É bem clara a percepção entre os eleitores de todas as tendências, que há muito tempo o País não convivia com tantas inseguranças e incertezas quanto à definição por um dos candidatos numa disputa de 2º Turno, tanto para Presidente da República como para Governador de Estado. Claro que existem os sectários por determinada agremiação partidária, seja de Direita ou Esquerda, que não admitem qualquer perspectiva de análises das reais implicações ou consequências pela eventual eleição dos nomes em disputa.
À medida que a data de 30 de outubro se aproxima, quando à noite já se saberá quem será o novo Presidente do Brasil, bem como quais Governadores dos Estados foram eleitos, é visível que as posições estão se tornando mais acirradas e os conceitos mais agressivos ao defender as posições pessoais. Esse cenário é, nada mais nada menos, influenciado pela carência existente nos candidatos em mostrar programas e projetos consistentes de Governo para os seus eleitores, de forma a constituir defensores de metas e linha de pensamentos positivos a atingir, e não criar gladiadores de batalhas insanas que, às vezes, desprezam os limites de parentescos familiares, ou até amizades de longas datas.
Sem qualquer dúvida a família brasileira está visivelmente decepcionada com a maneira como se desenrolou o processo de adesão dos perdedores aos dois candidatos que disputarão a Presidência da República no 2º. Turno, a exemplo de Ciro Gomes e Simone Tebet. A evidência dessa decepção, decorre do fato de que usaram de palavras acusatórias contundentes ao longo da campanha no 1º. Turno, em que “ladrão, bandido, ditador, etc” foi o de menos que se ouviu. De repente, tudo isso foi esquecido e os bandidos de ontem se tornaram heróis e salvadores da Pátria. Para a formação moral de nossos jovens, um péssimo exemplo! Uma pergunta básica: E os filhos dessas figuras como devem se sentir? Envergonhados, no mínimo…!
Nunca foi tão atual o ditado popular que “se correr o bicho pega; se ficar o bicho come”. Isso para nos passar a mensagem de que não temos outra opção, senão a escolha de um dos dois nomes que o destino nos legou. Inconcebível é adotar o princípio da revolta e admitir a omissão ao voto como solução alternativa, visto que esse procedimento rouba do cidadão o direito de se opor, atestar ou contestar os atos políticos e administrativos praticados pelo ocupante do cargo, democraticamente eleito. É uma questão de consciência participativa e espírito de cidadania.
A Nação se depara com uma dura realidade, visto que não há unanimidade de aprovação dos nomes disponíveis na reta final. Não existe a minha pretensão ou dos eleitores em reivindicar a perfeição ou a pureza plena dos candidatos. Mas, postura de respeito e integridade para o cargo de Chefe de Estado que pretendem ocupar, isso é impositivo. Cometer improbidades no desempenho da função pública, permitir ou ter permitido a sua prática pelos seus correligionários é crime que não deve ser punido apenas pelo julgamento das altas Côrtes judiciais, mas, principalmente e obrigatoriamente, pelo repúdio do voto popular, a mais importante ferramenta que a democracia nos dá!
Muito oportunamente, no Blog do Hayton Rocha, de Maceió-AL (ex-Superintendente do BB, na Bahia, Alagoas, Pernambuco e Distrito Federal, e ex-Diretor de Gestão de Pessoas do BB), em sua crônica “AJOELHOU, TEM QUE ORAR”, ele prognosticou que “ao vencedor, coitado, já se proferiu outra dolorosa sentença em caráter liminar: juntar os cacos de uma nação à beira do rebaixamento civilizatório, no vale-tudo dos insultos trocados entre os filhos de uma pátria nada gentil ultimamente”.
Então, é hora de acordar, senão o bicho vai te pegar, Brasil!
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público (Salvador-BA).
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 16/10/2022
10 Comentários
Parabéns pelo texto, Agenor, como sempre bem palpitante é oportuno. E muito obrigado pela honrosa citação de um trecho da crônica que publiquei esta semana. (Maceió-AL)
uito bom!
Vejo que você lê o Hayton.
Ele foi meu adjunto, no tempo do Nivaldo que de bom só restava a paixão por cavalos, a ponto de ter em seu gabinete na Superintendência a estátua de um belo corcel. O Hayton era quem equilibrava as tiradas deseducadas do Nivaldo, inclusive dando boas explicações para os transtornos que o Superintendente criava em reuniões com gerentes a quem não respeitava, inclusive publicamente repreendendo quem mostrava alguma inabilidade eventual.
Ele foi o responsável pela minha aposentadoria na Superintendência, sobre o que vou lhe contar dois episódios: 1) Nivaldo inventou que adjuntos e chefes de Núcleos (meu cargo, na época) deveriam escolher um adjunto (eram três) e assessores (eu tinha cinco), para substituir o Superintendente e Chefes de Núcleo. Em uma reunião, fiz ver a ele que, no meu caso -já que o Hayton fora o escolhido por ele para seu substituto-, eu achava salutar experimentar cada assessor para ter uma avaliação melhor do desempenho de cada um. Ele me disse que, “podia ser salutar mas ele queria daquela forma”. Logo em seguida, Bezerra, que estava em Manaus, veio a Salvador e me disse que eu não deveria me aposentar porque eu seria, assim como Geraldino, nomeado Adjunto. Mas a minha decisão estava tomada e me aposentei, antes de 2 anos que seria o prazo melhor, financeiramente, pra mim. 2) há cerca de 4/5 anos, encontrei com Hayton em Praia do Forte e ele me disse que o Nivaldo, a quem ele tanto deu cobertura, lhe dissera que, se houvesse chance de voltar a ser Superintendente na Bahia, faria tudo diferente do que fora feito, já que a equipe era muito boa e ele pensava que era um grupo de desmiolados.
Com efeito, lembro que eu era instrutor do DESED para Cadastro e Crege, fui convidado a tornar-me instrutor permanente mas recusei porque nunca apreciei a vida de cigano, situação que me impunham se eu aceitasse o convite, já que, a cada convocação, eu teria que me deslocar da minha base para o local onde os cursos eram ministrados. Inclusive, Napoleão foi quem me safou de uma nomeação para Adjunto de Serrinha(BA), dirigindo pedido ao Diretor, quando disse que tal nomeação não era de interesse da SUPER-BA, que tinha outros planos para Hideljundes. Na ocasião, o colega gerente de Serrinha, que me conhecia muito bem, me telefonou dizendo que faríamos uma grande dupla, inclusive estabelecendo o que seria de minha responsabilidade e a dele, independentemente dos documentos que regularmente fossem assinados por gerente e subgerente.
Assim, já se passaram 30 anos da minha aposentadoria e o Hayton me manda todos os escritos dele, além do livro que ele publicou (O Benefício da Dúvida) É um cara muito competente e inteligente, sediado hoje em Maceió. (Salvador-BA).
Muito bom! Realmente é vergonhoso. (Rio de Janeiro-RJ).
Excelente a crônica, e concordo plenamente com a sua visão… (Assis Chateaubriand-PR).
Parabéns! Não temos outra opção, infelizmente. (Salvador-BA).
SE CORRER O BICHO PEGA!!! E SE FICAR O BICHO COME!!!!!!!
Este é um ditado que era muito utilizado pelo meu saudoso pai.
Segundo a definição dele, quando “o bicho pega”, é utilizada como uma ameaça de que algo muito ruim vai acontecer se não for feito nada, e “se ficar, o bicho come”, quer dizer que se acontecer a coisa ruim, nada pode ser feito. Dia 30 vamos decidir se corremos ou ficamos. De qualquer forma, vou ficar atento as definições do meu pai.
Ilustrado jornalista, obviamente que estamos no mato sem cachorro, como é também conhecidíssimo esse velho ditado, contudo, ouso lembrar-lhe que o eleitor consciente, no 1º turno ao escolher um outro candidato, não o escolheu, simplesmente para fugir de uma responsabilidade, e, sim porque realmente não aprovava, como também, não aprova, nenhum dos dois candidatos que legal e democraticamente foram escolhidos pela maioria dos eleitores, e, por esse motivo, estão no 2° turno. Logo, entendo, salvo melhor juízo, que se aquele eleitor consciente que no 1° turno não votou em nenhum dos dois candidatos finalistas, agora no 2° turno não tem nenhuma obrigação, nem mesmo moral de optar por qualquer um dos dois, porque da mesma forma, nenhum deles representa para o eleitor consciente a solução dos problemas do nosso país. O eleitor tem sim a obrigação de comparecer perante à seção eleitoral, atender todos os trâmites legais, contudo não é obrigado votar em quem quer que seja, além do mais o voto é secreto. E por fim, se ficar o bicho come e se correr o bicho pega, vou correr o risco de consciência tranquila, não contribuindo para nenhum dos dois lados, isso porque, entendo, se agora eu votar em qualquer um dos dois, a minha consciência vai pular tanto de remorso que não terei mais sossego pelo resto da minha vida e, por isso, de sã consciência e plena lucidez das minhas faculdades mentais, inobstante minhas 84 primaveras bem vividas, digo NÃO aos dois. (Brasília-DF)
Você nos representa, parabéns pelo resumo coerente da conflitante situação atual.
Deus nos proteja, abençoe e ilumine. (Salvador-BA).
Em parte eu concordo nunca na história deste país aconteceu um desconforto entre famílias e amigos sobre as eleições de dois candidatos que poderá se acirrar após a divulgação do pleito. Se Ciro e Simone tivesse o senso isso poderia ter terminado no primeiro Turno Mais infelizmente a nossa política Sempre foi assim VAMOS PAGAR PRA VER.
Em parte eu concordo nunca na história deste país aconteceu um desconforto entre famílias e amigos sobre as eleições de dois candidatos que poderá se acirrar após a divulgação do pleito. Se Ciro e Simone tivesse o senso isso poderia ter terminado no primeiro Turno Mais infelizmente a nossa política Sempre foi assim VAMOS PAGAR PRA VER