Agenor Santos
20 h · Salvador · Editado ·
Artigo – GRANDE DESAFIO: UM PACTO PELA HONESTIDADE
Foram oito dias de festas carnavalescas na Bahia, visto que em Salvador tudo começa na quarta-feira anterior e só acaba ao meio dia da quarta-feira seguinte, após o Arrastão. Ufa! Que canseira…! Muitas alegrias, euforia saindo por todos os poros. Os problemas que dias atrás afetavam a vida das pessoas, de repente entraram em estado de letargia, esquecimento total ou breve hibernação. Os que não participaram desse tipo de festa “mundana”, como diriam os mais religiosos, por rejeição de ordem pessoal ou questão de princípios de qualquer natureza, beneficiaram-se de forma indireta durante o feriadão ao utilizarem esses dias para algum tipo de recolhimento espiritual ou reflexão.
Mas, após o Carnaval, parece que tudo agora voltará à normalidade: as atividades produtivas retomam o seu ritmo; também voltam as lamentações face à alta dos preços da gasolina e da energia; chega-se à triste constatação de que a elevação do combustível e da eletricidade produziu um “efeito cascata” sobre os preços dos produtos básicos de consumo da população; e, ainda, somos tocados pela lembrança das promessas do Procurador Geral da República de que na segunda quinzena de fevereiro ocorrerá a divulgação dos nomes dos políticos envolvidos na Operação Lava Jato, o que reservará indesejáveis surpresas para o mundo político e grande dissabor a todos os Partidos, os quais já começam a colocar as barbas de molho, e não somente o PT…!
Um fato novo evidenciado diante de tudo isso, tem sido a estratégia desenvolvida pelos defensores dos investigados no Petrolão, de contra atacarem as ações da Polícia Federal, Justiça Federal e Procuradoria Geral da República, certos de que a melhor defesa é o ataque. Se não forem rápidos, poderá ocorrer uma inversão na posição dos atores desse grande tribunal, e os Juízes, Delegados Federais e Procuradores transformados de julgadores em réus desse escabroso processo! Basta recordar a avalanche de ataques ao ex-ministro Joaquim Barbosa, que o conduziu a antecipar a sua aposentadoria do Supremo Tribunal Federal.
Não escrevo como crítico apenas, mas como integrante de uma grande massa de brasileiros que quer ver o bem deste nosso país; que deseja ver restabelecido perante o mundo o princípio básico de respeito como nação, hoje vilipendiado; que quer ver recuperada a confiança dos investidores internacionais nos nossos governantes e nos nossos empresários; já que não nos respeitam mais pelo futebol antes vencedor, que não sejamos admirados no mundo apenas pela beleza de nossas mulheres ou o bumbum de nossas mulatas, nem pela grandiosidade do nosso carnaval, mas pela imagem de um povo que trabalha honradamente. Por tudo isso, alguma coisa de efeito profundo tem de acontecer para reverter a imagem negativa e o estado atual de falta de vergonha que começa a dominar o caráter e as ações do cidadão brasileiro.
Como temos de respeitar as leis constituídas deste país que legitimaram a eleição da Presidente pelo voto popular – daí que sou contra o impeachment -, mesmo que cercada de alguns incompetentes aproveitadores de Partidos que integram a sua base partidária, o povo tem de lançar um desafio a esse governo para que lidere um movimento nacional convocando políticos de todos os partidos, gestores públicos, ministros, empresários, servidores em geral e o próprio povo, na direção de “UM PACTO PELA HONESTIDADE”. Mas, para que um movimento dessa ordem obtenha êxito e alcance os efeitos desejados junto ao povo, faz-se necessária uma mudança de atitude dentro da própria equipe de governo, da qual a Presidente, com poder e autenticidade, tem de expurgar, a BEM DO SERVIÇO PÚBLICO, qualquer Ministro ou servidor público por ato desonesto ou qualquer improbidade identificada, exonerando-os do cargo para que o exemplo produza efeitos em cadeia, e em seguida todos para a cadeia! Daí essa prática será institucionalizada e alcançará Governos Estaduais e Municipais, aí incluídos parlamentos e parlamentares por todo esse imenso Brasil.
Não tenho dúvidas de que uma postura presidencial dessa proporção conduzirá a Presidente da República a conquistar a quase unanimidade nacional, ainda que tenha de ferir na própria carne por ter de punir os “companheiros e companheiras”, mas que o interesse nacional e a dignidade da pátria sejam preservados acima dos esquemas político-partidários.
No discurso de posse, a Presidente Dilma Rousseff firmou um compromisso público contra a corrupção, que espero venha a se concretizar e saia do discurso protocolar. Vale relembrar a sua proposta: “Estou propondo um grande pacto nacional contra a corrupção, que envolve todas as esferas de governo e todos os núcleos de poder, tanto no ambiente público como no ambiente privado”. Mas, Presidente, antes de combater a corrupção que já será um processo instalado, melhor seria despertar o cidadão brasileiro, em primeiro lugar, à prática da honestidade como regra inseparável de conduta. E onde a HONESTIDADE é um princípio do comportamento humano não há espaço para a CORRUPÇÃO proliferar!
CONTRIBUIÇÃO E AUTORIA: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – Salvador – BA.
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