Em São Paulo a briga vai ser boa! Saiba como foi a segunda noite do Grupo Especial depois que as sete escolas de samba passaram pelo sambódromo do Anhembi na segunda noite de desfiles do Grupo Especial do Carnaval paulistano de 2018, no último sábado (10), e durante toda a madrugada deste domingo.
Vejam como foi apresentação, ficha completa e fotos do desfile de cada escola no site: http://www.srzd.com/carnaval/sao-paulo/briga-boa-segunda-noite-do-grupo-especial/
X-9 PAULISTANA
Atual campeã do Grupo de Acesso, a X-9 Paulistana abriu a segunda noite de desfiles em São Paulo, no sambódromo do Anhembi, na noite do último sábado (10).
Foi o reencontro da tricolor da Zona Norte com o Grupo Especial, com arquibancadas lotadas e muita emoção no final.
Na já distante década de noventa, a X-9 Paulistana se colocou entre as grandes escolas de samba da cidade. Com autoridade, faturou o campeonato de 1997, tornando-se a sétima agremiação a conquistar um título no Grupo Especial em São Paulo.
Voltou ao topo, no ano 2000. – Nas duas últimas décadas, ainda foi, por duas oportunidades, vice-campeã. Consolidou-se.
Mas 2016 reservou um golpe amargo para o pavilhão tricolor; a queda para a divisão de Acesso após um desfile cheio de incidentes no Anhembi. Forte, voltou logo na sequência, como campeã. Foi bonito ver esse reencontro em 2018.
A coreógrafa de comissão de frente Yascara Manzini e seus bailarinos abriram a segunda noite com a autoridade da nota 40 conquista em 2017.
A experiente e conceituada artista apostou na irreverência para o número executado por sua trupe. Presente de grego de Deus foi o tema da exibição, leve e descontraída, contando com troca de elenco e apoio de elemento alegórico.
IMPÉRIO DE CASA VERDE
A segunda escola de samba a desfilar neste sábado (10) de Carnaval no sambódromo do Anhembi em São Paulo foi a Império de Casa Verde.
Sua passagem era uma das mais esperadas pelo público, não só pela tradicional qualidade visual de seus espetáculos, mas também, pelas promessas de inovação para a apresentação de 2018.
“Caçula do Samba”. – Com essa alcunha, a Império chegou na principal divisão do samba paulistano, em 2003.
E se era jovem, era também prodígio. – Logo de cara, mostrou seu poderio, financeiro e sambístico. O segundo, alimentado por muita gente que entendia do riscado e chegou vindo de outras coirmãs da cidade. Cresceu, agigantou-se.
A então caçula tornou-se “gente grande” e virou protagonista da festa.
Aos 23 anos de vida, passou pela adolescência e atingiu a maioridade. Em 2018 prometia fazer algo totalmente diferente de tudo já feito por ela nessa jovem e vitoriosa caminhada. Na contramão da boa parte das escolas de samba do país, tocou o dedo na ferida ao abordar o atual cenário político e social do Brasil.
O coreógrafo de comissão de frente André Almeida, renomado artista do segmento, foi novamente o responsável pela abertura do cortejo azul e branco. Num número bastante criativo, trouxe a revolução francesa como tema.
MOCIDADE ALEGRE
Numa noite recheada de gigantes do Carnaval paulistano, a Mocidade Alegre foi a terceira a desfilar na madrugada deste domingo (11) no sambódromo do Anhembi, em São Paulo.
A escola da Zona Norte trouxe mais uma homenagem, das muitas planejadas pelas escolas de samba neste 2018, com a presença de Alcione, com o tema “A voz da Marrom que não deixa o samba morrer”.
O sexto lugar no Carnaval de 2017 não está engasgado na garganta da Mocidade Alegre.
Pelo menos é o que garante sua presidente, Solange Cruz.
O fato é que ficar de fora da apoteose, junto das campeãs da cidade, é algo raro, neste século, para esta agremiação. Nesta noite, a “Morada do Samba” pisou na Avenida querendo retomar a trajetória de sucesso.
Pelo segundo ano seguido, o coreógrafo da comissão de frente da Mocidade foi Jhean Alex, vencedor do Prêmio SRzd Carnaval SP 2017 na categoria.
Na apresentação desse ano, nada de apoio de elementos alegóricos, usado pela maioria das escolas. A aposta foi na dança e no talento dos integrantes da trupe, fantasiados de borboletas, em performance executada com precisão.
Lá vem eles, deslumbrando a passarela! – Assim foi mais uma passagem do primeiro casal da Mocidade pela Avenida; Emerson Ramires e Karina Zamparolli.
Há seis anos juntos, se conhecem pelo olhar. Sempre buscando a perfeição que tem valido um caminhar fantástico em termos de notas para a dupla. A busca é constante pelo sincronismo total para garantir o melhor. Em 2017 conquistaram um 9,9 e três notas dez. Nesta noite, não foi diferente. A sintonia da dupla ficou evidenciada no bailado tradicional imprimido por eles.
GAVIÕES DA FIEL
Logo após a “Escola do Povo”, outra agremiação popular na pista; a Gaviões da Fiel.
A arquibancada permaneceu preta e branca, e vidrada para assistir ao quinto desfile da madrugada deste domingo (11) no sambódromo do Anhembi em São Paulo.
Fogos, sinalizadores, bandeiras e faixas. Em clima de estádio, assim, chegou a tribo alvinegra.
Tetracampeã do Grupo Especial, a “Torcida que Samba” acumula um jejum de 14 anos sem título.
Nesse período, dois rebaixamentos e seis anos sem sequer voltar entre as campeãs.
Porém, a expectativa para este concurso, cresceu. A Fiel veio para reencontrar-se com seu DNA vencedor e ocupar novamente o lugar que já foi seu, por tantas vezes.
Novidades para virar o jogo. Logo na comissão de frente, Edgar Junior coreografando a trupe, encenando rituais indígenas, também sem apoio de tripés ou elementos alegóricos, assim como a coirmã Mocidade Alegre.
Um guerreiro com brilho no olhar exalando emoção. – Este é Wagner Araujo, primeiro mestre-sala da Gaviões da Fiel.
Fez seu quarto desfile. A cada ano sua performance se solidifica e, numa crescente, se destaca no meio como um grande dançarino. O dinamismo é presente no ato de seu bailado, se deixa levar pela massa sem perder a consciência técnica. Ao seu lado, Adriana Modjian.
Formada em dança clássica, está na escola desde criança, passando por diversas categorias de hierarquia do pavilhão, até que, em 2015, fez seu primeiro desfile como principal. Drika é porta-bandeira arrojada, traz no seu repertório movimentos do clássico. No último concurso tiveram apenas uma nota que não o dez, um 9,9. Lindos, num figurino todo em preto, esbanjaram talento.
DRAGÕES DA REAL
Uma das favoritas: Sob essa expectativa a Dragões da Real entrou na passarela do samba na madrugada deste domingo (11) no sambódromo do Anhembi, quando foi a sexta escola a desfilar pelo Grupo Especial paulistano.
As duas últimas décadas revelaram uma nova força no Carnaval paulistano.
Em 2001, a Dragões da Real, recém-fundada, integrava o Grupo 4 da Uesp, a União das Escolas de Samba Paulistanas, primeiro degrau na hierarquia dos concursos na cidade.
E foi subindo, rapidamente, até chegar ao seleto grupo principal, onde é a atual vice-campeã.
“Engasgada” com a perda do campeonato de 2017, na última nota, do último quesito, veio feliz para buscar a inédita e sonhada taça.
Poucas novidades: Afinal, em time que está ganhando, não se mexe.
Uma das mudanças no elenco tricolor, veio na comissão de frente, coreografada por Roberta Melo.
Cheia de elementos visuais, encenações, grandes nomes da música caipira caracterizados com perfeição e a presença do cantor Sério Reis, no alto do tripé, foram destaques.
- Esse foi o ano em que Rubens de Castro começou sua jornada como mestre-sala, na tradicional Unidos do Peruche, ao lado de Zélia de Oliveira. Ele vem, desde então, desenvolvendo um trabalho de fôlego na dança, acrescentando em seu currículo passagens por importantes escolas de samba da cidade, conduzindo grandes damas.
Há onze anos é o primeiro da Dragões. Seu par, a jovem Evelyn Silva, de 20 anos. Foi o segundo ano de parceria. Ela assumiu o posto com a incumbência de manter o alto nível das notas da agremiação no quesito, e assim o fez com arrojo e graciosidade em 2017. Sob a orientação do mestre, está se destacando e acendendo uma chama que poderá iluminar por muitos anos seu caminhar na arte. Na estreia da dupla, três notas máximas e um 9,8.
Nesta madrugada, mostraram ainda mais cumplicidade na performance, trajando lindas fantasias, em amarelo e preto, cumprindo com brilhantismo a tarefa de grande responsabilidade, vindo logo no primeiro setor do desfile.
UNIDOS DE VILA MARIA
A “Mais Famosa”: Foi dela a missão de encerrar os desfiles do Grupo Especial paulistano na manhã deste domingo (11) no sambódromo do Anhembi em São Paulo.
A Unidos de Vila foi a sétima e última agremiação a passar pela Avenida.
Desde sua volta mais recente para o Grupo Especial, em 2014, a Unidos de Vila Maria segue em busca de regularidade no concurso.
Dona de uma das mais apaixonadas comunidades, a Vila é um dos símbolos do Carnaval na cidade. Embora nunca tenha levantado um título da divisão principal, está entre as gigantes da festa.
É um retrato de que, nem sempre, a conquista de um campeonato é algo essencial para o engrandecimento de um pavilhão. Além da paixão de seus torcedores, apoia-se na força dos projetos sociais, uma de suas marcas, e referências no segmento.
Nessa caminhada, a escola da Zona Norte apostou no bom humor, na alegria e na leveza, quando contou a cultura mexicana na Avenida sob a ótica do ator Roberto Bolaños.
Ele voltou. Renan Banov foi o responsável pela comissão de frente da Vila.
A trupe trouxe uma simulação de rituais de antigas civilizações mexicanas, também, sem apoio de tripé ou elemento alegórico.
Ela, uma diva da passarela, com mais de 20 anos de dança e, neste período, acumulando passagens fantásticas ao lado de grandes mestres. Continua arrebatando olhares e provocando suspiros com o seu bailar. Lais Moreira é um sucesso.
O desfile desta manhã guardava um desafio; a busca do sincronismo ideal, já que este foi o primeiro ano com Everson Sena. Na dança há uma década, defendeu o Camisa Verde e Branco antes de chegar na Pérola Negra, onde foi primeiro mestre-sala. Com a saída da escola da Vila Madalena, foi convidado por Lais para juntos conduzirem o símbolo maior da entidade. Ao lado de Edgar Carobina, Lais foi nota 40 em 2017.
Porém, a estreia teve um triste incidente. Problemas na roupa de Lais, ainda no primeiro setor, fizeram ficar sem a saia, o que comprometeu todo o figurino e, evidentemente, a evolução do casal. Everson improvisou um tecido para proteger a dama. O primeiro pavilhão foi passado para o segundo casal, Jéssica e Bruno.
Fonte: http://www.srzd.com
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade -11/02/2018