Esta terça-feira (20) é o Dia da Consciência Negra, instituído através da Lei nº 12.519 de 10 de novembro de 2011. A data é um feriado facultativo, cabendo aos estados e municípios a decisão de ser ou não feriado de fato. Na Bahia, apenas Alagoinhas, Lauro de Freitas, Cruz Das Almas, Camaçari e Serrinha decretaram a data como feriado, assim como mais de mil cidades brasileiras. Mesmo considerada a capital negra do Brasil, Salvador ficou fora da lista. No passado, as lideranças do movimento negro da capital baiana foram contrárias, no primeiro momento, ao feriado. A justificativa é que poderia retirar a característica da luta política, causar esvaziamento e transformar a data em um dia de farra. “Em 2010, o então presidente, Lula, anunciou que seria um feriado nacional, tornando qualquer ação do município sem efeito, pois a capital baiana estaria incluída”, contou o ex-secretário municipal da Reparação, Ailton Ferreira.
O não esvaziamento e a participação popular mesmo quando o dia 20 caía aos finais de semana motivaram a busca por decretar o feriado em Salvador. No entanto, a procuradoria geral de Salvador disse que, por lei, não era possível tornar o Dia da Consciência Negra feriado. “Por causa da quantidade de feriados. Salvador já chegou no limite, não pode decretar mais nenhum”, afirmou Ailton Ferreira.”A não ser que substituísse outro feriado, o que é difícil, pois são datas históricas, católicas… Mexer com essas datas simbólicas seria comprar briga com outros setores”, disse ele. Apesar de não ser feriado, a participação dos soteropolitanos é grande. “[A data] fica parecida com a Lavagem do Bonfim. Não é feriado, mas todo mundo vai pra rua. Já está consolidada no imaginário coletivo, no coração das pessoas, como uma data importante, que as pessoas vão celebrar”, afirma Ferreira. (iBahia)