Vejam vocês, pelo que vou discorrer aqui, se o título desse texto faz jus ou não, a partir do trabalho laboral de cada pessoa que dedicou parte de sua vida ao trabalho incansável, às vezes de dia ou de noite, enfrentando todas as intempéries da vida. E outras vezes as condições de insalubridade, periculosidade, e outros tantos riscos para como sempre digo, poder levar honestamente o pão para a mesa de sua família…
Muitos de nós, crescemos ouvindo, dentro de casa ou casualmente em outros ambientes, que fulano e sicrano pagavam seus salários de contribuição ao órgão oficial da previdência, pelo valor máximo para quando fossem se aposentar, tivessem uma renda compatível com as suas necessidades enquanto trabalhador…
Sobre isso, muitos fizeram até mesmo grandes sacrifícios em honrar mensalmente os valores de contribuição sobre 10 salários mínimos, cheios de expectativas de que, na hora da realidade, pudessem ter uma vida sossegada. Falar em sossegada, a maioria tem uma ideia com relação a aposentadoria de que, aposentou, rico ficou… Só não sei de onde tiraram isso!
Agora entendo porque vejo e sou testemunha de tantas pessoas com tempo suficiente para se aposentarem, que continuam na luta e na lida suada, para manterem de certa forma, suas condições salariais atuais porque falou em se aposentar a tendência é certamente o salário minguar e passar dificuldades…
Interessante que no passado não era assim. Nossos pais e avós sentiam o maior prazer quando chegavam os seus tempos de pararem de trabalhar, e ainda tinham planos de comprarem um sítio ou uma casinha de praia para curtirem e aproveitarem a vida. Hoje, ao contrário daquele saudoso passado, a realidade é bem diferente: quando se aposentam no dia seguinte já pensam logo numa possível vaga de trabalho para fazerem o famoso “bico” da renda complementar, seja lá onde for.
O que aconteceu? Quem deve melhor saber responder é o órgão que arrecada mensalmente nossas contribuições e que na hora de devolver o nosso direito dão as cartas ao seu bel prazer, como se estivessem fazendo um favor. Inclusive, corrigindo as aposentadorias e pensões por índices e números totalmente fora da realidade vivenciada, mas pelo jeito, o que prevalece é a vontade deles…
Porque tanto se fala num tal ganho real, quando isso nunca ocorre, além do mais, como é fundamentado esse ganho… E por que esse separatismo de uns terem direito e outros não. Será que 3,71%, o aumento recente de uma parte dos aposentados, que ganham acima do mínimo, é justo?
Estava aqui lembrando, também, que a classe da qual tratamos nesse texto é tão injustiçada que, prestem atenção, pois nem em campanha nos palanques, quando eles deitam falação e promessas, são capazes de uma mínima lembrança dessa classe tão esquecida…
E para completar, quando estou já concluindo, eis que circula aos quatro cantos uma novidade: quem ganha até 2 salários-mínimos será taxado com o famoso IR que alguém disse – e milhões acreditaram -, que quem ganhasse até 5 mil reais estaria isento! Então, agora só nos resta perguntar: promessa é dívida ou é dúvida? Ou as duas juntas…
Palavra final: “O sistema não teme o pobre que passa fome, teme o pobre que sabe pensar” (Paulo Freire).
Acord@dinho – Um juntador das palavras.
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade
3 Comentários
Caro Acord@dinho, boa tarde!
Me senti literalmente inserido no contexto, entre aqueles que fizeram grandes sacrifícios de honrar mensalmente os valores de contribuição sobre 10 salários mínimos, na expectativa de ter uma vida sossegada enquanto aposentado. Ledo engano! Depois de contribuir por 37anos, ao me aposentar, não usufruir os 10 salários prometidos. Hoje, menos ainda.
Boa tarde velha companheirada dos velhos e bons tempos de nossa apaixonada carreira da Extensão Rural!! O artigo acima postado me foi enviado por um parceiro blogueiro deste também, blogueiro Deusimar – O homem forte das abelhas. Trata-se de uma abalizada crônica de um renomado cronista que popularmente atende pelo alcunha de acord@dinho. Como vocês vão perceber, o conteúdo do artigo é o retrato falado de nossas vidas pregressas que foram severamente prejudicadas por esse injusto; duro e perverso Sistema Previdenciário de nossa sofrida, e ao mesmo tempo orgulhosa NAÇÃO. Desculpem-me quem julgar inconveniente a minha franqueza.
Cumprimento-o pela qualidade do seu artigo, caro Acordadinho, visto que o foco dado ao tema foi extremamente realista e pertinente. A aposentadoria esperada com ansiedade pelo trabalhador, às vezes chega com um resultado frustrante e, como você disse, ele tem de procurar fazer um “bico de renda” complementar! Parabéns pelo texto! (Salvador-BA).