Os suplementos alimentares podem ser grandes aliados para quem busca uma dieta saudável e quer manter a qualidade de vida. Mas eles não devem, em nenhuma hipótese, substituir uma alimentação balanceada. Isso é o que prova um estudo publicado em maio pela Annals of Intern Medicine.
Segundo a divulgação, as cápsulas não são tão eficazes quanto os nutrientes vindos direto dos alimentos, pois não são absorvidas da mesma forma pelo organismo de maneira natural. E a pesquisa trouxe alguns dados interessantes.
No total, o estudo avaliou 30 mil voluntários que participaram do Levantamento Nacional de Saúde e Nutrição entre 1999 e 2010, nos Estados Unidos, relacionando o uso de suplementos com os hábitos alimentares dos indivíduos.
Os dados mostraram que a ingestão suficiente de zinco e vitaminas A e K, além de magnésio e cobre, esteve relacionada com menores riscos de morte, mas somente quando absorvidos pelo corpo por meio de uma dieta equilibrada.
O estudo ainda apontou que pacientes que suplementaram de forma exagerada cálcio estavam mais propensos ao risco de morte por câncer e quem ingeriu vitamina D sem necessidade também teve maior risco de morte durante o período do experimento.
Comida de verdade
Se há algumas décadas o mito de que as cápsulas no século XXI iriam suprir todas as nossas necessidades ganhou alguma força, no cenário atual vimos crescer tendências a favor da comida de verdade. Segundo o Guia Alimentar para a População Brasileira, uma alimentação saudável é aquela baseada em ingredientes in natura e minimamente processados, que são aqueles obtidos como vieram da natureza.
São alguns exemplos as frutas, verduras, legumes, ovos e até mesmo farinhas, frutas secas, iogurte natural e café. Os produtos processados como as conservas, carne seca e queijos, que tem adição de sal, açúcar, óleo ou vinagre e passaram por algum tipo de cozimento ou técnicas de preservação, devem ser consumidos com moderação.
Já os chamados ultraprocessados e cheios de aditivos químicos são os alimentos que imitam comida, dentre eles salgadinhos, refrigerantes, bolachas recheadas e molho de tomate pronto devem ser excluídos da alimentação.
Suplementos não são vilões
Os suplementos podem contribuir de forma bastante expressiva para objetivos estéticos e de obtenção ou manutenção da qualidade de vida como um todo, desde que utilizados com prescrição de médico ou nutricionista.
“Esses produtos servem para complementar aquilo que, por algum motivo, não está sendo alcançado com a alimentação. Isso pode acontecer por uma absorção deficiente do organismo ou uma demanda aumentada, como no caso de atletas que não conseguem repor tudo que precisam por meio da comida”, explica o médico endocrinologista Francisco Tostes em entrevista ao site Boa Forma.
Outro dado curioso é o divulgado pela Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (Abiad): os suplementos são encontrados em 54% das residências no Brasil, tendo com o principal justificativa uma necessidade de complementar a dieta.
Neste contexto a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) criou regras inéditas para os suplementos alimentares. “Isso vai ajudar na organização do setor, facilitar a comunicação sobre as propriedades dos produtos e trazer mais segurança aos consumidores”, relata a engenheira de alimentos Tatiana Pires, em entrevista ao portal Saúde, da editora Abril.