O juiz Sérgio Moro e os procuradores da República estão fechando o cerco ao PT com a prisão hoje de João Vaccari Neto, tesoureiro da legenda. Dentro dessa estratégia, já era importante a prisão de Renato Duque, apontado como operador do PT Petrobras e que já se encontra detido em Curitiba.
Com Vaccari na prisão, os adversários do governo e do PT ganham munição no debate público. Moro e os investigadores do Ministério Público Federal demoraram a pedir a prisão de Vaccari porque estavam tentando reunir provas contra ele.
O primeiro efeito político da ordem de prisão é deixar evidente o erro do PT de não ter afastado Vaccari da função na legenda. Agora, o PT tem um tesoureiro preso na Operação Lava Jato. Isso tem um simbolismo enorme.
A prisão de um ex-tesoureiro também teria sido ruim, como ocorreu com Delúbio Soares após o julgamento do mensalão. Mas a detenção de alguém da direção nacional que está exercendo a função de cuidar das finanças petistas só ajuda a alimentar a imagem de um partido que se confundiu com a corrupção.
Pelo que se conhece até agora, as provas em relação a Vaccari são basicamente testemunhais. São relatos dados nas delações premiadas de que ele tratava com operadores e corruptores do pagamento de propina.
A tese número um é que ele legalizaria essas propinas aos recebê-las como doações oficiais. Agora, preso, os investigadores podem ter reunido material além do testemunhal.
A presidente Dilma Rousseff cometeu alguns erros na política, mas, em relação a Vaccari, ela defendia o afastamento – estava certa. O partido, porém, temia desagradá-lo em função dos segredos que ele conhece.
O PSDB tem interesse em manter acesos os protestos contra o governo. Como houve menos gente nas ruas no domingo na comparação com 15 de março, o partido subiu o tom em relação ao impeachment da presidente Dilma Rousseff.
Tucanos foram cobrados a comparecer aos atos, sobretudo o senador e presidente do PSDB, Aécio Neves (MG). O senador disse que o partido está buscando provas de crime de responsabilidade e afirmou que impeachment não é golpe, mas uma medida constitucional.
É uma tentativa de dar uma resposta aos manifestantes, mas também uma estratégia arriscada. Aécio tem razão quando diz que o impeachment está previsto na Constituição e, nesse caso, não seria golpe. No entanto, ele mesmo faz a ressalva de que são necessárias provas. E sugere alguns caminhos para tentar obtê-las.
Acontece que, sem prova, como ocorre hoje, impeachment seria golpe. Até agora, os caminhos jurídico e político estão fechados. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse não ver prova para pedir investigação contra Dilma. E o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, disse que vai rejeitar todos os pedidos de abertura de impeachment. Cunha afirmou não ver, hoje, elementos para isso.
Portanto, ao elevar o tom, o PSDB se capitaliza politicamente se encontrar alguma prova. Mas poderá perder força se não achá-la.
Fonte: http://www.blogdokennedy.com.br – Daniela Martins
Blog do Florisvaldo – Informação com imparcialidade – 15/04/2015
Florisvaldo Ferreira dos Santos
Consultor de Seguros e Benefícios