Sete escolas de samba passaram pelo sambódromo do Anhembi na primeira noite de desfiles do Grupo Especial do Carnaval paulistano de 2018, na noite da última sexta-feira (9), e durante toda a madrugada deste sábado.
Vejam como foi apresentação, ficha completa e fotos do desfile de cada escola no site: http://www.srzd.com/carnaval/sao-paulo/veja-destaques-da-primeira-noite-do-carnaval-sp/
INDEPENDENTE TRICOLOR
Pela primeira vez em sua jovem história, a escola de samba Independente Tricolor desfilou pelo Grupo Especial do Carnaval paulistano.
A agremiação, oriunda da principal torcida organizada do São Paulo Futebol Clube, abriu as apresentações da maior festa popular da cidade na noite da última sexta-feira (9), no sambódromo do Anhembi, na Zona Norte.
Apresentação aberta com mais de 15 minutos de antecedência em relação ao horário previsto, poucos antes das 23h. Luxo e problemas com a comissão de frente, marcaram a estreia tricolor.
Um meteoro. Assim pode ser definida a trajetória desta agremiação. No primeiro ano desta década, ela integrava o Grupo 4 da União das Escolas de Samba Paulistanas, a Uesp, o degrau inicial das entidades carnavalescas. Subiu, e como. Acumulou três campeonatos e cinco acessos até chegar na elite este ano, com a conquista do vice na divisão de Acesso.
UNIDOS DO PERUCHE
A primeira homenagem do Carnaval de São Paulo 2018 chegou junto com a tradição da Unidos do Peruche.
A “Filial do Samba” apostou no sambista, cantor e compositor Martinho da Vila para seu desfile deste ano, e foi a segunda escola pisar na Avenida do Anhembi na noite de abertura da folia paulistana.
E surpreendeu. Bonita, original, deu seu recado. O hino para exaltar a trajetória de 50 anos de carreira do sambista Martinho da Vila teve a assinatura de inacreditáveis 25 autores: Toninho Penteado, Emerson Brasa, Nando do Cavaco, André Filosofia, Diley Machado, Alcides Júnior, Sérgio VJS, Marcelo Vila Isa, Leandro Bata´s, Jairo Roizen, Ronny Potolski, Sukata, Morganti, Claudinho, Tavares, Valêncio, Butti, Evandro Malandro, Tubino, Alberjan, Jr Fragga, Leo Rodrigues, Rogério Acioli, Meiners e Victor Alves.
Número impressionante inflado pelo fato da obra ser produto da junção de duas composições finalistas no concurso eliminatório na escola. Samba levado por Toninho Penteando, com precisão. Mas a obra não inflamou o público, nem suas alas, que comprometidas, fizeram seu papel.
Com o número adequado de componentes, a Peruche não teve dificuldade no trajeto pela Avenida, manteve, por quase todo o tempo, um andamento constante e alas bem agrupadas. No conjunto, uma queda, na comparação do primeiro setor, com os demais. A apoteose veio ao fim, com o “Rei Martinho”, todo de branco, no alto do quinto carro.
ACADÊMICOS DO TUCURUVI
Não. Nem as chamas destroem o amor do sambista por seu pavilhão. O terceiro desfile da primeira noite do Grupo Especial das escolas de samba do Carnaval paulistano em 2018, teve como protagonista a paixão. Paixão do componente, por sua agremiação, independente de estar ou não disputando uma nota.
Assim foi a passagem da Acadêmicos do Tucuruvi pelo sambódromo do Anhembi na madrugada deste sábado (10).
Cheia de garra, assim veio o “Zaca”. Abastecida pela superação após o incêndio que destruiu 90% das fantasias da escola, na madrugada de 4 de janeiro, num incidente que, por decisão unânime dos presidentes das demais coirmãs, deixou a escola da Zona Norte dispensada de qualquer avaliação neste ano, apresentando-se como hors-concours.
Ele e ela. Juventude e competência – Waleska Gomes e Kawan Alcides. A dupla cumpriu com dignidade a tarefa de conduzir o primeiro pavilhão da escola. Vieram neste ano carregando o símbolo máximo de uma comunidade ferida.
E foram além. Mesmo sem estarem sendo julgados, brindaram o público com talento, vitalidade, elegância e simpatia. Em 2017, conquistaram o melhor desempenho da Acadêmicos do Tucuruvi no concurso; os 40 pontos. E talvez repetiriam o fato, lindos, numa fantasia extremamente luxuosa, foram novamente extraordinários na pista.
MANCHA VERDE
Cheia de felicidade, a escola de samba Mancha Verde cantou o grupo “Fundo de Quintal” no sambódromo do Anhembi, quando foi a quarta a desfilar na madrugada deste sábado (10), pelo Grupo Especial de São Paulo.
E veio sob o comando e ao feitio de seu líder, o presidente Paulo Serdan.
Oriunda da maior torcida organizada da Sociedade Esportiva Palmeiras, a agremiação, que enfrentou altos e baixos nos últimos concursos, chegou determinada a voltar a figurar entre as primeiras colocadas no concurso.
Desde sua chegada ao Grupo 3 da Uesp, a União das Escolas de Samba Paulistanas, a Mancha Verde talvez tenha sido a escola que passou por mais altos e baixos nestas duas últimas décadas.
Conquistas, injustiças e dúvidas. Um misto de emoções nestes últimos dezessete anos.
A Mancha quer estabilidade. Por outro lado, enquanto busca se consolidar no grupo principal do Carnaval na cidade, se estruturou. Sua sede é considerada uma das mais modernas. Sua gestão é elogiada por funcionários, fornecedores e parceiros. Parceiros, aliás, que compraram a ideia e são um braço forte para os cofres da entidade.
Em 2018, quer mais. No mínimo, voltar ao desfile das campeãs, onde esteve por três vezes seguidas, nos anos de 2010, 2011 e 2012.
ACADÊMICOS DO TATUAPÉ
Uma das mais esperadas da primeira noite de desfiles do Grupo Especial do Carnaval de São Paulo 2018, a atual campeã da cidade, Acadêmicos do Tatuapé, chegou à madrugada do sábado (10), no sambódromo do Anhembi, quando foi a quinta a pisar no palco da folia.
E chegou cercada de favoritismo, por uma série de aspectos: por defender o título, pela força de seu samba, pelo histórico recente e pelo desempenho arrebatador na temporada de ensaios técnicos gerais.
Cheia de influências de bambas em sua origem, a Tatuapé foi uma das protagonistas dos primeiros desfiles oficiais. Porém, passou décadas inteiras fora da elite, no período de 1978 até 2003.
Entre altos e baixos, foi nesta década que ressurgiu com toda a força. Em 2010, estava no Grupo 1 da Uesp, hoje, é a atual campeã da cidade. O sucesso deve-se muito ao planejamento e a boa gestão da administração atual. Agora, o desafio é manter-se no topo.
Com uma comunidade atuante e presente, passa batida pela dificuldade de ter sua sede embaixo de um viaduto, no hoje supervalorizado bairro do Tatuapé.
Além da mudança de carnavalesco, outra novidade na Tatuapé para este Carnaval veio logo em sua comissão de frente. Substituindo Mônica Oliveira, assumiu a função o carioca Leonardo Helmer. A aposta foi nos movimentos clássicos, com franceses colonizadores do local.
ROSAS DE OURO
Pisando fundo, e forte. Assim a Sociedade Rosas de Ouro, inspirada num trecho de seu samba, foi a sexta escola a desfilar na madrugada deste sábado (10) no sambódromo do Anhembi, em São Paulo.
“Quem tem parceiro não fica na estrada”. A frase acima é de autoria da presidente Angelina Basílio.
Frase que se tornou uma espécie de slogan da sua gestão, fazendo referência aos parceiros comerciais da escola ao longo dos anos, parte de um modelo de administração profissional implementado por seu pai, um dos fundadores e baluarte maior da agremiação, Eduardo Basílio.
Mesmo espiritualista, talvez Angelina não intuísse que seu mantra cairia como uma luva para definir um enredo da roseira. Em 2018, a Rosas contou na Avenida a vida dos caminhoneiros do Brasil. Antenada, Angelina atualizou o bordão. Agora, segunda ela, o slogan tem nova versão: “Quem tem parceiro não fica na estrada, nem no acostamento”.
O renomado coreógrafo Oyama Queiroz, bem avaliado pelos jurados em sua estreia, abriu a apresentação junto de sua trupe na comissão de frente.
O bem, o mau, Nossa Senhora Aparecida e o personagem central do enredo, o caminhoneiro, formaram a encenação que contou com o apoio de um original tripé alegórico.
TOM MAIOR
Fim. Com a passagem da Tom Maior, foi encerrada a primeira parte dos desfiles das escolas de samba do Grupo Especial de São Paulo em 2018, no sambódromo do Anhembi.
A vermelha e amarela foi a sétima e última agremiação a pisar na Avenida, já na manhã deste sábado (10).
O desafio de encerrar a primeira noite de desfiles do Grupo Especial em São Paulo não é desconhecido para a escola da Zona Oeste da cidade.
Escola dona de uma história recheada de particularidades. Diferente de boa parte das coirmãs, na sua origem, numa mistura improvável, mesclou sambistas, intelectuais e universitários. Foi vanguarda.
Apresentou-se na extinta Casa de Detenção de São Paulo, presídio conhecido popularmente como Carandiru, implodido pelo Governo do Estado em 2002, em uma de suas inúmeras ações inspiradas por um olhar diferente sobre o mundo. Nessa caminhada, chegou em 2018 procurando seu lugar ao sol.
O coreógrafo de comissão de frente Robson Bernardino, completou seu segundo desfile pela Tom.
Missão um: recuperar os dois décimos perdidos em 2017. A trupe apresentou performance cheia de irreverência misturando arlequins, pierrôs e colombinas, além de trazer a figura da Imperatriz conduzindo a bandeira nacional.
Na troca de elenco, “escondido” no elemento alegórico, que teve alguma dificuldade de passar pela pista sem perder a direção, integrantes da corte completaram o número.
Fonte: http://www.srzd.com
Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 10/02/2018