COLUNA DO AGENOR – MEMÓRIAS ADORMECIDAS
Publicado em 15 de fevereiro de 2015 por Florisvaldo em Brasil, Destaques, Economia, Opinião, Política, Últimas Notícias // 0 comentários
Há uma frase popular que as pessoas costumam usar para definir aqueles que esquecem certos fatos passados, também usada quando querem justificar a eleição de algum político indesejável ou ainda a afirmativa do próprio político que foi mal durante uma gestão e deseja candidatar-se novamente e expressa a sua confiança da seguinte forma: “O POVO TEM MEMÓRIA CURTA!”.
Pelo que tenho notado os nossos leitores possuem razoável acuidade para interpretar o pensamento central dos diversos autores de cada matéria editada nas colunas desse importante canal de comunicação, ainda que aqui ou acolá haja a influência das querelas comuns à política municipal a influenciar posições pessoais, às vezes até radicais. Mesmo assim, é visível que nos dias de hoje já acontece uma interessante preocupação com o que se passa um pouco além dessas fronteiras, no nível das políticas estadual e federal.
Os acontecimentos recentes no plano da política nacional, com a eleição para Presidente da República e Presidente da Câmara, conduziram as preocupações da população a uma nova dimensão. Por exemplo, nota-se uma insatisfação bastante acentuada diante do discurso otimista e de aparência verdadeira na fase eleitoral e, de repente, a nação se viu surpreendida por uma sensação de “marido traído”, ao constatar que o que viu e ouviu exaustivamente nos debates na TV e em horários políticos, não passou de um engodo bem engendrado pelos marqueteiros, e que, na verdade, para começo de conversa, havia um rombo na economia em torno de 100 bilhões de reais que agora tem de ser coberto pela população enganada. A vitória eleitoral mal esperou ao anúncio do vencedor pelo Presidente do TSE. Parte do eleitorado (54.5 milhões) acreditou que era verdade e reelegeu a Presidente, mas 202,7 milhões de brasileiros se vêm agora penalizados sob o arrocho de um ajuste fiscal que espalha aumentos generalizados em todos os setores, e jogado nos braços de um Ministro da Fazenda, cujas medidas não têm nada de leve, mas nos confirma que a “mentira tem perna curta”!
O momento político começa a ter certa efervescência e não deixa de ser preocupante, porque o bom mesmo seria ver o país convivendo com o desenvolvimento, bom clima de trabalho, harmonia e estabilidade política. Não pactuo com a tese do “impeachment” presidencial como a solução definitiva para a crise que esse próprio governo criou e que transfere toda a responsabilidade de cobertura do rombo para a população, mas não teve capacidade de gestão para reduzir um Ministério sequer dos 39 existentes e não demitiu nenhum servidor do quadro de quase 24.000 comissionados ou cargos de confiança, onde 88,8% são filiados, afiliados e afilhados do seu partido.
Então não posso concordar, também, com a choradeira de que existe um “golpismo” em andamento, porque essa cartilha é exclusividade e especialidade do partido governante, juntamente com aquelas Centrais da vida que, nos idos de 1992, comandaram no Congresso e nas ruas com os “caras-pintadas”, o impeachment vitorioso contra o primeiro Presidente da República eleito democraticamente e defenestrado do cargo pelo Congresso Nacional. E quem nessa ocasião eram os líderes que comandaram o movimento de impeachment? O Sr. Luiz Inácio LULA da Silva e o Sr. Lindbergh Farias, hoje Senador e à época líder estudantil e presidente da UNE! Assim, as fotos que ilustram esse artigo servem para refrescar a memória dos esquecidos, principalmente daquela faixa do centro contendo uma frase enfática e contundente: “BASTA DE CORRUPÇÃO – CPI PRA VALER – IMPEACHMENT PARA COLLOR”. Ela foi usada 22 anos atrás, mas a sua mensagem está atual e bem adequada aos dias de hoje…!
Num passado recente assistimos um filme bem parecido com o cenário atual. Parece ser o mal dos tesoureiros. Lá atrás se falou em 1 bilhão de propinas de empresários, hoje o que mais se fala são 100 bilhões desviados, garfados e gatunados da nossa PETROBRÁS, estatal referência nacional, criada no Governo de Getúlio Vargas, em 03 de outubro de 1953, com uma missão toda especial de garantir o lema então corrente de que “O Petróleo é Nosso”, mas, atualmente, vilipendiada e anarquizada num escândalo sem precedentes em toda a sua história.
Certamente que o povo conhece dos escândalos atuais apenas o que está sendo amplamente divulgado por toda a imprensa nacional, mas basta imaginar o conteúdo de seis meses de depoimentos de presos, delatores e testemunhas, para se imaginar o arsenal de verdadeiras bombas à disposição da Justiça Federal! Mas é salutar que se refresque as MEMÓRIAS ADORMECIDAS de alguns, lembrando, para reflexão, uma importante frase sobre o assunto: POVO SEM MEMÓRIA, É POVO SEM HISTÓRIA, SEM RAÍZES E SEM IDENTIDADE”.
Autor Adm: Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – Salvador – BA.
CONTRIBUIÇÃO DO:Blog do Florisvaldo – Informação com imparcialidade – 15/02/2015
Florisvaldo Ferreira dos Santos
Consultor de Seguros e Benefícios
