Para aqueles que possuem algumas dezenas de anos já vividos, entre os quais esse jovem (!) autor se encontra, como é bom recordar os tempos em que estudamos o primário e o ginasial, ocasião em que o aprendizado já começava na sala de aula, pelo respeito recíproco entre professores e alunos! Não havia arrogância, nem prepotência, e tão pouco agressividade física como atualmente se tornou rotina no interior das Escolas. Era impressionante o grau de respeito ao professor, o que correspondia a um prolongamento da educação doméstica.
A quantidade de crimes com armas hoje praticados por alunos contra professores, que nos Estados Unidos era um episódio trágico de grande frequência, daqui lamentávamos esse absurdo inconcebível, mas, jamais imaginado que um dia pudesse estar implantado no Brasil. Como as redes sociais passaram a ter um alcance mundial e a mídia prioriza a ampla divulgação das tragédias que causam impacto, a maldade se expandiu e atingiu a criança e os jovens brasileiros.
Assim, é com grande tristeza que testemunhamos no dia a dia a evolução dessa estúpida atitude criminosa avançando sobre os alunos das escolas por aqui, tendo como lamentável alvo a vida dos nossos heróis e nobres professores, os quais estão a invocar das autoridades o socorro que possa preservar as suas vidas.
Durante essa semana, no último dia 27/03, na zona oeste da capital paulista, um aluno de apenas 13 anos de idade chocou a Nação, ao usar uma faca para atacar os seus colegas e professores, e com isso completando a dolorosa estatística de 16 casos nos últimos 20 anos. A sua louca ação resultou na morte de uma professora de 71 anos, e graves ferimentos em dois alunos e três professoras. A ação corajosa de uma professora de Educação Física, a Cíntia, que com muita determinação imobilizou o garoto, enquanto outra lhe retirava a faca, evitou uma tragédia de maiores proporções.
Antes dessa fatalidade, outras aconteceram nos tempos mais recentes. Vejamos: a) Duas escolas na cidade de Aracruz, no Espírito Santo, sofreram ataques com armas de fogo na sexta-feira do dia 25 de novembro do ano passado. Quatro pessoas morreram e 10 ficaram feridas; b) Em 05 de outubro de 2022, um aluno de 15 anos atirou em três estudantes de uma escola pública em Sobral, no Ceará. As três vítimas atingidas pelos tiros foram encaminhadas à Santa Casa de Misericórdia de Sobral. Um deles não resistiu aos ferimentos e morreu. Os outros tiveram alta hospitalar; c) Um adolescente de 13 anos atacou a Escola Municipal Yeda Barradas Carneiro, onde estudava, na cidade de Morro do Chapéu, na Chapada Diamantina, na Bahia. Na manhã do dia 27 de setembro do ano passado, ele ateou fogo no colégio, usando explosivos caseiros do tipo coquetel Molotov, e feriu a diretora com o uso de uma faca. (Fonte: CNN-Brasil). E assim tantos outros crimes mais…
Diante dos fatos acima, temos de refletir que nossos professores estão à mercê do descontrole emocional de garotos ainda imberbes, e assim eles precisam da proteção dos nossos governos, ou a nossa Educação estará condenada ao completo abandono, e o pior: salas de aulas totalmente vazias! A ilustração do texto já nos traz um alerta contundente! Mais segurança para as salas de aula, é o apelo que aqui deixo como registro.
Como nem tudo está perdido, em Chapecó, Santa Catarina, acontece um fato raríssimo: o Prefeito já instalou em cinco escolas do município, portas com detectores de metal, garantindo, assim, mais segurança a alunos e professores. (Site da PMC). Tomara que esse bom exemplo seja copiado pelos demais prefeitos e governadores, em defesa da integridade de alunos e professores, embora saibamos do elevado custo que representa. Basta cortar um pouco das mordomias dos cargos, principalmente o alto gasto do Estado com ex-presidentes e destinar mais recursos à educação.
É oportuno lembrar que, no Japão, uma potência mundial, o professor tem um lugar de destaque e chega a ser reverenciado. Enquanto isso, aqui o professor tem vivido uma situação de elevado nível de humilhação e medo com esses tais episódios que temos conhecimento, sem falar, quem sabe, em inúmeros outros que talvez a mídia não consiga trazer para o conhecimento público.
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – de Salvador-BA.
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 02/04/2023
10 Comentários
Caro Agenor, neste editorial você retrata e elenca muito bem a vivência da educação no passado com o momento que vivemos atualmente.
Os professores pedem socorro, choram e morrem!
Os ensinamentos que os nossos filhos recebem através da mídia e/ou redes, principalmente aqueles vídeos destinados ao público juvenil, são carregados com cenas violências, instigando maldades e tragédias aos nossos adolescentes, como assistimos no último dia 27/03 aqui em São Paulo.
Na contra mão, vemos apenas a preocupação por partes das pessoas responsáveis pela educação, com o “Politicamente Correto” ao ponto de proibir músicas infantis como “Atirei o Pau no Gato” ou a centenária marchinha de carnaval “Nêga do Cabelo Duro” e tantas outras aberrações na minha percepção.
Como não nos restam outras alternativas, sigamos em frente…
H. FREITAS
Muito bom!
Agenor, concordo com seus pontos de vista no tocante a professores em perigo, mundo afora, em especial nos Estados Unidos.
A iniciativa do prefeito de Santa Catarina, há que ser imitada por outros municípios e governos estaduais, haja vista a proteção de professores e alunos. (Salvador-BA).
Posso dizer com franqueza, fui seu aluno nos meados de 1960 e era justamente assim, tinha o respeito mútuo pois a época era outra, porque não se tem o respeito como antigamente? Acho que a educação parte de berço e o professor e um instrumento de ensino das matérias, cabe aos pais em casa dedicarem seus filhos para que isto não aconteça.
E uma luta sem trégua, professor Agenor, esta classe que deveria ser olhada com mais valor, pois o sacrifício é muito grande, só temos que lamentar o desprezo por parte do poder público deste país. (Uibaí-BA).
Excelente crônica, Agenor. Infelizmente relata o que está ocorrendo nas escolas daqui. Parabéns. (Salvador-BA).
Muito bom, amigo!
O antídoto para o combate da violência é a educação. É lamentável o descaso com a educação em nosso país. Parabéns pelo texto. (Salvador-BA).
Toda educação começa, sem dúvidas, dentro de casa. Situação piorada com o estímulo ao uso de armas. (Salvador-BA).
Assertivas e acertadas colocações. Algo precisa ser feito para que, mais esse mal, não atinja a sociedade de uma forma tão estúpida como acontece, ceifando a vida de inocentes e pessoas de bem!
Caríssimo cronista de mão cheia, Agenor Franciisco dos Santos!!
Parabéns por mais uma bela dissertação na montagem de mais uma de nossas crÕnicas, e desta feita fazeno o retrato falado da caótica situaçao do mais importante dos pilares de se reerguer uma nação, o Pilar da Educação.Como gostei muito de sua referência a educação dos povos do Continente Asiático, especificamente aos japoneses, gostaria de reforçar sua referencia deixando esta frase: No Japão, o único profissional que não precisa se curvar diante do imperador é o professor, pois, segundo os japoneses, numa terra em que não há professores, não pode haver imperadores. COLABORAÇÃO E COMPLEMENTOS DE:
José Deusimar Loiola Gonçalves
Técnico em Agropecuária- Funcionário Publico Aposentado do Governo do Estado de nossa linda e extensa Bahia ; Graduado em Administração de Médias e Pequenas Empresas; Licenciado em Biologia; Pós Graduado Em Gestão Educação Ambiental, Graduado no Curso Superior de Tecnologia em Apicultura e Meliponicultura.
Zap: (75) 99998-0025 (Vivo) .
Blog: https://www.portaldenoticias.net/deusimar
Como complmento, em nosso país onde a Educação sempre foi relegada a Ns planos, enquanto no Japão a sua autoridade máxima só dispensa a continencia do professor, dado ao elevado nivel de valorização, aqui o atual sistema político permite que cidadãos e cidadâs analfabetos funcionaos, possam concorrer aos cargos de parlamentares nas Câmaras de Vereadores;Assembleoas Legislativas e até Camara Federal. Como um parlamntar analfabeto funcional vai elaborar às leis, montar seus projetos, se mão abem rabiscar o próprio nome!COLABORAÇÃO E COMPLEMENTOS DE:
José Deusimar Loiola Gonçalves
Técnico em Agropecuária- Funcionário Publico Aposentado do Governo do Estado de nossa linda e extensa Bahia ; Graduado em Administração de Médias e Pequenas Empresas; Licenciado em Biologia; Pós Graduado Em Gestão Educação Ambiental, Graduado no Curso Superior de Tecnologia em Apicultura e Meliponicultura.
Zap: (75) 99998-0025 (Vivo) .
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Muito bom!
Ótima matéria amigo!
Lembrei dos meus tempos de primário e ginásio, que por alguma indisciplina os pais eram chamados na escola. O aluno podia preparar o bumbum, porque quando chegasse em casa a surra era certa e alguns dias sem regalias em casa. Hoje os pais vão a escola e querem tomar satisfações com os professores, de porque repreenderam ou colocaram de castigo o “santinho” que eles têm em casa. As autoridades precisam agir urgente! (Rio de Janeiro-RJ).