Sentar diante da TV ou ao lado de um amigo a fim de saber informações da vida alheia pode revelar muito sobre você. Apesar de prazeroso, o ato de acompanhar ou fazer fofocas não é bem visto na sociedade e, embora pessoas neguem espalhar histórias num interminável telefone sem fio, quem se insere nesse contexto pode ter sérios problemas consigo mesmo, alerta especialista. É preciso ficar atento!
Para preservar suas próprias imagens, indivíduos mentem sobre coisas das quais gostam – como fofocar – por medo de repreensões, como afirma a psicoterapeuta Ana Maria Coelho, 60 anos. Para ilustrar o ponto de vista da profissional, recentemente o site Metrópoles realizou, nesta sexta-feira (22/2), uma enquete no Instagram. Diante da pergunta “Você gosta de uma fofoca?”, 55% dos seguidores afirmaram: “Deus me livre”; enquanto 45% deram de ombros e admitiram: “Quem não gosta?”. Participaram da pesquisa 1.578 pessoas.
Mentindo ou não sobre gostar de saber da vida do outro, a maioria das pessoas se isenta de questionamentos reflexivos como esses. Mas é preciso ter consciência de temas que podem denegrir a imagem de outro alguém, como aconselha a psicoterapeuta. Às vezes, uma simples conversa aparentemente inofensiva pode render – ou trazer à tona – problemas para quem propaga o assunto ou o acompanha com entusiasmo.
Por que as pessoas gostam de fazer fofocas?
A fofoca, porém, pode ser vista como ato social, a fim de aproximar e criar relacionamentos. Em contrapartida, quando por finalidade de “falar mal” de indivíduos alheios, esse ato social é inteiramente negativo, como esclarece Ana Maria.
Há uma explicação singela para o hábito de espalhar notícias com o objetivo de manchar a reputação de outras pessoas. Segundo Ana Maria, autores destas atitudes costumam ter baixa autoestima mesclada com “falta do que fazer”. “Indivíduos que criticam demais têm falta de autoestima, não estão bem com eles mesmos. Projetam para fora aquela insatisfação interna”, diz.
Por ter sofrido desafetos no passado, algumas pessoas são propensas a compactuar com o conhecido “telefone sem fio”. Conforme a especialista, estes autores não têm uma boa imagem se si e, por vezes, sentem inveja daqueles que detonam. Apesar disso, Ana Maria garante que “quem fala dos outros com frequência nem sempre têm autoconsciência do que fazem”.
Para deixar de ser fofoqueiro
O maior tratamento para anti-fofoca, segundo Ana Maria, é o autoconhecimento. “Quando nos conhecemos, não queremos repetir atos ruins do passado ou que vemos em outros”, diz a especialista. Além de sugerir acompanhamento psicológico em casos mais graves — quando se é viciado em espichar o pescoço, sempre à procura de relatos alheios –, Ana também chama a atenção para as más amizades.
Quando seu grupo costuma se reunir para xeretar a vida dos outros, é melhor “rever amizades, mudar de ambiente e recomeçar”. “Relações desse tipo – e em qualquer situação negativa – são tóxicas”, diz Ana, declarando que o indivíduo pode ficar queimado para a sociedade por causa de seu círculo fraternal.