As grandes perdas, que alimentam saudades, infelizmente têm se repetido nestes tempos ainda nebulosos, permeados de ansiedades, de toscos patrulhamentos e de falseados conceitos. As ameaças promanadas das mentes doentias e consignadas nos comportamentos nefastos – fundamentalistas, fascistas, ignorantes, raivosos – pululam tanto nas redes do dito mundo virtual, quão no próprio e conturbado cotidiano real. Há de se buscar respostas para tantas diatribes e, com inteligência, se vencer essa inditosa tempestade que ainda não se desfez por completo. Necessário transgredir!
Os campos primaciais da vida social – retendo-se, aqui, a reflexão em quatro deles -, o político, o social, o religioso e o cultural, padeceram ultimamente com as ações destrutivas impostas por aqueles que, destituídos de quaisquer senso de justiça, se locupletaram tanto do já maculado poder público, quanto dos rentáveis púlpitos religiosos, contribuindo, desse modo, para o agravamento da indigência, da fome e para a exortação da fé rasteira, sem a mínima conexão com o sagrado. Os microfones e as caixas exageradamente sonoras, bem como os canais midiáticos famintos de grana, vomitam, sem zelo, produções desqualificadas, torpemente iluminadas pelos turvos holofotes do faturamento fácil, razão de um fazer cultural descartável, rude e corrompido. Na real, há muitos e falsos brilhos para poucas e verdadeiras estrelas!
Logicamente que há exceções a tão desregrada imbecilidade e nada está completamente acabado! A cultura se renova! Vivifica-se por si só! Todavia, muito há o que resistir, denunciar, produzir – mas há um displicente atraso! – para que o cenário acolha, em tempo hábil, a novos e qualificados atores; protagonistas, enfim, que carecem subir no palco e expressarem seus dizeres, canções e poemas. Mandatos parlamentares precisam ser substituídos para que, através do voto livre e soberano, gente honesta e comprometida com a vida saudável das pessoas, das florestas, das águas, dos campos, dos vales e das montanhas assuma a condução política desse tão diversificado país, valorizando-se, inclusive, o eito que bem produz e, ao mesmo tempo, enseja a tão ansiada justiça social. Desejamos flores, jamais armas!
Hoje, portanto, se foi mais uma voz, mais um ícone incontestável da nossa riquíssima cultura musical! Hoje partiu não apenas a dama do rock e da música popular brasileira de qualidade, mas, certamente, se foi uma exímia e justíssima transgressora, uma contumaz inovadora, cuja sensibilidade traduzia-se na sua inquietude. Uma mulher que, com a sua singular e agitada presença, deixa, para tantas gerações, um rico legado através da sua irreverente musicalidade. Compositora e cantora. Artista por excelência! Há, sim, de ser reverenciada! Seja feita então a chamada: Rita Lee! !! Presente!!!
Autor: Prof. Roberto Dantas – Historiador – 09/05/23 Colaboração: Agenor Santos
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 30/06/2023
1 comentário
A Rita Lee foi uma artista visionária.
Mostrou, desde o início, que estava à frente do seu tempo, quando começou sua carreira.
Criou o seu próprio estilo, imponderado outras mulheres.
Rita: Presente!