A festa principal do Brasil e que envolve grande parte das cidades com maior ou menor intensidade, além de consumir um expressivo valor em verbas públicas, é mesmo o Carnaval. É um período de muitas alegrias, euforia saindo por todos os poros. Os problemas que dias antes afetavam a vida das pessoas, de repente entram em estado de letargia, esquecimento total ou breve hibernação.
Os que não participam desse tipo de festa “mundana” – como diriam os mais religiosos -, por rejeição de ordem pessoal ou questão de princípios de qualquer natureza, beneficiam-se de forma indireta durante o feriadão ao utilizarem esses dias para algum tipo de recolhimento espiritual ou reflexão, ou mesmo para aproveitar uma boa praia.
Mas, após o Carnaval, parece que tudo volta à normalidade: as atividades produtivas retomam ao seu ritmo; também voltam as lamentações face à alta dos preços da gasolina e da energia. Chega-se à triste constatação de que a elevação do preço do combustível e da eletricidade produziu um “efeito cascata” sobre os preços dos produtos básicos de consumo da população.
Não escrevo apenas como crítico, mas como integrante de uma grande massa de brasileiros que quer ver o bem deste nosso país. Que deseja ver restabelecido perante o mundo o princípio básico de respeito como nação, hoje vilipendiado. Que quer ver recuperada a confiança dos investidores internacionais nos nossos governantes e nos nossos empresários.
Já que não nos respeitam mais pelo futebol antes vencedor, que não sejamos admirados no mundo apenas pela beleza de nossas mulheres ou o bumbum de nossas mulatas, nem pela grandiosidade do nosso carnaval, mas pela imagem de um povo que trabalha honradamente. Por tudo isso, alguma coisa de efeito profundo tem de acontecer para reverter a imagem negativa e o estado atual de falta de vergonha que começa a dominar o caráter e as ações do cidadão brasileiro.
Temos de respeitar as leis constituídas deste país que legitimaram a eleição do Presidente pelo voto popular, mesmo que cercada de questionamentos de toda natureza, desde o processo eleitoral em vigor, ao fato de que o candidato eleito Presidente respondia a processos judiciais complicados, mas que, de repente, Ministros do STF decidem por uma anulação de penas aplicadas e o arquivamento de tais processos! Como precisamos de um PACTO PELA HONESTIDADE!
Mas, para que um projeto dessa ordem obtenha êxito e alcance os efeitos desejados junto ao povo, faz-se necessária uma mudança de atitude dentro da própria equipe de governo, da qual o Presidente, com poder e autenticidade, tem de expurgar, a BEM DO SERVIÇO PÚBLICO, qualquer Ministro ou servidor público por ato desonesto ou qualquer improbidade identificada, exonerando-os do cargo para que o exemplo produza efeitos progressivos e reais.
Não tenho dúvidas de que uma postura presidencial dessa proporção e o exemplo de integridade partindo do próprio Presidente da República conquistará a unanimidade nacional, ainda que tenha de ferir na própria carne por ter de punir os “companheiros e companheiras”. Mas, que o interesse nacional e a dignidade da pátria sejam preservados acima dos esquemas político-partidários.
É preciso que haja a compreensão de que antes de combater a corrupção, que já será um processo instalado, melhor seria despertar no cidadão brasileiro, em primeiro lugar, a prática da honestidade como regra inseparável de conduta. E onde a HONESTIDADE é um princípio do comportamento humano não há espaço para a CORRUPÇÃO proliferar!
Assim procedendo, tudo ficará mais fácil. A máquina ficará leve, o Estado ficará livre dos salteadores, os municípios e os munícipes estariam atentos a tudo e a todos, e eles pensariam duas vezes em auto se beneficiarem daquilo que não lhes pertence. Que fique bem claro e esclarecido: a Nação não tem um tostão, pois todo o dinheiro e recursos existentes nos cofres públicos pertencem ao povo brasileiro!
Urge que esse Pacto seja implantado e que a falta de compostura seja debelada para sempre, em favor de dias melhores para esse povo trabalhador, que pena e sofre na hora que mais precisa, para o fortalecimento da Saúde e da Educação.
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – Salvador – BA.
7 Comentários
Bom dia Caro Agenor!
Você, como sempre, a cada domingo nos traz assuntos recorrentes que, apesar de corriqueiros, parecem atuais, o que nos levam a refletir.
Lendo o Editorial de hoje, pergunto: Seria preciso mesmo fazer um Pacto pela Honestidade? Não deveria ser uma obrigação?
Em um discurso proferido no Senado Federal em 1914, Rui Barbosa disse: “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.
Vemos que no mundo todo, muitos recursos financeiros são roubados em função da corrupção, impedindo o desenvolvimento econômico, social e sustentável das empresas, das organizações, dos Estados e das nações.
E assim, continuamos o nosso caminhar!
Pegando duas caronas nos bondes do brilhoso cronista Agenor, e no bonde do bom blogueiro Flori, este Homem Forte das Abelhas gostaria de enriquecer o título da cronica: UM PACTO PELA HONESTIDADE, plagiando a palavra OBRIGAÇÃO do comentário do Flori. Assim sendo valorizando o oportuno titulo da crônica e a bem colocada observação do Flori poderiamos assim dizer: UM PACTO OBRIGATÓRIO PELA HONESTIDADE. Em tempo, gostaria de deixar um comentário a respeito do desrespeito que vem acontecendo com a prática das Leis Constituidas de nosso país. Este vergonhoso desrespeito fica infelizmente por conta do que deixou escrito em épocas bem remotas(nos anos de 1700 ac1800), os renomados escritores franceses: François Pierre Guilhaume Guizot e José Márcio Castro Alves, quando disseram: As Nações que tem suas respectivas Cartas Magnas, que blindam os políticos com o famigerado FORO PRIVILEGIADO, digo, COLETE À PROVA DE POUCA VERGONHA, e esses mesmos políticos terem a auronomia para
nomearem os juizes para os tribunais , não tem como se esperar desses tribunais justica, porque ela vai se sentir incomodada no mesmo recinto tornando- a impraticável. Colaboração de Deusimar das Abelhas
Palavras bem ditas… Talvez se eles tivessem conhecimento de um Artigo dessa envergadura se tornassem pessoas melhores. Infelizmente a realidade atualmente é tudo isso aqui mencionado.
Muito bom. Parabéns. (Salvador-BA).
Para iniciar meu entendimento sobre “UM PACTO PELA HONESTIDADE”, bem delineado nesta crônica, permito-me dizer que:
O “expressivo valor em verbas públicas” está sendo objeto de interpelações judiciais, conforme o noticioso Correio Brasiliense, “O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), pediu para que Executivo e Legislativo expliquem a continuidade das emendas orçamentárias liberadas sem transparência – (crédito: Maurenilson Freire)” – não se sabe se vai surtir algum efeito positivo;
Está sendo aplicado para custear os passeios de nosso Presidente, como sua enorme comitiva, desnecessariamente; que está sendo desviado, deveria ser aplicado na saúde, na segurança e na educação, que clamam por melhoria. Uma necessidade premente; houve, por meio de emenda, liberação de R$.8.000.000,00, para Maceió ser homenageada pela Beija Flor de Nilópolis, que ficou em 8º lugar. Dinheiro que poderia ter sido destinado ao combate à dengue, que se alastra em Alagoas.
O respeito por nosso País está declinando, dia a dia, tanto futebolisticamente, quanto politicamente. A cada visita de nosso Presidente, nosso Brasil passa vergonha, mundo a fora.
O inusitado e vergonhoso procedimento do STF, atropelando a Lei, principalmente, a Constituição Federal, teve um objetivo: implementar o comunismo ditatorial, pois o principal articulador, como público e notório, dá demonstrações evidentes de ser o principal candidato a Ditador, pois não se duvide que ele poderá derrubar o Chefe do Executivo, e assumir o comando do País.
Mudança de atitude, que não passa de uma fantasia, porquanto não se divisa como exonerar “qualquer Ministro ou servidor público por ato desonesto ou qualquer improbidade identificada”, quando o Chefe não prima pela honestidade nem pela probidade administrativa. Como se sabe, a tendência natural é filho seguir ou imitar os pais, alunos seguir ou imitar os professores e subordinados seguir ou imitar os chefes.
Sempre repito: sem pessimismo, mas com o realismo patente, não vislumbro “exemplo de integridade partindo do próprio Presidente da República”, porquanto este já demonstrou, sobejamente, que é desprovido de integridade, tanto que serve de chacota dentro e fora do País.
Infelizmente, com a grande maioria dos políticos sanguessugas que temos no Brasil, jamais “o Estado ficará livre dos salteadores”. Por outro lado, os “recursos existentes nos cofres públicos pertencem ao povo brasileiro!” já não há, pois o País, como de ampla sabença, está endividado, em direção ao fundo do poço.
Para implementar estes seus augúrios, urge que se faça uma mudança drástica, quase total, nos Poderes Constituídos, a começar pelo Legislativo. Este seu desejo é cerebrino! (Maceió-AL).
Verdade colega e irmão! Que tal acabar, ou reduzir com a reeleição, pelo menos, sobretudo no Congresso. Perpetua-se a reeleição dos mesmos e a introdução dos seus privilegiados (irmãos, filhos, etc.), com o que continuam as mesmas trapaças. (Miguel Calmon-BA).
Parabéns, amigo! E assim, continuamos a acreditar. Afinal de contas, a esperança é a última que morre! Ótimo final de semana e aproveitem Maceió! (Rio de Janeiro-RJ).