A ilustração diz tudo. “14 de novembro de 1960. Ruby Bridges, de seis anos de idade, foi levada à Escola em Nova Orleans, EUA, por uma escolta de policiais federais. Ela foi pesadamente insultada e ameaçada de morte por uma população enfurecida. Assistiu às aulas sozinha. Ruby era negra – esse era seu crime”.
Quando penso que já vi de tudo, olha o que vi e não resisti para escrever nessa semana sobre essa aberração cometida pela humanidade, quando já se vivia em pleno século XX tão falado por alguns avanços. E sem dúvidas, avançamos!
Não são poucas as vezes que, sinceramente, faço muitos questionamentos silenciosamente, e minhas conclusões não são muito convergentes a respeito da sociedade formada pelas pessoas que aqui e ali nos dão exemplos, os mais inacreditáveis e impossíveis! A imagem choca e envergonha, quando olhamos para trás, e vemos certas atitudes desumanas provocadas pela sanha ignorante de seres humanos, que assim não deveriam ser chamados… E imaginar que essa estupidez de preconceito tenha ocorrido numa nação como os EUA!
Quando digo que avançamos, ao mesmo tempo entendo que precisamos avançar muito mais. Precisamos nos libertar desse infeliz preconceito, da intolerância em todos os níveis, porque não podemos nos enganar e afirmar que todos nós nos vemos segundo a orientação Divina! Que maravilha seria… Se assim fosse!
Não poderia passar despercebida a história de vida exemplar que essa criança – que se ver escoltada na foto -, conseguiu passar à sociedade, em seguida se firmando e se afirmando como um dos seres humanos mais reconhecidos em todo o mundo, cujas ações agregadoras mereceram os mais rasgados elogios pelo Presidente Obama ao receber aquela criança, anos depois, e dizer textualmente que se “não fosse pessoas como Ruby, ele não teria chegado aonde chegou…” O que concordo plenamente!
Não custou barato a coragem daquela criança. Não caberia aqui enumerar todas as formas de perseguições disparadas contra ela, nunca lhe ferindo a alma. Ao contrário, só contribuiu com o seu melhor para tornar o mundo mais fraterno…
Nesses dias, quando ainda temos tido notícias da infame prática do preconceito, inclusive em partidas de futebol em países que se dizem do primeiro mundo – a exemplo da Espanha – o texto de hoje, veio combinar plenamente com esse momento que merece reflexões por parte de todos, indistintamente, seja qual for a sua cor, seu credo, sua opção de vida.
O que importa mesmo é o sentimento que lhe conduz para a luz, para o bem e, principalmente, para ver o outro não como rival, seu verso, seu algoz, mas, acima de tudo, como seu semelhante a quem possa abraçar sem medo de ser feliz, como se diz…
A criança que ilustra esse texto um dia chegou naquela escola escoltada como bem mostra a foto, mas, nunca desistiu. Os colegas brancos desistiram de estudar na mesma sala que ela, ficando a mesma por mais de um ano sendo atendida por uma professora que nunca lhe deixou se sentir sozinha, assim conta a história de sua vida.
Para finalizar com o melhor de todos os exemplos, inclusive, contrastando com a figura que se vê, em 2014 uma estátua de Ruby Bridges foi levantada no pátio da escola onde um dia ela chegou escoltada, mas, sempre de cabeça erguida. E assim, envergonhando a humanidade que continua precisando crescer a partir do seu interior…
Palavra final: “Não preciso ser um gênio para ser humano, mas, preciso do seu sorriso para ser feliz. ” (Charles Chaplin).
Acord@dinho – Um juntador das palavras.
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade
3 Comentários
Primoroso e feliz o seu artigo, caro Acordadinho! Não há espaço para acontecimentos preconceituosos dessa natureza. Não obstante, na própria nação americana, há pouco tempo a sociedade presenciou pela televisão uma impressionante maldade, fruto do racismo. Aquele vídeo do policial americano, branco, que pressionou até a morte o pescoço de um negro, que foi morrendo aos poucos, sem dó nem piedade! Foi um gesto brutal de racismo! Parabéns
Parabéns meu amigo Acord@adinho!
Recentemente eu li uma matéria escrita por Camila Torres Cesar. Doutoranda em Direitos Humanos pela USP com o título: POLÍTICA CRIMINAL E PUNITIVISMO RACIAL. Fiquei refletindo no que ela diz: “Negar a humanidade da população negra é um projeto político também forjado na naturalização de uma suposta incivilidade e normalização do imaginário de que as pessoas negras são inferiores ou subalternizáveis.”
Florisvaldo F dos Santos
Estupidez e aberração essas duas palavras citadas no texto simbolizam muito bem o racismo, que é cometido pelos seres vivos que se dizem humanos. Muitas vezes também me questiono sobre o por que de tanta ignorância e insensibilidade vinda de seres intitulados como racionais. Acredito que as vezes a racionalidade dessas pessoas entrou de férias ou foi jogada fora… obrigada por compartilhar essa história triste e difícil de engolir, mas muito importante para a conscientização da realidade em que vivemos.