É difícil de acreditar que, em um mercado tão turbulento e disputado como o automobilístico, alguma empresa se empenhe em projetar automóveis feios e que não tenham a menor chance de atingir o sucesso. Nesse ramo, todos sabemos que o design é algo importantíssimo. Por isso, é de se supor que os carros horrorosos não venderam bem.
Erro de projeto? Aposta equivocada? Gosto duvidoso? Não sabemos o que levou certas empresas a projetarem estes carros, que são esteticamente sofríveis… Mas, pelo menos eles servem para rechear uma lista dos mais feios da história! Acompanhe!
Fiat Multipla
A minivan multiuso da italiana Fiat tinha fortes problemas estéticos, mas um projeto de cabine bastante inteligente. Sua carroceria monovolume é curta, porém bastante larga. Esta proporção estranha, somada aos faróis minúsculos e muito abertos, distribuídos em uma dianteira desenhada com uma estranha e deselegante aparência de golfinho, torna o carro bastante esquisito.
Superando a aparência, entretanto, era um bom carro. A cabine trazia três bancos dianteiros, para o transporte confortável de seis pessoas, além de bom porta-malas e uma série de compartimentos independentes para pequenos objetos. O preço na época, competitivo, aliado a uma boa mecânica, deu ao Multipla o título de “Carro de Família do Ano” na Inglaterra, por quatro anos consecutivos! Mas também recebeu o “Carro mais feio do Mundo” uma vez. Em 2004, mudou radicalmente o visual com o objetivo de atrair mais compradores.
Os sempre geniais do Top Gear, o programa automobilístico da BBC, modificaram o Multipla e o recriaram, sob o nome de “Rover James”, em homenagem à marca britânica e seus carros para “gente velha”. O resultado é uma das melhores reportagens de 2013. Apesar de estar todo em inglês, dê uma olhada:
Nissan Datsun F-10
Foi o primeiro carro de tração dianteira da Nissan a ser vendido nos EUA, onde o cupê chega a ter até hoje um pequeno mercado de entusiastas, que se reúnem em clubes para prestar reverência ao veículo. Apesar disso, seu visual “quadradão” foi mal recebido pela maioria dos consumidores da época.
Aparentemente, os projetistas da Nissan tiveram uma crise de perspicácia no design e tomaram algumas decisões bastante ruins. Não era incomum que os carros médios da década de 1970 tivessem um estilo “caixote”, mas o Datsun F-10 conseguiu piorar ainda mais o gênero: sua frente é terrível, e os detalhes traseiros e as luzes em formato hexagonal são desproporcionais. O que é especialmente estranho é que o F-10 é parente próximo do Datsun 550, um clássico do design, reverenciado até hoje.
Ford Edsel
A linha Edsel, produzida pela fabricante norte-americana Ford na década de 1950, é classicamente reconhecida como um dos grandes fracassos da história do automóvel. A linha, batizada em homenagem ao filho de Henry Ford, só durou 3 anos, durante os quais foram fabricadas relativamente poucas unidades, que acabavam encalhando nas lojas de qualquer jeito. Mesmo tendo sido um grande fracasso de vendas à época, tem hoje em dia, como no caso do Datsun F-10, defensores apaixonados.
Sua grande dianteira, que lembra um assento de vaso sanitário, e os faróis protuberantes eram os principais alvos das críticas. Uma piada recorrente da época, dizia que o Edsel parecia um Oldsmobile chupando um limão. Seu prejuízo à Ford somou algo em torno de 350 milhões. Parece pouco? Corrigido para valores atuais, são quase 3 bilhões de dólares. Ai!
Sbarro Autobau
Esse veículo, feio até no nome, fez o seu début no Salão de Genebra de 2010. Foi uma (bizarra) homenagem ao piloto suíço Fredy Lienhard, projetada pelo designer Franco Sbarro, dono da companhia de carros esportivos suíça. Achatado, amarelão, com uma larga janela frontal-superior em formato de concha, barras que cortam bem no meio das janelas laterais, saliências que mais parecem “garras” nos para-choques: é complicado tentar encontrar o que não é intragável nessa máquina.
Felizmente para os olhos da população, o carro é apenas um conceito que não chegou a entrar em linha de produção. Apenas uma unidade foi fabricada
Aurora 1957
Esse é tão feio que nem chegou a entrar em produção. Seu protótipo foi construído pelo padre Alfred Juliano, da cidade de Nova York (EUA). Na década de 1950, a Aurora Motor Company desistiu de fabricá-lo em série, mesmo depois de muitos anos de investimentos com o objetivo de construir um carro de aspecto futurista e que fosse superseguro.
As inúmeras falhas de concepção e os altos valores de fabricação fizeram com que a empresa falisse. O único veículo que foi montado passou por inúmeros proprietários, mas sua total falta de “encantos” fez com que fosse abandonado em uma fábrica de peças até 1993, quando foi minuciosamente reformado por um novo interessado e, finalmente, repassado para o Beaulieu Motor Museum, onde ele permanece até o presente.