Dez mulheres denunciaram, em entrevista ao programa “Conversa com Bial”, da Rede Globo, nesta sexta-feira (07), que foram abusadas sexualmente pelo médium João Teixeira de Faria, mais conhecido como João de Deus, que realiza curas espirituais na Casa Dom Inácio de Loyola, na cidade de Abadiânia, em Goiás.
Famosa no mundo inteiro, a Casa recebe até 10 mil pessoas por mês para atendimentos e cirurgias espirituais, incluindo celebridades, como a apresentadora americana Oprah Winfrey.
Sem mostrar o rosto, as mulheres disseram que João de Deus dizia que elas foram escolhidas para receber a cura e que deveriam procurá-lo na sala dele.
“Ele pegava na minha mão para eu pegar no pênis dele. (…) Ele falava: ‘Põe a mão, isso é limpeza. Você precisa dessa limpeza, é o único jeito de fazer isso’”, disse uma das mulheres.
De acordo com a coreógrafa holandesa, Zahira Leeneke Maus, única mulher que quis se identificar, o médium dizia: “Vire de costas, eu vou te curar” e as violentava sexualmente.
Segundo a coach espiritual, Amy Biank, que levava pessoas para peregrinação na Casa, ela já foi ameaçada de morte por saber o que acontece no local, já que ele é “um homem muito poderoso”.
“Uma das pessoas que trabalhava para ele disse que havia limpado a boca de uma menina e ela achava que era ectoplasma. Estava tão doutrinada que não percebeu que era sêmen”, contou Amy Biank.
A assessoria de imprensa do médium negou todas as acusações e disse que, apesar de não ter sido informado dos detalhes da reportagem, ele “rechaça veementemente qualquer prática imprópria em seus atendimentos”.