Polícia Federal cumpre sete mandados de busca e apreensão na manhã desta segunda-feira (26), na Operação Cartão Vermelho, que apura irregularidades na contratação dos serviços de demolição, reconstrução e gestão da Arena Fonte Nova.
A obra, segundo laudo pericial, foi superfaturada em valores que, corrigidos, podem chegar a mais de R$ 450 milhões, sendo grande parte desviado para o pagamento de propina e o financiamento de campanhas eleitorais.
Policiais estão no apartamento ex-governador da Bahia e secretário de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia, Jaques Wagner, no Corredor da Vitória, em Salvador. O advogado de Wagner, Pablo Domingues, esteve no prédio e disse à reportagem da TV Bahia que ainda está apurando a situação e que foi surpreendido pela a operação.
O imóvel fica localizado no 13º andar da Mansão Victory Tower, no Corredor da Vitória, área nobre da capital baiana.
Agentes da Polícia Federal cumprem mandados, também, em um escritório no terceiro andar do empresarial Max Center, localizado no bairro do Itaigara.
Dentre as irregularidades que foram apontadas no inquérito policial, estão fraude na licitação, superfaturamento, desvio de verbas públicas, corrupção e lavagem de dinheiro.
Conforme apurado durante as investigações, a licitação que culminou com a Parceria Público- Privada (PPP) foi direcionada para beneficiar o consórcio Fonte Nova Participações (FNP), formada pelas empresas Odebrecht e OAS. Procurado pelo G1, o consórcio informou que está colaborando com as autoridades e ficou de enviar um comunicado por e-mail.
Os mandados, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, são cumpridos em órgãos públicos, empresas e endereços residenciais dos envolvidos no esquema criminoso, e têm por objetivo possibilitar a localização e a apreensão de provas complementares dos desvios nas contratações públicas, do pagamento de propinas e da lavagem de dinheiro. Os locais alvos de mandados não foram divulgados pela PF.
Em decisão de 2016, o Pleno do Tribunal de Contas do Estado da Bahia (TCE/BA) considerou ilegal o contrato no modelo de Parceria Público-Privada (PPP) que realizou a reconstrução da Arena Fonte Nova, em Salvador, para a Copa do Mundo de 2014. No parecer, os conselheiros do órgão consideraram que houve gastos excedentes nos custos das obras.
Fonte: G1/BA