Nesta sexta-feira (26), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva concedeu uma entrevista exclusiva para jornalistas do EL País e do jornal de S.Folha, em um auditório da superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Durante as duas horas e dez minutos de conversa, Lula falou sobre a morte do neto, o governo de Bolsonaro, a vida na prisão, as acusações que responde e deixou claro que quer provar sua inocência.
Na entrevista, quando foi questionado sobre a possibilidade de não sair mais da prisão Lula disse que não tem problema. “Eu tenho certeza de que durmo todo dia com a minha consciência tranquila. E tenho certeza de que o [procurador Deltan] Dallagnol não dorme, que o [ministro da Justiça e ex-juiz Sergio] Moro não dorme”.
Lula desabafou que algumas coisas, além da morte do irmão Vavá, do neto e do ex-deputado Sigmaringa Seixas, o deixaram triste na prisão.
“Quando vejo essa gente que me condenou na televisão, sabendo que eles são mentirosos, sabendo que eles forjaram uma história, aquela história do powerpoint do Dallagnol, aquilo nem o bisneto dele vai acreditar naquilo. Esse messianismo ignorante, sabe? Então eu tenho muitos momentos de tristeza aqui. Mas o que me mantém vivo, e é isso que eles têm que saber, eu tenho um compromisso com este país, com este povo”, contou o ex-presidente.
Ele também falou que deseja provar sua inocência: “Eu trabalhar muito para provar minha inocência e a farsa que foi montada”.
Em outro momento, Lula voltou a falar da possibilidade de não ser solto. “Fico preso cem anos. Mas não troco minha dignidade pela liberdade”.
A entrevista estava sendo negociada com a defesa de Lula desde o ano passado e só foi realizada depois da interferência do Supremo Tribunal Federal.