Um dia antes de uma jovem dá à luz ao filho no corredor do Hospital Menandro de Farias, uma mulher teve um bebê no banco de uma praça a poucos metros da unidade de saúde, após também não conseguir ser atendida no local, que fica em Lauro de Freitas, região metropolitana de Salvador.
A grávida foi informada pelos funcionários do hospital que não tinha médico obstreta na unidade. O parto foi feito na rua por uma amiga, uma vendedora ambulante e mototaxistas. Mãe e bebê foram levados, por uma equipe do Samu, para uma unidade de saúde que não foi informada. A mãe e a criança passam bem.
Ao chegar no hospital, a mulher, que não foi identificada, falou com o segurança da unidade que estava com muitas dores e pediu para ser levada por uma ambulância para outra unidade de saúde onde pudesse ter o bebê.
Após esperar por um tempo na unidade, a grávida, que estava acompanhada de uma amiga, decidiu ir embora. Com apenas R$ 20 nas mãos, a gestante chegou a solicitar uma corrida para um taxista que estava nas proximidades do hospital, mas ele cobrou R$ 30 pelo serviço e se negou a levar a mulher até outra unidade de saúde.
“A gente chegou no Menandro [hospital] e peguei o documento dela. Da forma que eles [funcionários] estavam, escutando música, falaram que não tinha obstreta. Mandaram ela voltar para casa. Um hospital desse, grande. Não é só com ela que aconteceu, é com todas as mães. Ela estava com muita dor, não tava mais segurando. A gente teve que sair do Menandro até o mercado andando, em Lauro de Freitas, na madrugada. Quando a gente chegou no mercado, ela não aguentou a dor, ela pariu”, desabafou, Aline Miranda, amiga da gestante.
“Não sabia o que fazer. Tive que gritar socorro. Os mototaxis que vieram socorrer a gente. Eu agradeço muito a uma moça, que trabalha lá vendendo cerveja, que veio com o pano e fez o parto dela, sentada, no banco da praça. Isso é uma vergonha”, relatou Aline.
Conforme a diretora de gestão da rede hospitalar da Secretaria Estadual de Saúde (Sesab), Tereza Paim, apesar da falta do obstreta, o Hospital Menandro Farias possui outros profissionais que podem dar assistência a gestantes.
“O acolhimento é necessário. A gente, às vezes, não tem o obstreta. É uma classe de especialistas que nem sempre está disponível, mas a gente tem um enfermeiro obstreta, um médico clínico, que no caso da segunda paciente, acolheu a paciente. Então, não necessariamente será o obstreta que dará o primeiro atendimento, existem todos os fluxos de acolhimento que fazem isso acontecer” afimrou Tereza.
Segundo a diretora de gestão hospitalar da Sesab, a Secretaria de Saúde e a direção do hospital vão reforçar a capacitação dos funcionários da unidade médica para evitar novos casos. “Nesse caso específico, nós conversamos com a diretoria e reforçamos a capacitação do pessoal para que entendam o acolhimento”, disse Tereza.
De acordo com a diretora de gestão, novos profissionais devem ser contratados para atender à demanda. (Fonte: G1/BA)