Os prefeitos investigados na operação Offerus, deflagrada nesta terça-feira (21) pela Polícia Federal, recebiam propina mensal de R$ 50 mil. A informação é da delegada da PF, Luciana Matutino.
A operação da PF em conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU) tinha como objetivo desarticular um esquema criminoso de fraude a licitações, superfaturamento, desvio de recursos públicos, corrupção ativa e passiva e lavagem de ativos envolvendo a contratação do serviço de transporte escolar nos municípios de Salvador, Alagoinhas, Casa Nova, Conde, Ipirá, Jequié e Pilão Arcado.
Segundo os investigadores, as licitações eram direcionadas para beneficiar um grupo de empresas pertencentes ao empresário identificado até o momento com Alex. Ele terceirizava integralmente a execução dos contratos para motoristas locais a preços inferiores, apropriando-se da diferença, que lhe rendia cerca de 300 mil reais mensais. Parte desse valor era utilizado para pagamento de propina aos servidores públicos envolvidos no esquema.
“Essas empresas venceram licitações nos municípios envolvidos. As licitações eram fraudadas e superfaturadas. Com a diferença do valor que se apropriava, ele pagava propina a agentes políticos e a seus parentes”, disse a delegada durante coletiva de imprensa na sede da PF, em Salvador.
“Alguns prefeitos que estão em exercício receberam propina diretamente seja em espécie, seja em transferência bancária. Outros prefeitos e ex-prefeitos receberam através de pessoas próximas não parentes. Os dois prefeitos afastados receberam propina diretamente”, ressaltou.
A Justiça determinou o bloqueio de R$ 38 milhões em valores e bens pertencentes aos investigados, sendo esse o valor do superfaturamento e do desvio apurado em auditorias realizadas pela CGU em apenas dois dos municípios investigados, Alagoinhas e Casa Nova.
*Com informações da repórter Chayenne Guerreiro