Glenn Greenwald explicou, durante participação no Pânico desta quinta-feira (13), qual foi a situação com a Globo, que teria sido procurada por ele para publicar as conversas, mostradas em reportagens do The Intercept, vazadas entre o então juiz Sergio Moro e o procurador Deltan Dallagnol.
O jornalista lembrou de quando trabalhou lado a lado com a Globo, durante o caso de Edward Snowden, em 2013. “Ganhamos Prêmio Esso, sempre achei os jornalistas muito profissionais (…). A Globo é um veículo muito importante no país, mas não sabe como receber críticas”, analisou.
Segundo Glenn, a Globo foi procurada: “Falei sobre a possibilidade de trabalharmos juntos, o problema é que seis meses atrás tinha um material muito importante, a resposta que recebi é que Marinho proibiu qualquer pessoa de trabalhar comigo por causa das críticas que eu estava fazendo [contra a Globo].”
Ele, então, disse, antes de debater o conteúdo do que ele tinha em mãos, que queria ouvir que “não há proibição” com o seu nome. De acordo com ele, a Globo nunca respondeu.
“Agora eles [a Globo] sabem que nós temos um arquivo enorme de grande importância, que todos os jornalistas estão pedindo, menos a Globo, porque querem esconder o material”, rebateu.
O que diz a emissora
Em comunicado enviado à Jovem Pan, Ali Kamel, Diretor Geral de Jornalismo da Rede Globo, rebateu as acusações. De acordo com a nota, o jornalista “mentiu” ao dizer que a emissora havia proibido qualquer funcionário de trabalhar com ele.
“Glenn Greenwald mente quando diz que há seis meses ouviu de mim que João Roberto Marinho proibiu qualquer pessoa de trabalhar com ele. Não vejo Glenn Greenwald desde 2013. A mentira se desfaz por si: se fosse verdade que ele ouviu tal absurdo do próprio diretor de jornalismo da Globo, o que o faria procurar o “Fantástico” semana passada com nova proposta de trabalho?”, questionou Kamel.
O comunicado ainda afirma que “Glenn também mente quando diz que perguntou há uma semana se a Globo tem algo contra ele e não ouviu resposta”. “Por três vezes, ele ouviu do jornalista que o atendeu, na redação do “Fantástico”, que a Globo nada tinha contra ele. E justificou: se tivesse problema, eu o receberia em plena redação? Repito: Glenn exigiu que a Globo se comprometesse, de maneira irrevogável, a publicar a tal bomba sem que o assunto fosse revelado a ela antes. A isso se chama cheque em branco. A Globo não dá cheque em branco a ninguém, especialmente a Glenn Greenwald.”