Lutando contra grave doença, Beto Barbosa desabafa “Minha ficha ainda não caiu”

Desde agosto, Beto Barbosa luta contra um câncer na próstata e outro na bexiga. O cantor, de 63 anos, tem compartilhado no Instagram detalhes do tratamento, que envolveu cirurgia e, posteriormente, quimioterapia. Nesta segunda (12), o artista fez a última sessão de quimio e festejou na rede social. Em conversa com QUEM, ele contou o que vem daqui para frente. “Fiz ontem a última sessão de quimioterapia. No dia 21 de novembro faço um exame, chamado PET Scan, para saber como ficou a doença, se regrediu bastante, para ver tudinho e, em janeiro, depois do Réveillon, opero para tirar a bexiga e a próstata”, disse.

Declaradamente hipocondríaco, Beto contou que sempre fez todos os exames de rotina. Mas não foi em um deles que o cantor descobriu a doença. “Comecei a sentir dor nos testículos e na uretra quando ia malhar. Era uma dor fora do comum. Precisava sair da esteira porque não conseguia correr. Isso aconteceu no início de novembro do ano passado. Fui no médico em Fortaleza e ele disse que eu estava com uma infecção urinária. Tomei antibiótico e deu uma melhorada na dor. Mas voltou a doer quando eu ia urinar. Quando eu estava terminando de urinar era uma dor absurda. Fui ao médico de novo e, novamente, ele me disse que eu estava com infeção urinária”, lembrou.

Foto reprodução

Depois de ir a três médicos em Fortaleza e todos dizerem que ele estava com infecção urinária, Beto foi fazer um show em Salvador. “Isso já era em janeiro deste ano e eu quase tive que cancelar porque não aguentava de dor. Fui para o hospital e tomei tipo uma morfina. O médico me viu e disse o seguinte: ‘você está com uma displasia, vamos fazer uma raspagem na próstata’. Marquei a data da cirurgia, mas quando fui fazer os exames de risco cirúrgico, a médica que fez o meu teste de esforço me colocou para correr e disse que eu estava infartando. Resultado: não me deixaram sair do hospital”, recordou.

Beto disse que foi submetido a um cateterismo. “Não deu nada. Meu coração estava bom, só tinha um princípio de angina. Me aborreci com aquela situação, que foi em julho, e resolvi ir para o Einstein. Entrei lá às 9 da manhã e às 4 da tarde já sabia que estava com câncer. Isso foi no dia 10 de agosto”, disse ele, acrescentando que ficou sob os cuidados do cirurgião geral e urologista José Antonio Domingos Cianciarulo Longo. “Fiquei assustado quando o Dr. Longo me disse que eu estava com câncer. Ele disse assim: ‘deu uma alteração no seu exame, confesso que fiquei surpreso, não imaginava isso, é um câncer muito agressivo e estou muito preocupado. Porque ele vai se espalhando’. Eu me tremia todo, as pernas, o queixo, tudo. É uma sensação de impotência, de morte, de vou morrer, de acabou tudo para mim, vou ficar numa cama, vou emagrecer, vem tudo isso na cabeça. E você fica preocupado com o seu trabalho, com o seu dia a dia”, lembrou.

Com o diagnóstico em mãos, Beto foi operado pelo Dr. Longo e depois encaminado para o oncologista Fernando Maluf. “Sou uma pessoa de muita fé. Converso com Deus toda hora, estou falando com você agora e rezando o terço. Não tinha essa percepção da evolução do tratamento do câncer antes de precisar fazer. Todo esse ambiente ajuda: as enfermeiras, por exemplo, estão sempre brincando e tem uma equipe de vários médicos que posso ligar a qualquer hora. Tem adesivo que uso para não sentir dor, remédio para ajustar as náuseas. As pessoas vão te ajudando, a família. O que me deixa triste é que nem todo mundo no Brasil consegue atingir esses bons médicos. Eu sei o que é o sofrimento do tratamento de câncer. Não desejo isso para ninguém”, afirmou.

Beto contou que perdeu o paladar completamente. “Não sinto gosto de nada. Comida azeda melhora um pouco e dá mais vontade de comer. Não consigo mais comer pão nem beber água porque me dá vontade de vomitar. Bebo chás e sucos. Tomo uma vacina para levantar minha imunidade e meu cabelo só não caiu porque usei toucas que evitam a queda. A minha pele mudou, o pelo do meu corpo caiu todinho. Por incrível que pareça engordei. Tenho 1,77 m e pesava 89 Kg, estou com 100 Kg. A quimio provoca muita retenção de líquido”, explicou.

À espera do exame que dirá quando será sua nova cirurgia, Beto ainda se sente confuso com a doença. “Estou tão aéreo… Essa noite não consegui dormir. Às 4 da manhã, eu já estava assistindo TV. A quimio mexe muito comigo. Tive um processo muito grande de soluço. A minha ficha ainda não caiu. Os médicos são muito claros: eles dizem que minha chance de viver é 50/50, mas garantem que vão cuidar e fazer tudo que tem que ser feito. Não mudei depois da doença. Sempre ajudei o mundo à minha volta e estive colado com Deus. Acredito no mundo espiritual, mas é muito difícil o que estou passando”, disse ele, que tem shows marcados para os dias 24 de novembro e 8 de dezembro em Fortaleza. (Fonte: Revista Quem)

Gabriel Araújo: Jornalista, produtor de conteúdo digital, especialista em servidores Linux e Wordpress. Escreve sobre Carros, política, Esportes, Economia, Tecnologia, Ciência e Energias Renováveis.