BRASÍLIA — Enquanto pré-candidatos à Presidência da República, como Marina Silva (Rede) e Henrique Meirelles (PMDB), anunciam que tentarão atrair o voto dos eleitores de Lula, o PT garante que não abrirá mão da candidatura do ex-presidente ao Palácio do Planalto, mesmo com ele na cadeia.
Na última semana, enquanto o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad e o ex-governador da Bahia Jaques Wagner sinalizaram um possível apoio à candidatura de Ciro Gomes (PDT), a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, tratou de abafar a discussão.
Em carta aberta, Gleisi deu fim a qualquer pretensão de petistas que queiram iniciar negociações sobre o assunto:
“Se Lula é inocente, se a maioria do povo quer votar nele, se à luz da Constituição seus direitos políticos estão assegurados, por que razão deixaríamos de apresentá-lo como candidato? Seria fazer o jogo de seus algozes, que querem uma eleição sem Lula e pretendem com isso dar ares de normalidade democrática a uma disputa que estaria viciada pela ausência do maior líder popular brasileiro”.
Na tentativa de fazer mais barulho em torno da pré-candidatura, o PT apresentou um pedido de liminar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) contra a “Folha de S. Paulo”, o portal Uol e o SBT por terem deixado Lula de fora das sabatinas eleitorais. Na representação, o PT pediu que o TSE “obrigue às reclamadas a dar espaço a um representante da candidatura do ex-presidente Lula”. O pedido foi negado. Após a negativa, os três veículos encaminharam à juíza Carolina Moura Lebbos uma petição para que suas equipes possam entrevistar Lula na prisão.
NELSON MANDELA
Na quinta-feira, o deputado Vicentinho (SP) subiu à tribuna para dizer que a “Confederação Sindical dos Países de Língua Portuguesa” prestava solidariedade a Lula. Integrante do grupo — que reúne associados de Brasil, Portugal, Guiné-Bissau, Angola, Cabo Verde, Moçambique, Timor-Leste, São Tomé e Príncipe e Guiné Equatorial — Vicentinho comparou a situação de Lula a do ex-presidente sul-africano Nelson Mandela:
— A nossa meta é fazer o que nós fizemos quando Nelson Mandela esteve preso. Fizemos campanha por todos os cantos do Brasil e por todos os cantos do planeta. Eu comparo a situação do companheiro Lula a essa condição.
Além do apelo internacional, os parlamentares se esforçam para manter ativa a “Vigília #LulaLivre”, em Curitiba.