EDITORIAL ANO II NUMERO 107 – CIVISMO: ONTEM E HOJE
Convivemos nos dias atuais num Brasil cheio de controvérsias, em que se tornou corriqueiro o rompimento de regras e preceitos, de forma proposital ou aleatória, principalmente quando se trata dos costumes tradicionais que nortearam a educação, tanto no seio da família como dos ensinamentos básicos aprendidos na escola. Com a devida vênia do autor, reporto-me à última crônica produzida com muito acerto e propriedade pelo jornalista ERRY JUSTO, onde tratou da INVERSÃO DE VALORES: “Atualmente a sociedade vive uma grande inversão de valores, ou seja, uma transformação de não sabermos o que é certo ou errado, positivo ou negativo, moral ou imoral. As pessoas não mais reconhecem seus princípios, crenças e valores dentro de si”. Puras verdades! Essas incertezas revelam uma fissura em nosso perfil cultural de dimensão preocupante!
No passado era chocante e causava impacto nas pessoas qualquer atitude de desonestidade por parte de alguém, em especial quando esse comportamento atingia o honrado nome da família. Hoje, tristemente, a dignidade, o respeito e a ética se tornaram uma exceção à regra, e quando essas qualidades são identificadas merece uma efetiva celebração… Jocosamente, ouve-se, às vezes, expressões do tipo: “esse escapou”! Ou até mesmo, em alguns casos: “esse aí vai morrer pobre com a sua honestidade…”
Toda essa preliminar nos coloca diante de um fato ocorrido na última semana durante a cerimônia de entrega do diploma eleitoral no Tribunal Superior Eleitoral-TSE, aos eleitos a Presidente e Vice-Presidente da República. Logo após a abertura da solenidade pela Presidente Rosa Weber, como é de praxe em cerimônias oficiais, a Banda dos Fuzileiros Navais executou o Hino Nacional, um dos quatro símbolos nacionais. Todos os presentes de pé e perfilados em postura de respeito. Ocorreu que o Ministro do TSE, Admar Gonzaga Neto (vide círculo na ilustração), ao início do hino, virou-se de costas para a plateia e olhou firme numa direção. A indignação foi geral e o seu gesto viralizou nas redes sociais, porque interpretado como um sinal de protesto, não ao Hino Nacional, mas, certamente, poderia ser de não aprovação aos que eram diplomados na oportunidade. Eu, que assistia ao vivo, percebi de pronto o seu movimento naquele instante e, também, fiz a minha interpretação precipitada e revoltada. Qual foi realmente o propósito do Magistrado? Só perguntando a ele, mas, naquele momento, ninguém foi capaz de fazer tal inquisição. A sua ação transparecia deselegância.
O episódio ganhou uma amplitude negativa. O importante, porém, é que antes de condená-lo pelo gesto assumido, deveria ter sido feita uma reflexão que nos conduzisse a extrair alguma lição positiva. Ao ser questionado, o Ministro respondeu o seguinte:
– Eu sempre canto o hino olhando para a bandeira. Aprendi nas aulas de educação moral e cívica no Colégio Santo Inácio e na Escola Alferes Tiradentes, em Florianópolis, onde sempre cantávamos o hino nacional antes de entrar em sala – disse.
As suas palavras logo nos trouxeram à realidade dos fatos. Fizeram-me recordar do meu período escolar durante a infância, quando, realmente, se cantava de pé o hino nacional olhando para a Bandeira do Brasil, em sinal de dupla reverência aos dois maiores símbolos da nação. Ora, se hoje os dois times de futebol perfilados em campo, durante a execução do Hino os jogadores assumem uma nova postura para olhar em direção ao pavilhão hasteado, por que as maiores autoridades do País, ocupando a mesa de uma cerimônia tão importante, devam ficar de costas para a Bandeira Nacional? Ainda que um símbolo não tenha supremacia sobre o outro, e sim igualdade, mesmo assim não é concebível que se reverencie a um e dê as costas para o outro que está presente no ambiente solene! O Ministro passou uma lição a todos os presentes, pois olhava firme para o Pavilhão Nacional!
Num reconhecimento de que as antigas práticas cívicas nas escolas tinham caído em desuso, o então Presidente em Exercício José Alencar sancionou a Lei 12.031, de 21/09/2009,determinando a obrigatoriedade de execução do Hino Nacional uma vez por semana no ensino fundamental. Como no Brasil as Leis têm um tempo de durabilidade, gostaria de saber se as nossas escolas públicas e privadas estão cumprindo essa exigência da Lei. Caso não estejam, chegou a hora de um pouco mais de civismo a algo tão nobre: o respeito aos símbolos da Pátria!
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – Aposentado do Banco do Brasil (Salvador-BA).
Controbuição do:Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 16/12/2018
Colaboração e complementos de:
José Deusimar Loiola Gonçalves
Técnico em Agropecuária (Assistente Técnico de Desenvolvimento Rural-FLEM-BAHIATER-Governo do Estado); Graduado em Administração de Médias e Pequenas Empresas; Licenciado em Biologia; Pós Graduado Em Gestão Educação Ambiental e Acadêmico da UNITAU-EAD-Polo de Tucano – Curso Superior de Tecnologia em Apicultura e Meliponicultura.
Zap: (75) 99998-0025 (Vivo) – (75) 99131-0784 (Tim).
Através da perfeita descrição do fato pelo cronista, relembrei do nosso início do dia na escola há décadas. Entoando o Hino Nacional de frente a Bandeira Nacional, como sinal de respeito a nossa pátria. E como em todas as solenidades de formatura costuma-se perfilar-se nesta posição, fico estupefato com a posição dos Ministros. Mas o principal, que você citou de forma contundente , foi que a princípio se o todo estava errado, o diferente é que acabou tendo esta avaliação. E uma imprensa tendenciosa já relatou o fato como um gesto de repulsa ao ato da posse. Sinal de ideologia sobrepondo a informação. FOZ DO IGUAÇU
Nos bons tempos cívicos que vivemos na escola e cidadania, a matéria educação moral e cívica, nos ensinava o respeito aos símbolos nacionais, a família, aos mestres e colegas, aos idosos, vizinhos. Mostrava os direitos e deveres, onde o seu direito vai até não atingir o do vizinho. Hoje o governo ensina muito os direitos porém os deveres e obrigações, nada. Criou-se esta geração petistas capenga, com muitos jovens caminhando para a delinquência, o que nos assusta muito. (Alagoinhas-BA).