O repórter do GLOBO Sérgio Roxo foi agredido por um segurança do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no início da tarde desta segunda-feira, enquanto fazia a cobertura de uma manifestação contrária ao petista em Francisco Beltrão, no interior do Paraná. A agressão ocorreu na área externa do aeroporto da cidade, logo depois de Lula embarcar rumo a Foz do do Iguaçu, onde está programado um novo ato.
Um grupo anti-petista estava no aeroporto para se manifestar contra o ex-presidente. O GLOBO presenciou os seguranças agredindo os rapazes com chutes perto de uma cerca.
Ao perceberem que o repórter havia filmado a cena, pediram para que ele apagasse as imagens. Diante da negativa, um dos seguranças deu um soco no ouvido do repórter. Em seguida, os seguranças deixaram o local junto com o restante da comitiva.
Procurada, a assessoria do ex-presidente ainda não se manifestou sobre o episódio.
Ricardo Pedreira, diretor-executivo da Associação Nacional dos Jornais (ANJ), afirmou que a agressão sofrida pelo repórter é condenável.
— A agressão ao repórter é lamentável e condenável. O jornalista estava trabalhando, cumprindo sua missão de buscar informações e levá-las aos cidadãos. A violência contra repórteres é resultado de postura autoritária, que não aceita o livre exercício da atividade jornalística, que procura impedir a divulgação da realidade dos fatos — disse.
Nesta segunda-feira, os desembargadores do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) negaram o último recurso da defesa do ex-presidente na segunda instância. Lula foi condenado a 12 anos e um mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro no caso do tríplex do Guarujá. Com o resultado de 3 a 0, por unanimidade, o ex-presidente se tornou ficha-suja e deve ser considerado inelegível para as eleições de 2018.
Só após a publicação do acórdão da decisão de hoje do TRF-4, o juiz Sergio Moro poderá determinar a prisão de Lula para cumprir a pena determinada neste processo. O prazo máximo para a publicação do novo acórdão é 5 de abril, um dia após a data em que o Supremo Tribunal Federal (STF) vai terminar de julgar o habeas corpus preventivo de Lula. Na quinta-feira passada, o Supremo decidiu que o petista não poderia ser preso até 4 de abril.