrina, foi concluído um projeto de infraestrutura orçado em torno de US14,5bilhões, para proteger a cidade de Nova Orleans dos efeitos de novas tempestades. Aqui, por enquanto, o que se vê (na prática) é a solidariedade de milhões de brasileiros que se mobilizaram para amenizar momentaneamente a tragédia. Por parte dos órgãos governamentais (na teoria), nota-se a disposição de liberar verbas de valores incalculáveis, sem qualquer projeto do que será feito, pondo em risco que parte dessas verbas possam se perder, literalmente nas correntezas.
ASSUNTO bem pertinente para lembrar aos senhores e senhoras governantes, das responsabilidades que lhes competem, e que a vida das pessoas vai além do tal pão e mel da era antiga…!!!
Oi Agenor,
Concordo com você, pouco é feito por parte dos governantes para evitar catástrofes que ocorrem, frequentemente, em várias regiões de nosso país. (Salvador-BA).
Vamos torcer para que esse povo se recupere. (Salvador-BA).
Cadê a solidariedade dos grandes empresários brasileiros? Banqueiros, especialmente. Por algumas vezes o Sistema Bancário não quebrou porque o Governo socorreu; o Agronegócio, só vive nas “tetas” governamentais, a construção civil a mesma coisa. São capitalistas no lucro. Na adversidade são socialistas jogando tudo nas costas do Governo. Este é o momento de oferecerem empréstimos com juros zero para a reconstrução, pelo menos a cesta básica com preços reduzidos, materiais de construção mais barato. Vivem defendendo o “Estado mínimo”, mas agora querem o “Estado máximo”, atitude coerente com o extremismo de direita!! (Salvador-BA).
Sr. Agenor, concordo plenamente de que medidas devam ser tomadas em cooperação entre os governos municipal, estadual e federal para minimizar os efeitos já registrados e a atenuação de catástrofes que poderão ocorrer no futuro. Tecnologias para isto já existem e creio que na Holanda já há vasta experiência. Parabéns por seu interesse social.
Parabéns, por mais uma crônica direcionada às necessidades sociais do povo brasileiro, nesta, especialmente, aos irmãos gaúchos.
Focalizando a alguns pontos do bojo da crônica, atrevo-me a expor meu humilde ponto de vista.
Realmente, “Merece aplausos o grau de solidariedade por parte de milhões de brasileiros de todas as classes sociais”. Solidariedade que não veio da maioria dos políticos, haja vista o que disse nosso ex-vice- presidente anterior, Hamilton Mourão, Senador pelo Rio Grande do Sul: “Sou um homem de 70 anos de idade e estaria cometendo ‘desvio de função’ se estivesse ‘no meio da água’ ajudando às vítimas das enchentes no Estado”.
Por falar em solidariedade, o Governador do RS reclama que doações estão atrapalhando o comércio local. Já o Governo Federal, em vez de reduzir ou zerar os impostos sobre o arroz gaúcho que está estocado, autoriza importação de arroz, provavelmente, da China, seu parceiro comunista, livre de impostos.
Nenhum grande projeto! Os Governantes, em todos os níveis, têm casa/palácio para morarem, leitos luxuosos para dormirem, roupa limpa e nova para vestirem, mesas fartas, tudo pago com dinheiro público. Portanto, por que se preocupar com a miséria do povo, povo que os elegeram? Vejamos o que disse o Presidente da República: “Eu fico imaginando essa gente que esta aí. Mulheres com crianças, mães que não têm marido, que têm 2, 3 filhos, que perderam sua casinha. Qual a expectativa que eles têm? Hora que secar, que tiver que voltar, vou voltar para onde? Não existe mais o lugar que eu ficava, se existe, está quase insuportável”, apesar de, em visita a um abrigo em São Leopoldo/RS, dizer que todo mundo que perdeu o local onde morava vai ter uma ‘casinha’
Não vislumbro possibilidade de articulação entre o Governo do Rio Grande do Sul e o Federal. Eles fazem desta catástrofe um palanque eleitoreiro. Não sei onde li ou ouvi, que: “Nem todos que vão pra guerra vão lutar. Muitos vão se apropriar dos espólios que restarem e roubarem joias dos abatidos.”
Finalizo, desejando saúde, paz, amor e a proteção divina para você e esposa! (Maceió-AL).