Não é verdade que o candidato à Presidência pelo PT, Fernando Haddad, “é o criador do kit gay para crianças de 6 anos”, como têm alardeado imagem, vídeo e corrente que passaram a circular com mais força no WhatsApp e no Facebook após a definição do segundo turno das eleições no dia 07 de Outubro.
O chamado “kit gay” é, na verdade, o projeto Escola Sem Homofobia, produzido em 2011 por organizações de defesa da população LGBT em convênio com o FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), uma autarquia do Ministério da Educação, à época sob gestão de Fernando Haddad. A verba para o projeto — cerca de R$ 1,9 milhão — foi obtida por meio de uma emenda parlamentar da Comissão de Legislação Participativa do Congresso Nacional.
Composto de três vídeos, seis boletins e um caderno com orientações para os educadores, o material não era destinado “a crianças de seis anos”, mas a estudantes do ensino médio, adolescentes e pré-adolescentes. Duas das peças audiovisuais contidas no projeto tinham classificação indicativa a partir de 11 anos, e uma era livre. Ainda assim, o caderno do Escola Sem Homofobia recomendava aos educadores “assistir/ouvir e verificar se o material é adequado à reflexão sobre o tema e a seu público”. As atividades também eram propostas como sugestões, e não parte de uma disciplina obrigatória.
O projeto Escola Sem Homofobia não chegou às escolas públicas brasileiras, tendo sido vetado pela então presidente Dilma Rousseff (PT) após pressão da Frente Parlamentar Evangélica na Câmara dos Deputados. Portanto o candidato do PT não é o pai do Kit Gay.