EDITORIAL ANO III NUMERO 113 – OS “GAROTOS” DO PRESIDENTE!

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EDITORIAL ANO III NUMERO 113 – OS “GAROTOS” DO PRESIDENTE!

Para todos aqueles que tem o privilégio e a honra de ser pai, e assim conhecem a força do sentimento de amor que domina a alma paterna, podem avaliar a dimensão do conflito que ora enfrenta o pai Bolsonaro diante das investigações que envolvem um dos “Garotos do Presidente”! Certamente que por influência da primeira dama ser evangélica, na sua memória já deve ter revitalizada a lembrança do episódio bíblico envolvendo Abraão, quando o Senhor testou a solidez e grandeza de sua fé, exigindo que sacrificasse a vida do próprio filho Isaque. O ato não precisou ser consumado, porque não houve qualquer hesitação de Abraão em provar a fidelidade ao seu Deus, o que fez crescer a sua moral perante o Onipotente. Quanto ao pai desses “garotos”, no entanto, ainda não podemos precisar como ficará o conceito diante do povo…

Pode parecer exagerada a analogia diante da tamanha diversidade dos fatos, mas não podemos abandonar as figuras de pai e filho aí presentes, colocados, também, diante de um terrível desafio: ou sacrifica o futuro político do filho ou desmoraliza e sacrifica o seu próprio governo. E olha que o estamos comparando com um filho – o Isaque – que não era político, totalmente inocente, sem máculas ou suspeitas!

Não sei se chega a ser surpreendente o silêncio presidencial diante da gravidade das denúncias envolvendo o filho, que será empossado e promovido de Deputado Estadual no Rio de Janeiro para Senador da República. A ninguém, de sã consciência, porém, passa o entendimento de que o pai desconhecesse as ações do filho e seu ex-Assessor, tanto pela visível união familiar, como pela velocidade da carreira política do filho sob a total influência do seu genitor. Os argumentos de defesa alinhados até agora são de pouco convencimento, mas a coerência entre a prática e o discurso exige que a investigação seja conduzida de maneira honesta até o seu final. Somos obrigados a reconhecer que não é fácil cortar na própria carne…

Já durante a campanha eleitoral no ano passado, o outro filho, Eduardo Bolsonaro, reeleito Deputado Federal, exibiu uma loquacidade destemperada que quase atrapalha a campanha do pai a Presidente, ao dirigir frase pouco cortês ao STF em vídeo que teria divulgado, contendo a deselegante expressão: “Basta um cabo e um soldado para fechar o Supremo”. Na ocasião o pai, então candidato, declarou: “Eu já adverti o garoto”! Essa reação demonstra o risco e a insegurança que esses “garotos” estão representando para o governo recém empossado.

Uma vez que essas denúncias vieram enriquecer a pauta de notícias da mídia falada e escrita nesse início de governo, sou levado a recordar ao leitor que também o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva guardou um silêncio tumular sobre o abrupto enriquecimento do filho Fábio Luiz Lula da Silva, que de monitor de um zoológico passou a vitorioso empresário, e até hoje sofre fortes acusações. A grande inovação e que diferencia os dois presidentes e seus filhos, é que os atuais falam muito e os anteriores nada falavam e nada sabiam, sempre! Agora em Davos, na Suíça, até que o Presidente surpreendeu e rompeu o silêncio numa entrevista à Agência de Notícias Bloomberg, dos EUA, quando declarou: “Se por acaso ele errou, e isso for provado, eu lamento como pai, mas ele terá que pagar o preço por essas ações que não podemos aceitar”. Duras, mas sensatas palavras!

Uma lição primorosa e positiva resultante do presente episódio, refere-se à repentina conversão dos contrários à tese da investigação e punição rigorosa dos denunciados por crimes, postura com a qual concordo. Isso evidencia que os julgamentos e prisões de tantos que se achavam intocáveis, finalmente produziram o fortalecimento do conceito de justiça e combate à impunidade.

Como são vaidosos os “garotos” do Presidente, oxalá não venha a sair um filme intitulado “OS FILHOS DE PAPAI”! Por falar em filme, quem assistiu OS FILHOS DE FRANCISCO, vai querer assistir por vezes sem fim pela verdadeira lição de humildade, honestidade e simplicidade como regras de vida.

Agenor Santos

 

 

 

 

 

 

Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – Aposentado do Banco do Brasil (Salvador-BA).

 

CONTRIBUIÇÃO DO:Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 27/01/2019

 

 COLABORAÇÃO E COMPLEMENTOS DE: 

José Deusimar Loiola Gonçalves
Técnico em Agropecuária (Assistente Técnico de Desenvolvimento Rural-FLEM-BAHIATER-Governo do Estado); Graduado em Administração de Médias e Pequenas Empresas; Licenciado em Biologia; Pós Graduado Em Gestão Educação Ambiental e Acadêmico da UNITAU-EAD-Polo de Tucano – Curso Superior de Tecnologia em Apicultura e Meliponicultura.

Zap: (75) 99998-0025 (Vivo) – (75) 99131-0784 (Tim).

3 Comments on EDITORIAL ANO III NUMERO 113 – OS “GAROTOS” DO PRESIDENTE!

  1. EDMILSON GONÇALVES // 27 de janeiro de 2019 em 09:42 // Responder

    Parabéns, muito boa. (Salvador-BA).

  2. FLÁVIO MENDONÇA.’. // 27 de janeiro de 2019 em 10:02 // Responder

    Realmente você apresenta dois episódios, um envolvendo um Presidente que no caso do envolvimento do filho que passou de um simples servidor de um zoológico para um surpreendente empresário bem sucedido, cujo assunto ficou guardado em silêncio tumular, tanto pelo filho como o pai Presidente LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA, e este Presidente atual JAIR BOLSONARO, os filhos falam demais e o próprio Presidente, Agora em Davos, na Suiça, o Presidente BOLSONARO, surpreendeu e rompeu o silêncio numa entrevista à Agência de Notícias Boomberg, dos EUA, quando declarou: “Se por acaso ele errou, e isso for provado, eu lamento como pai, mas terá que pagar o preço por essas ações que não podemos aceitar”.

    As diferenças entre os dois comportamentos são latentes, porém, o tempo vai se encarregar de oferecer a transparência e razão de que lado está… (Manaus-AM).

  3. Eden Lopes Feldman // 27 de janeiro de 2019 em 12:27 // Responder

    Além de uma excelência na análise, constante em suas crônicas, podemos observar a sensatez em pedir que aguarde-se a conclusão das investigações. E, principalmente, citar que o atual presidente, como pai, reconheceu que se houve o erro, deverá existir um preço a pagar. Ao contrário do outro presidente, que jamais se manifestou. E este texto sobrepuja em veracidade a posição da imprensa brasileira, que de forma inequívoca não aceita a eleição presidencial, e foca suas críticas apenas em um dos nomes da extensa lista da COAF. A ideologia comanda nossa grande imprensa nacional. E me conforta ver opiniões sensatas como a sua, Agenor. FOZ DO IGUAÇU