EDITORIAL ANO II NUMERO 67 – PALAVRAS, PALAVREADOS E PALAVRÕES!

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EDITORIAL ANO II NUMERO 67 – PALAVRAS, PALAVREADOS E PALAVRÕES!

O cidadão brasileiro tem pago um preço muito alto pela sua formação pacífica e o seu espírito voltado para acreditar nas boas intenções das pessoas – principalmente, nos políticos! -, além de confiar, quase que cegamente, na integridade dos atos praticados por aqueles que são as colunas fundamentais dos três Poderes e que deveriam representar o sustentáculo da nossa República. Deveriam, mas não fazem!

É importante lembrar que os gestores das Instituições Públicas nos âmbitos Municipais, Estaduais e Federal, são os legítimos responsáveis pelas decisões certas ou erradas resultantes dos seus atos. Contudo, há um ditado muito usado popularmente, que diz: “DE BOAS INTENÇÕES O INFERNO ESTÁ CHEIO”! Isso significa dizer que não bastam os discursos pré-eleitorais ou pronunciados nas solenidades de posse nos cargos, sempre cheios de expressões salvadoras e de frases que enaltecem a moral, a idoneidade e a transparência, e a realidade concreta é bem outra! Não basta prometer para iludir o eleitor, mas tem que ir lá e fazer o prometido.

O sentimento que tem sido observado nas análises críticas emanadas da sociedade, mais recentemente, é de completa decepção diante da perda de consistência dos valores morais, os quais, historicamente, estavam presentes na tradição cultural da família e na formação de cada cidadão. De repente, passar a não acreditar nas instituições nacionais é algo que entristece e preocupa.

Por exemplo, a ambígua posição assumida pelo STF na última semana, com relação ao Habeas Corpus, foi um dos acontecimentos que afetou negativamente a credibilidade da população, pelo quanto representou de mudança substancial em decisão anteriormente assumida pelo próprio Tribunal, que atribuía poderes finais aos Tribunais de 2ª. Instância para punir os condenados na 1ª. Instância, sem necessidade de recurso aos Tribunais Superiores. Não somente descaracterizou o preceito jurídico por eles estabelecido, como passou a imagem de insegurança e possibilidade de facultar a todos os condenados da Lava-Jato ou mesmo outros criminosos comuns, o direito a um recurso jurídico que poderá colocá-los em imediata liberdade! Como resultado disso, os “Gedéis” e “Cunhas” da vida já começaram a recorrer, e reacendeu as esperanças de sobrevida de alguns quase presos! Como disse alguém, o “STF APEQUENOU-SE”!

Ainda que pelas redes sociais circulem muitas inverdades que provocam choques emocionais os mais diversos, um vídeo verdadeiro divulgado provocou surpresas e estarrecimentos! O Deputado Estadual baiano Targino Machado, desfilou diatribes jamais pensadas e expressões de baixo nível para acusar os seus colegas que não frequentam as sessões da Assembleia Legislativa do Estado, embora já estejamos no mês de março, externando uma revolta pouco comum contra os seus pares.

Só para uma breve preliminar e entendimento do leitor que não teve acesso a esse vídeo, vejam o linguajar utilizado em plena sessão da Assembleia, na qual estavam presentes apenas 7 deputados: a) “Na minha terra aluno que faltava aula a gente chamava de gazeteiro, vagabundo. Aqui nessa Casa a gente chama vagabundo de excelência; b) Pra que desgraça se candidata a deputado? Para enganar o povo da Bahia, receber o salário e colocar o dinheiro no bolso e cascar fora! c) Quem achar que minhas palavras ferem o decoro, eu pergunto: qual a moral e ética essa Casa tem para apontar o dedo pra ninguém? d) Fecha essa Assembleia, bate a porta e apaga a luz que ninguém vai sentir falta. Esses 600 milhões dessa Casa que joga no ralo é pior do que papel higiênico usado! e) Isso aqui tá uma merda, uma droga, essa Casa virou bosta n’água. Toma vergonha na cara rebanho de vagabundo! f) Cadê meu presidente, o presidente da Casa que eu não vi ele ainda aqui este ano presidindo uma sessão”! Acho que basta!

Gostaria mesmo de que esse espaço fosse usado para coisas mais nobres e não ter de analisar palavreados e palavrões legislativos. Não obstante, qualquer silêncio diante de episódio tão excêntrico, remete-nos a recordar o pensamento do grande Rev. Martin Luther King: O QUE ME PREOCUPA NÃO É O GRITO DOS MAUS. É O SILÊNCIO DOS BONS”. Assim, é impossível calar quando se assiste o próprio deputado jogando lama sobre a instituição que representa, cuja imagem todos eles têm a responsabilidade de defender!

 

 

 

 

 

Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – Salvador-BA.

 

 Contribuição do: Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 01/04/2018

COLABORAÇÃO E COMPLEMENTOS DE:

José Deusimar Loiola Gonçalves-

Técnico em Agropecuária(Assistente Técnico de Desenvolvimento Rural-FLEM-BAHIATER-Governo do Estado); Graduado em Administração de Médias e Pequenas Empresas ; Licenciado em Biologia ; Pós Graduado Em Gestão  Educação Ambiental e Acadêmico da UNITAU-EAD- Polo de Tucano – Curso Superior de Tecnologia em Apicultura e Melipoinicultura.
Fones de contato: 75- 99998-0025( Vivo-Wast App); 75- 99131-0784(Tim).Boa Noite!!

Comentários

8 Comments on EDITORIAL ANO II NUMERO 67 – PALAVRAS, PALAVREADOS E PALAVRÕES!

  1. Eden Lopes Feldman // 1 de Abril de 2018 em 10:25 // Responder

    Eu diria que é um privilégio da Bahia ter um deputado que reconheça o que ocorre na esfera política, Agenor. E parabenizo ao Sr. Targino Machado pela coragem em enfrentar seus pares resistindo a um corporativismo que mais lembra a uma “quadrilha”, isto de forma geral no país. E esclareço que, para mim, aqui o significado de “quadrilha” é “ninguém entra e eu não saio”. Elegemos nossos algozes. E os perpetuamos. E na sua sempre excelente aula política, destaco o pensamento final. E fico me perguntando: que país é este? FOZ DO IGUAÇU-PR

  2. Florisvaldo Ferreira dos Santos // 1 de Abril de 2018 em 10:49 // Responder

    Caro Agenor, bom dia!

    Excetuando-se as palavras proferidas pelo Deputado Estadual baiano Targino Machado, não adequadas para quem estava fora do contesto, já que ele se dirigia aos seus pares que lá deveriam estar, eu não retiro se quer uma vírgula do que ele pronunciou e, muito pelo contrario, gostaria de assistir esse mesmo discurso nas demais casas legislativa deste país, a começar pela nossa Capital Federal em Brasília. Só lamento que calor de um discurso como este, muitas vezes o locutor esquece-se de olhar para e o seu próprio umbigo.

    Forte abraço e uma Feliz Pascoa.

    Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade

  3. ROBERTO RUSSO // 1 de Abril de 2018 em 18:27 // Responder

    Pelo ao menos, aproveitou um momento para fazer política e ganhou destaque. Não deixa de ser verdade, mas há quanto tempo isso ocorre e não reagimos também…
    Tomara consiga uma reação mais acirrada. Eu mesmo, nunca entrei em nossa Assembleia, também não vou lá cobrar… como posso cobrar? Mas achei legal chutar o balde… não recebi esse vídeo. Ótima páscoa p/ todos, um grande domingo de paz e união… (S. Paulo-SP).

  4. Vou dar mais um “pitaco” a respeito de sua crônica desta semana, Agenor. Na minha modesta e irresponsável opinião, não vejo nada demais na reação do Targino. A surpresa foi ele insurgir-se contra a falta de seriedade e de interesse dos seus pares, já que, eleitos para defender às aspirações do povão, todos sabemos que prevalece a conveniência de grupos e dos próprios parlamentares, e o povo que se lenhe. Ademais, usar linguagem chula também não constitui surpresa alguma, se comparada a exemplos históricos dentro da Corte Suprema do Brasil. Resumo: o deputado está é de parabéns pelo repentino e surpreendente surto de responsabilidade extrema, pouco importando a forma como manifestou a repreensão aos seus parceiros legislativos. No mais, tô com o que você escreveu. (Salvador-BA).

  5. CARLOS OLIMPIO // 1 de Abril de 2018 em 18:32 // Responder

    Parabéns nobre amigo Agenor. Esse seu artigo, é de um teor imensurável! É preocupante, como as instituições e os políticos perderam a credibilidade pública! Tudo está em cheque-mate… o momento em que atravessa o país, nos pede muita reflexão e qual o destino que nós cidadãos queremos dar a todas essas baboseiras! (Uauá-BA).

  6. GILVACI MATIAS // 1 de Abril de 2018 em 18:38 // Responder

    Parabéns Agenor, essa falta de presença nas Assembleias Legislativas dos Estados, Câmara Federal e Senado não é diferente em Estado nenhum. Targino teve coragem para esse discurso. Eleitoreiro? (Irecê-BA).

  7. FLÁVIO MENDONÇA.’. // 1 de Abril de 2018 em 18:39 // Responder

    Realmente é triste e degradante a gente saber a tribuna de onde partem essas palavras, palavreados e palavrões. No entanto, essa é uma ação verdadeira da esfera política de um modo geral. Quando esses políticos se apegam ao cargo como se fosse parte de suas vidas, como se representasse um membro do próprio corpo, fazem de suas posições um ninho tão alto, que se assemelham aos urubus. Agasalham-se nesse ninho para sempre, sejam quais forem as cores do comando. Fazem de tudo para permanecer, não levando em conta os valores humanos e, muitas vezes, o amor próprio. (Manaus-AM).

  8. EMANUEL APOLINÁRIO.’. // 1 de Abril de 2018 em 18:50 // Responder

    Estimado irmão Agenor: A inteligência ativa torna o homem sábio. Excelente texto, retrata uma realidade momentânea do nosso Brasil Varonil. O povo está acordando, continua ainda sonolento, sei que brevemente despertará e tomará o controle da nação – pois passará a compreender que o Brasil não é do Poder Executivo, do Poder Judiciário e nem do Poder Legislativo. O Brasil é do seu povo. (Salvador-BA).