Hoje estou voltando com um tema recorrente, dado ao momento que estamos vivenciando no futebol, essa prática desportiva tão amada por muitos, inclusive, por esse que aqui escreve, por discordar totalmente daquilo que está acontecendo dentro e fora das 4 linhas…
Quando criança, alcancei, torcia e ia ao Estádio da minha cidade, quase todos os domingos, principalmente, quando o meu time de coração jogava. Às vezes ia sozinho, outras vezes com meus amiguinhos e outras mais com um tio que dava um duro intenso no mercado municipal, mas o domingo era sagrado para fazer o que mais gostava: ir ao Estádio!
Procuro na minha mente, no momento que estou escrevendo esse texto, e nada lembro que desabone aquelas partidas de futebol entre os times da minha cidade, e olhe que não era pouca a rivalidade…
Tinha torcida organizada, tinha famílias e tinha grupos de amigos que iam ver as partidas juntos, apesar de entre eles existirem torcedores de lados opostos, mas o que importava mesmo, era a resenha e as gozações, inclusive, após os jogos, onde quem ganhava tirava onda a semana inteira com quem perdia, mas tudo era só alegria…!!!
E aqui cabe um registro inacreditável: muitas vezes logo após os jogos, eram vistas torcidas rivais num mesmo barzinho na maior zuada, jamais com porrada, pedrada, facada, etc e tal. Ali, todos juntos e misturados, parecia mais um carnaval…
Ah, o bacana de tudo isso era a simplicidade e amor à camisa daqueles atletas. Não existiam os milhões e o luxo de hoje. Era tudo muito simples, a partir do lanche nos intervalos dos 45 minutos, quando uma laranja e água bastava para cada um, eu muitas vezes vi isso. Dinheiro nem pensar, apenas uma gorjetinha dada do próprio bolso do Presidente do Clube, como também testemunhei certa vez… Eu tudo via e observava, parece até para um dia aqui contar…
Daí, salvo engano, após a Copa do Mundo de 1970, tudo começou a mudar… Mudaram as mentalidades, onde o coração no bico da chuteira passou a ter outro sentido, onde as cifras dos milhões de dólares começaram a prevalecer e encher os olhos da rapaziada, com as milionárias negociações e negociatas no meio do futebol…
Tudo mudou radicalmente. As torcidas, pincipalmente. Agora vão aos Estádios armados até os dentes por dentro e por fora e, sinceramente, não entendo tamanha raiva, pois o futebol é um esporte para se entreter e não um ringue para matar ou morrer. O pior é que não resta esperança para tudo isso, onde quase todos os dias é sempre uma notícia negativa e pasmem, uma pior que a outra…
Quer ver uma prática abusiva? A tal da importunação dos atletas durante seu descanso no hotel onde se encontra. Grupos de pessoas com xingamentos e as mais baixas palavras literalmente perturbam os jogadores dos times visitantes, numa forma de intimidação e constrangimento apequenada por demais! E o pior está por vir quando o jogo termina. Que vergonha!
Mas já quase finalizando, vem a pergunta que não quer calar: Será que a Bola sabe disso? Se não sabe, precisa saber, porque ela é a excelência e a alegria de uma partida de futebol, pois levada de pé em pé ela só vai para as redes quando quer, caprichosa que é! Concordam?
Só sei que passa da hora da educação, a resiliência e a prudência tomarem assento nas arquibancadas dos Estádios porque, realmente, está ficando feio e desprezível demais para uma civilização que se diz civilizada.
PALAVRA FINAL: “Papai você se machucou no trabalho?” – Pergunta de uma criança de 3 anos ao receber seu pai-atleta no aeroporto, e vê-lo todo cheio de curativos e os braços enrolados por gases, resultado da selvageria de uma torcida contra o ônibus da sua equipe após uma partida de futebol no último dia 21. 02 cujo resultado foi 1X1. Que coisa feia, macabra, e vergonhosa para o esporte!
Fonte e Texto: Acord@dinho – Um juntador das palavras.
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade
2 Comentários
Caro Acord@dinho, bom dia!
Ainda bem que você tem belas recordações da sua infância nos campos (não eram Estádios como os de hoje) de futebol. Os tempos mudaram (não quero dizer que você esteja velho), a ponto de você fazer um relato como este.
Não para te consolar, mas na idade média, já foi pior.
Há registros de esportes utilizando os pés e algo parecido com bolas já existia desde a pré-história e em todo o mundo. Mas foi durante a Idade Média, mais especificamente na Europa, que o jogo mais parecido com o futebol que conhecemos hoje surgiu.
Lá pelo século XIII, os romanos levaram o futebol antigo para onde hoje é a Inglaterra. Mas o esporte tinha algumas características violentas, que fez ele ser proibido:
– Centenas de pessoas podiam disputar uma partida, com locais improvisados que eram os estádios e goleiras rudimentares;
– Mas além de chutar a bola, valia tudo, inclusivo bater nos adversários e incapacitá-los durante as partidas;
– Outra característica interessante era o fato de que algumas tretas políticas entre diferentes países e povos começaram a ser resolvidas nestes jogos naquela época.
A coisa continuou assim até 1529. Para muitos historiadores, esse foi o ano da primeira partida oficial de futebol da história da humanidade.
De qualquer forma é lamentável ver uma criança fazer uma pergunta dessa para jogador que retornava de uma partida de futebol.
Caro Acordadinho,
Embora não tenhamos vivido nos tempos da Idade Média, como o Florisvaldo, é bom ler o seu comentário de natureza histórica, associando com as informações atualizadas do seu vom texto!
Deprime assistir a esse cenário de violência que antes acontecia com frequencia entre as torcidas “nada organizadas” de Palmeiras e Coríntians, e agora está se proliferando em todas as capitais do país, de maneira vergonhosa!
Parabéns pela felicidade e competência como abordou o tema.