O jornalista Gilberto Dimenstein, fundador do site Catraca Livre, morreu, aos 63 anos, nesta sexta-feira (29/5) em São Paulo. Ele lutava contra um câncer no pâncreas desde agosto de 2019. Amigos e colegas de trabalho do jornalista prestam homenagens nas redes sociais.
Nos últimos meses, Dimenstein falou nas redes sociais e a veículos da imprensa sobre a experiência de descobrir a doença. “Câncer é algo que não desejo para ninguém, mas desejo para todos a profundidade que você ganha ao se deparar com o limite da vida. Não queria ter ido embora sem essa experiência”, escreveu.
“Grande parte da minha vida foi marcada pelo culto a bobagens: ganhar prêmio, assinar matéria na capa, o tempo todo pensando no próximo furo. É como se estivesse passando por um lugar lindo num trem em alta velocidade, vendo tudo borrado.
Quando você tem um câncer (ainda mais como o meu, de metástase e de pâncreas, um tipo muito agressivo), não há alternativa. Ou vive o presente ou sua vida vira um inferno.”
Paulista, Gilberto Dimenstein nasceu em 28 de agosto de 1956. Se formou em jornalismo pela Fundação Casper Líbero, foi chefe da agência de notícias da Folha de S.Paulo e atuou como repórter de vários veículos, como Correio Braziliense e Última Hora. Também foi colunista e membro do Conselho Editorial da Folha de S.Paulo e comentarista da rádio CBN.
Dimenstein também escreveu e traduziu livros para diferentes idiomas, como “A Guerra dos Meninos”, “A Democracia em Pedaços” e “O Cidadão de Papel”, vencedor do Prêmio Jabuti em 1993, mais importante reconhecimento editorial do país. Em 2007, foi apontado pela revista Época como uma das cem personalidades mais influentes do Brasil.
Em 2008 criou o portal Catraca Livre, com foco em temas culturais, cidadania e educação. O site tem forte presença nas redes sociais. No Facebook, somente a página principal do veículo conta com cerca de 10 milhões de seguidores.
Fonte: https://www.correiobraziliense.com.br
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 29/05/2020