O grito de socorro do povo da Macedônia, que chegou ao Apóstolo Paulo através de uma visão durante a noite e assim interrompeu a sua caminhada de evangelização à cidade greco-romana de Éfeso, na atual Turquia – onde tive a honra de visitar as ruínas da cidade -, fez o apóstolo mudar o roteiro para a cidade de Filipos, na Grécia. O clamor macedônico expandiu-se em ação veloz pelas planícies áridas e empoeiradas, e o apelo dramático e angustiado dirigido ao Apóstolo Paulo gerou um fato bíblico de grande significado histórico.
Simbolicamente, a nação brasileira está prestes a fazer semelhante clamor aos céus pedindo inspiração para os homens de boa vontade deste Brasil, no sentido de que seja encontrado o verdadeiro caminho que os conduza à moldagem de um novo padrão de comportamento individual e coletivo, revestido de moralidade e ética, principalmente na gestão da coisa pública! É impressionante ver como são ativos no desmonte moral e patrimonial das nossas instituições, e empresas estatais. Como são ávidos na ação descontrolada em afanar valores dos cofres públicos, que não mais se expressam em milhares ou milhões, mas em bilhões de reais! “PASSA À MACEDÔNIA E AJUDA-NOS!”.
Os escândalos se sucedem com abundância de detalhes criminosos, sempre envolvendo nomes de componentes da nossa República, que um dia já foi chamada de “República Nova”. Era sobre os ombros desses representantes do povo, ilustres frequentadores das páginas policiais, que deveria recair a responsabilidade do bom exemplo à nossa juventude, além de servirem de inspiração e modelo no processo de formação das novas lideranças políticas deste país. Ao invés disso, o que se ouve das pessoas de bem são expressões de um sentimento de tristeza, desabafos de desencanto e incredulidade nos homens, cujo som chega aos nossos ouvidos como o eco de um grito que atravessou o tempo e chegou até nós: “PASSA À MACEDÔNIA E AJUDA-NOS!”.
Conquanto esse grito histórico da Macedônia retrate a ansiedade e desespero de um povo na busca de princípios de fé cristã, o nosso povo está diante de um impasse político cuja solução está nas suas próprias mãos, ou seja, o forte instrumento do voto independente que pode melhorar o rumo das coisas. Para a eficácia da sua ação, basta adotar novos critérios de avaliação dos candidatos que estarão em busca do seu voto, desprezando a subserviência partidária ou qualquer tolerância com o mercado do voto, para então eleger os nomes que, pelo menos no seu conceito de integridade, possam reunir as qualidades mínimas indispensáveis para o desempenho dos cargos desejados.
Apesar das tristezas e decepções que as mazelas transmitem aos sentimentos do cidadão brasileiro a todo instante, felizmente a solução está no âmbito interno e ao seu alcance, por um inalienável direito assegurado pelo regime democrático. Para decepção e vergonha do cidadão brasileiro, governos passados foram aliados e parceiros coniventes com a violência praticada por algumas Ditaduras latinas e africanas, não somente apoiando o esmagamento do grito de liberdade de seus povos, mas, principalmente, ficando solidários com atitudes adotadas que feriram os interesses do Brasil, no caso particular da Petrobrás, na Bolívia.
Essa estúpida conivência de governos recentes com a violência predominante nesses países, no mínimo é a negação do discurso de certos partidos até a chegada ao poder, cujos princípios efusivamente pregados ao longo dos anos são ultrajados pela ambiciosa sedução do poder.
Fazendo uma analogia com a histórica e brilhante frase do Ministro Britânico Winston Churchil, ao exaltar os seus pilotos durante a II Guerra Mundial, mas, adequando-a à nossa realidade, diria que: NUNCA TANTOS MUDARAM TANTO EM TÃO POUCO TEMPO!
Este artigo tem tudo a ver com as eleições que já estão batendo às portas de 5.570 municípios de todo o Brasil, em 2020, e que envolverá cerca de 148,0 milhões de eleitores. E quem bate não é o Lobo mau, são eles, os mesmos de sempre. Só nos resta soltar mais forte o nosso grito: Ó Apóstolo Paulo… PASSA À MACEDÔNIA (ou no Brasil…) E AJUDA-NOS…!
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – Aposentado do BB – de Salvador-BA.
Blog do Florisvaldo – Informação com Imparcialidade – 23/02/2020
8 Comentários
Prezado amigo, se quiseres se aprofundar mais sobre a vida e obra do Apóstolo Paulo, sugiro procurar em algum grupo espirita kardecista o livro psicografado por Chico Xavier ditado por Emmanuel, PAULO E ESTÊVÃO. O amigo saberá toda à verdade desse grande Apóstolo do Cristo. (Rio de Janeiro-RJ).
Parabéns! Excelente! (Salvador-BA).
Acrescentando, Agenor Santos, que por ter a tão propalada democracia, temos uma barreira imensa chamada deseducação, desde básica até a superior. Temos um longo caminho pela frente e sinto que você pode nos ajudar nessa missão espinhosa. (Salvador-BA).
Uma ótima comparação de fatos históricos justificando um pedido justo nesta excelente crônica reeditada . Que ainda permanece atual no assunto focado e que nos remete a observar que o sistema político brasileiro ainda está pendente de uma renovação profunda. Ainda estamos com uma grande quantidade de congressistas e políticos locais atrelados a velhas práticas cartoriais. Nas câmaras de vereadores ainda impera a grande quantidade de assessores justificadas por uma lei esdrúxula que as permite ter um orçamento próprio. Similar ao congresso. E isto prontifica o desmando e o abuso do uso de verbas públicas. E muitos prefeitos ainda se sentem imperadores em um reino fantástico. Precisamos de mais realidade e responsabilidade. E menos fantasia. FOZ DO IGUAÇU
Enquanto os governos municipais, estaduais e federal não adotar a educação como prioridade, vamos ver os eleitores desiludidos e semianalfabetos fugindo de votar ,isso facilita a eleição dos endinheirados, os eleitos que ganham muito dinheiro e comprar os votos para continuar no poder.
Não vemos luz no fim do túnel pois não interessa aos governos o povo esclarecido, assim sendo não vão votar neles! Triste Brasil!
Foi longe, muito bom. (Salvador-BA).
Análise bem oportuna. O caminho apontado é o correto – e único: a escolha pelo voto. Pra mim está difícil é a identificação de nomes. Vivemos em tempos onde os valores morais mínimos estão escassos nos nossos atuais políticos. E cadê as promessas de renovação? Esperemos que, ao se aproximar o dia da escolha, tenhamos alguma opção animadora. (Salvador-BA).
Vejo que você demonstra imensa dedicação no preparo de suas crônicas semanais. Independente da base sobre a qual você foca cada texto, você o faz com pleno domínio e com uma beleza de comparação com o Brasil atual, muito coerente, o que nos impressiona sobremaneira. Meus sinceros parabéns. (Belo Horizonte-MG)