Criticado muitas vezes por alguns atitudes fora de campo, Neymar tem dados muitos exemplos de humanidade que na maioria das vezes passam desapercebidos pela grande mídia.
Enquanto o futebol caminha a todo vapor na Europa e o craque tenta levar o PSG ao título da Liga dos Campeões, a pandemia do novo coronavírus se agravou no Brasil, que chegou a registrar mais de 4 mil mortes em um só dia e tem, hoje, vários estados adotando medidas restritivas.
O Instituto Neymar Jr., mantido pela família do camisa 10 do PSG e seus patrocinadores, atendia cerca de 3 mil crianças e adolescentes carentes em Praia Grande. Está com as portas fechadas por causa da covid-19 desde março de 2020. Os 142 funcionários e colaboradores, porém, seguem recebendo seus salários integrais e com acesso a plano de saúde —a folha é de mais de R$ 600 mil reais mensais.
A promessa é manter a estrutura como está até o fim da pandemia, e foi feita pessoalmente por Neymar da Silva Santos, o Neymar pai, em vídeo enviado aos funcionários em maio do ano passado. Os valores têm saído das contas do próprio jogador e das de sua família, já que as empresas apoiadoras também enfrentaram dificuldades no período.
“O Instituto completou um ano de portas fechadas devido à pandemia do covid-19. Eu e minha família estamos mantendo toda a estrutura, com 142 funcionários recebendo seus salários e benefícios integralmente. Temos feito isso com recursos próprios, devido à dificuldade de empresas e apoiadores seguirem nos dando o apoio necessário”, explica Neymar pai.
Ao site UOL Esporte, funcionários do Instituto relataram apreensão conforme a pandemia foi se estendendo. Principalmente depois que o Governo Federal editou medidas provisórias autorizando cortes salariais e reduções de jornada. O anúncio de Neymar pai foi recebido com surpresa e alívio.
“No início achei que fosse durar um mês, um mês e meio. O tempo foi passando, começaram a vir as notícias, e deu um pouco de medo. Pensei que em algum momento iam precisar dispensar todo mundo”, conta o auxiliar de almoxarifado Diogo Rodrigues. “Eu não tenho filhos, fiquei pensando muito nos meus amigos do instituto, que trabalham comigo. Gente que tem família grande e a renda é toda do Instituto, família depende do convenio. Eu tive medo por todo mundo”.
Um desses casos era o do professor de judô Gilberto Moyano, conhecido pelos alunos como Giba: ele e a esposa são funcionários do Instituto. Se um fosse demitido, o outro possivelmente seguiria o mesmo caminho. “A gente depende 100% do Instituto. Então foi aquela apreensão. A gente estava apreensivo, sim. Também estava na expectativa se ia voltar, quanto ia voltar, tinha insegurança tanto pelo trabalho como pela nossa saúde”, conta ao repórter Pedro Lopes do Uol Esporte.