Nos tempos passados, nas décadas de 1940 a 1970, foram épocas em que tive o grato prazer de vivenciar as três importantes fases da vida humana, ou seja, a INFÂNCIA, a ADOLESCÊNCIA e a JUVENTUDE, para, então, chegar ao esperado amadurecimento da fase ADULTA. Assim, o aprendizado da vida foi acontecendo e se sedimentando progressivamente. Como não poderia ser diferente, nos dias atuais a vida política dos Municípios, dos Estados e do País, continua despertando o interesse do adolescente e do jovem, até a experiência mais concreta e ponderada da idade adulta.
Logo, as reflexões sobre o perfil dos políticos vão conduzindo às mais variadas conclusões, quanto à integridade, eficiência e ações voltadas ao interesse da coletividade. Obviamente que os cenários são construídos na conformidade da realidade em que se vive, mas o caráter dos personagens e agentes desempenha papel fundamental na qualidade dos resultados a serem alcançados. Nesse particular, os senhores e senhoras que vivem no meio politiqueiro, onde aparecem aos eleitores só de quatro em quatro anos, não são vistos com bons olhos e já estão no radar dos eleitores. E eles sabem disso!
Quando penso nos partidos políticos fundados após o chamado Estado Novo – ou período pós Ditadura de Getúlio Vargas (1930/1945) -, recordo-me de agremiações partidárias sólidas, integradas por políticos de posições firmes e ideologicamente convictos do que queriam. Isso não impedia, todavia, a formação das conhecidas coligações partidárias nas eleições, o que se tornou uma regra comum ao processo político,
Impossível pensar na UDN-União Democrática Nacional e não recordar de personagens expoentes do Partido, como: o Brigadeiro Eduardo Gomes, Otávio Mangabeira, Júlio Prestes, o ex-presidente Artur Bernardes, José Américo, Juarez Távora, Antonio Carlos Magalhães, Carlos de Lima Cavalcante e José Flores da Cunha. Havia ainda liberais históricos, como os irmãos Virgílio e Afonso Arinos de Melo Franco, Pedro Aleixo e Milton Campos.
Em Minas Gerais udenistas como Rondon Pacheco, Magalhões Pinto, Aureliano Chaves, Francelino Pereira e Eliseu Resende. No então Estado da Guanabara, o seu maior líder e Governador Carlos Lacerda, e mais Sandra Passarinho e Amaral Neto. “O udenismo caracterizou-se pela defesa do liberalismo clássico e da moralidade, e pela forte oposição ao populismo. Além disso, algumas de suas bandeiras eram a abertura econômica para o capital estrangeiro e a valorização da educação pública” (https://pt.Wikipedia.org/wiki/).
Integrando o bloco dos três grandes Partidos surgidos no mesmo ano de 1945, estavam o PSD-Partido Social Democrático e o PTB-Partido Trabalhista Brasileiro. Também esses foram compostos por figuras exponenciais da política brasileira na época. Destacaram-se, pelo PSD: Carlos Luz, José Bias Fortes, Horácio Lafer, Ernâni do Amaral Peixoto, e os ex-Presidentes Wenceslau Brás, Juscelino Kubitschek e Tancredo Neves.
Pelo PTB, destacaram-se os líderes trabalhistas brasileiros, tais como o próprio ex-ditador Getúlio Vargas – que voltou eleito à Presidência da República em 1950, e batalhou pela fundação do Partido -, e mais o ex-Presidente João Goulart, Alberto Pasqualini, Leonel Brizola, Fernando Ferrari, entre outros. Existem controvérsias sobre os princípios que inspiraram a fundação do PTB, face à possível intervenção do Estado, através do Presidente Getúlio Vargas.
Esses três partidos mencionados representaram as entidades fortes do sistema partidário vigente de 1945/1964, todos compostos por integrantes de notável desempenho político-ideológico. Contudo, como os demais partidos políticos então em funcionamento no país, foram todos extintos em 27 de outubro de 1965, pelo Ato Institucional nº 2, durante o Governo Militar, pós 1964.
Esse panorama partidário de uma fase da história nacional, relativamente recente, permite-nos estabelecer uma visão comparativa em relação à débil estrutura partidária atual. O universo partidário ora existente está constituído de um exagerado número de 29 partidos registrados no TSE, mas, totalmente destituídos de nomes representativos ou lideranças confiáveis.
Os nomes acima mencionados enxergavam e pensavam o País de forma honesta e patriótica, diferentemente dos açodados interesses políticos pessoais praticados atualmente, os quais se sobrepõem aos coletivos. E os debates, não passam de um Blá, Blá, Blá que nada constroem!
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – de Salvador-BA.
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade
5 Comentários
Bom dia, Caro Agenor!
Sem muito blá, blá, blá, posso afirmar que o conteúdo do Editorial desta semana é digno de ser comparado e pode até superar em muito as aulas proferidas por renomados professores das principais faculdades e/ou universidades do país.
São poucas as personalidades e/ou autoridades que têm a capacidade de em poucas palavras fazer uma retrospectiva da política nacional como você fez.
Parabéns!
O ARTIGO é altamente verdadeiro . Quem teve oportunidade de viver nos tempos desses senhores bem citados, bem sabe, das suas vidas dedicadas a uma causa maior, bem como, das suas inteligências e comprometimento com o país. Diferentemente, como diz o título, dos dias atuais, onde o blá, blá, blá, predomina…
Muito bom!
Para refrescar a memória dos mais esquecidos e abrir os olhos dos mais jovens. Ótimo final de semana! (Rio de Janeiro-RJ).
PARABÉNS pelo excelente artigo, com uma certa dose de filosofia de valor. Também, pedagógico.
PARABENS mais uma vez, gostei muito. Inclinou-me a escrever sobre o assunto. (Salvador-BA).
Realmente, como bem pontuado nesta sua mais recente crônica, em todas as esferas políticas de nosso País, “os debates, não passam de um Blá, Blá, Blá que nada constroem!”. Aliás, um mestre na arte do “Blá, blá, blá…” é nosso conterrâneo Arthur Lira.
Você lembrou bem da “valorização da educação pública”, na qual tive minha formação escolar até parte do segundo grau, o que me propiciou sucesso em alguns concursos, inclusive para o Banco do Brasil (externo e interno) e no vestibular.
“O universo partidário ora existente está constituído de um exagerado número de 29 partidos registrados no TSE, mas, totalmente destituídos de nomes representativos ou lideranças confiáveis.” Esse universo é o caminho para o esvaziamento do erário, pois, como de ampla sabença, 99,99% dos políticos pensam, apenas, em se locupletar com o dinheiro público.