Em 1973, o Brasil testemunhou o lançamento de uma lenda, a icônica Yamaha RD350, também carinhosamente conhecida por Viúva Negra. Ela era uma verdadeira revolução em duas rodas. Nas suas versões iniciais da década de 70, essa máquina possuía imponentes freios a tambor e um simples disco na dianteira, componentes que se revelavam ineficientes diante da proeza da moto em atingir facilmente os 180 km/h. Acelerar essa fera era fácil, mas frear era uma verdadeira façanha, daí o tão famoso apelido.
Equipada com dois carburadores, o motor de dois tempos da RD entregava incríveis 55 Cv, proporcionando uma velocidade final de 199 km/h, algo notável para uma moto de modestas 350 cilindradas. Seu desempenho de 0 a 100 km/h em apenas 6 segundos e o consumo médio de 13 km/l na cidade eram números que desafiavam as expectativas.
Contudo, a verdadeira inovação tecnológica que elevava a RD350 ao patamar de lenda era o sistema YPVS (Yamaha Power Valve System), um engenhoso mecanismo de válvulas controlado eletronicamente. Este sistema, que fechava a saída do escapamento em baixas rotações para aumentar o torque, conferia à moto uma condução mais estável. No entanto, ao ultrapassar os 5 mil RPM, um segundo estágio do acelerador era acionado, proporcionando uma experiência de pilotagem verdadeiramente emocionante.
Na época, a Honda CBX750F, conhecida como Sete Galo, era sua principal rival. Apesar de ter mais potência e torque, perdia nas arrancadas devido ao seu peso consideravelmente maior, além do preço mais elevado, qualquer fã de moto na época sabe que apesar da fama da Sete Galo, com a Viúva Negra não tinha jogo, não tinha como desafiá-la.
Nos dias atuais a Yamaha RD 350 transcende sua função como moto, tornou-se um mito e uma raridade. Muitos aspiram possuir essa moto não apenas pelo seu desempenho, mas também pela nostalgia que ela evoca da juventude. No entanto, é inegável que, hoje, a RD 350 está ultrapassada em diversos aspectos. Seu motor potente contrasta com um quadro, freios e suspensão que demandam uma atenção e habilidade excepcionais do piloto. Por essa razão, a moto foi carinhosamente apelidada de “Viúva Negra”, uma alusão à aranha venenosa, representando a perigosa combinação entre poder e desafio que ela oferece.
Recentemente, uma postagem do renomado caçador de raridades automotivas, Reginaldo de Campinas, agitou as redes sociais ao revelar sua mais recente descoberta: uma Yamaha RD 350 do ano de 1987, ostentando incríveis 17 mil quilômetros rodados.
A Yamaha RD 350, conhecida por sua natureza vigorosa e arrojada, permanece imaculada, mantendo-se em um estado digno de um veículo recém-saído da fábrica, mesmo após mais de 35 anos de uso. Esta motocicleta é verdadeiramente uma sobrevivente, desafiando o tempo e resistindo com bravura ao desgaste natural, mantendo seu esplendor no ano de 2023.
As imagens compartilhadas nesta publicação são testemunhas do estado de perfeição inquestionável da Yamaha RD 350. Cada detalhe reflete não apenas a qualidade de fabricação da época, mas também o cuidado excepcional e a dedicação do proprietário ao longo dos anos. A pintura reluzente, os cromados imaculados e os componentes mecânicos em pleno funcionamento atestam a maestria de design e a durabilidade desta icônica moto.
É fascinante observar como esta Yamaha RD 350, com seu marcante desempenho e estética atemporal, continua a cativar entusiastas e colecionadores, transcendo as barreiras do tempo. A postagem de Reginaldo de Campinas não apenas destaca a raridade da motocicleta, mas também serve como um tributo à engenharia excepcional e à paixão duradoura que permeiam o mundo das raridades automotivas.