Ainda que o cidadão não tenha votado no Presidente recém-empossado, sem necessidade de qualquer detalhamento quanto aos motivos que alimentaram essa opção pessoal, a conclusão mais evidente – queiram ou não os mais radicais -, é que o novo governante será, inquestionavelmente, o Presidente dos 215 milhões de brasileiros pelos próximos quatro anos, conforme reafirmado no seu discurso de posse. Existe uma tal suspeita sobre as urnas eletrônicas a partir da cabeça de quem foi eleito em 2018 e que teima em querer desfazer essa forma moderna de coleta e apuração de votos, inclusive admirada pelos diversos países do mundo.
Mas, essa ladainha de fraude nas urnas, é uma choradeira de perdedor que não mais encontra espaço. Outro fato recente mais digno de ser comentado, foi o gesto deselegante e antidemocrático do ex-Presidente de não passar a faixa presidencial, bem como abandonou os seus seguidores à própria sorte, que ficaram a sós sem o “Mito” admirado, enquanto curtia em mansão de amigo nos Estados Unidos. E na hora do “pega pra capar”, os seguidores que se lasquem.
O tema de hoje, contudo, objetiva lembrar que temos um novo governo no País e que, bom ou ruim, teremos de conviver com essa verdade durante o próximo ciclo de quatro anos, até que o próprio povo no exercício do seu livre poder de escolha, venha a dizer nas urnas qual será a sua vontade, no pleito de 2026.
Embora conscientes dessa realidade, cabe-nos, como cidadãos, independentemente da opção de voto assumida, o papel de vigilância permanente quanto aos atos governamentais e projetos que venham a ser implementados pelo governo atual, sobretudo se voltados, enfaticamente, a objetivos político-ideológicos.
Essa última referência é o detalhe que justamente começa a inquietar, visto que com apenas 23 dias de governo o Presidente Lula já priorizou uma visita internacional à Argentina – embora, sabe-se, retribuindo a presença do Presidente Alberto Fernández à sua posse -, mas, já se empolgando em colocar dinheiro do BNDES em investimentos no gasoduto da Argentina, como se o Brasil fosse aquela potência financeira, que foi lá para socorrer “los Hermanos” em grave crise econômica! Cabisbaixos e passivos, é que não se pode ficar ouvindo ou engolindo tudo que o atual mandatário disser ou fizer da sua cabeça. Basta lembrar que o nosso gás aqui produzido é parcialmente perdido por falta de gasoduto! Por que o BNDES não estimula a PPP-Parceria Público Privada e financia a ampliação do nosso gasoduto?
Ora, se o próprio Lula e o PT tanto acusaram o Governo Bolsonaro, alegando muitas carências internas, com 120 milhões passando fome, 15 milhões de desempregados, problemas na Saúde e Educação, entre outras acusações, então, subentende-se que as primeiras ações deveriam ser aqui priorizadas e não repetir o que já aconteceu antes em seu Governo e da Dilma, sempre elegendo os países de esquerda da América Latina e África para investir dinheiro brasileiro, de retorno duvidoso.
A tal da “moeda única” para estimular as relações comerciais entre os países da América Latina e fugir da dependência do Dólar americano, defendida pelos Presidentes Lula e Alberto Fernández, deve ser um projeto para ser debatido pelas áreas econômicas de todos os países latinos, pela complexidade que envolve essa decisão. Não basta um simples Decreto dos países interessados. O Euro, por exemplo, moeda hoje oficial em 27 países da União Europeia, entrou em circulação em 1º de janeiro de 2002, após exaustivas discussões e estudos por mais de 10 anos.
Na verdade, a “moeda única” soa mais como um mote na direção de se afirmar politicamente como uma liderança de Esquerda na América Latina – já que a Argentina e o Chile estão em crise econômica e política -, do que algo fundamentado em estudos econômicos por especialistas do Continente.
O que deve nos preocupar com essa vocação capitalista da esquerda brasileira, em financiar obras dos governos esquerdistas do continente, é saber se TEMOS DINHEIRO PARA TANTO…? Ou há tanto dinheiro assim, sobrando…!!! Ou ainda, talvez não tenhamos tantos problemas, como dizem!
AUTOR: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público (Salvador – BA).
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 29/01/2023
9 Comentários
Mesmo não tendo depositado o meu voto, estou incluído entre os 215 milhões de brasileiros que serão governados pelo mesmo governo nos próximos quatro anos, sem esquecer que na hora do “pega pra capar”, entra em cena o velho ditado “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. Com relação ao BNDES, não tenha dúvida que vai acontecer exatamente como ocorreu nos governos anteriores do mesmo partido, onde foram investidos (doados) algumas centenas de milhões sem receber um centavo em contrapartida. Se temos dinheiro para tanto? Mesmo que não tenha, com absoluta certeza daremos aquele velho “Jeitinho Brasileiro”. Aguarde.
Só falta voltar o “risco Brasil” e afins….rsrsrs.. O principal é que nós não tínhamos governo. (Salvador-BA).
Muito bom! Acho que não temos dinheiro para tanto. (Salvador-BA).
Oi, meu caro Agenor,
Eis-me aqui, mais uma vez, comentando sua crônica semanal.
Para não me alongar, não tenho orgulho e, muito menos, tolerância de ser governado por um ex presidiário que foi acusado, investigado, processado, julgado e condenado. Tenho, por outro lado, esperança de que um congresso renovado, sem um presidente do Senado subalterno, corrupto e covarde, não permita que essa quadrilha que chegou ao BB poder graças a um judiciário aparelhado, permaneça no poder. (Salvador-Ba).
Muito bom!
Realmente amigo. Se não temos recursos para conceder um reajuste digno ao salário mínimo e benefício dos aposentados. Como vamos ter para financiar gasoduto da Argentina.
Vamos com calma que o andor é de barro. Primeiro a saúde, a educação e a segurança…depois muitas outras coisas no Nosso Brasil! (Rio de Janeiro-RJ).
O Artigo chama a atenção para um dado comum em nossas vidas. A gente só pode dar ou emprestar aquilo que não nos falta. É uma regra de vida. Como não tenho nem nunca vou ter a chave do cofre não sei responder. Só tenho certeza de uma coisa: nosso dinheiro suado está no meio disso!
Show de bola! Ir:. Agenor. (Maracás-BA).
Lamentável financiar países de recebimentos duvidosos em detrimento da nossas necessidades internas e urgente. É mais um calote com nosso dinheiro de tributos pagos a União. Operação deve ser concedida pelo BNDES, após criterioso análise econômica e financeira, às empresas brasileiras que irão realizar obras em Países de recebimentos duvidosos. Garantias reais, incluindo recebíveis das obras a serem executadas e interveniência do Tesouro Nacional. Não haveria calote junto ao BNDES porque na inadimplência o GOVERNOFEDERAL quitaria os valores fruto de nossos tributos pagos e executaria as empresas devedoras. Nada de financiamento para Países sem condições de quitarem suas dívidas. (Salvador-BA).
Caro Agenor. O pior é que estes países não pagam e geralmente ao contrário das finalidades do BNDES não geram emprego ou retorno econômico. Alguns, quando envolveram a participação de empresas brasileiras, foram meios de corrupção, como ocorreu com obras da Odebrecht na África. (Brasília-DF).