Olá leitores(as) amigos(as) do Blog do Deusimar – O Homem Forte das Abelhas!!
Nesta data histórica do nosso bravo e valente povo sertanejo, dia que estamos comemorando o tombamento do Arraial de Canudos, e ao mesmo tempo de mais uma edição e promulgação de nossa Carta Magna Nacional, que inclusive, vem sendo rasgada por alguns inescrupulosos que se acham nossos legítimos representantes, não poderia deixar de fazer minhas referências pessoais ao nosso fruto da terra, prata da casa, nosso Teólogo/Historiador e escritor José Gonçalves do Nascimento. Apreciem o texto abaixo, e procurem saber de certo para sair contando de certo quem efetivamente é este cabra bom, que só não dar leite. Um orgulho do povo de Monte Santo e de toda a nossa Histórica Micro Região de Canudos.
Contribuição de:
José Deusimar Loiola Gonçalves
Técnico em Agropecuária (Assistente Técnico de Desenvolvimento Rural-FLEM-BAHIATER-Governo do Estado); Graduado em Administração de Médias e Pequenas Empresas; Licenciado em Biologia; Pós Graduado Em Gestão Educação Ambiental e Acadêmico da UNITAU-EAD-Polo de Tucano – Curso Superior de Tecnologia em Apicultura e Meliponicultura.
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MISCELÂNEAS
UM POUCO DE MIM
Nasci em Monte Santo, no Marruás. Fui aluno do Instituto de Educação Monte Santo, escola da qual guardo as melhores referências. No auge de minha juventude, resolvi ser padre e ingressei no Seminário. Num período de 12 anos, passei por seis seminários em lugares diferentes, sendo o último em Roma, na Itália, onde concluí o curso de Teologia e me habilitei para o ministério sacerdotal. Ordenei-me em Monte Santo, no ano 2000, e depois de atuar, por cerca de três anos, em algumas paróquias da minha diocese, Bonfim, decidi renunciar, passando a militar em outras searas. As andanças, todavia, não pararam e eis que hoje me encontro aqui nessa Pauliceia Desvairada, longe do sertão árido do Nordeste, mas perto de um outro sertão, não menos árido: o sertão de cimento, cal e concreto.
A leitura foi fundamental na minha vida. Diria que foi meu segundo nascimento. Foi na leitura que eu me descobri como pessoa, como cidadão, como sujeito… Sem a leitura eu não seria quem sou, não teria a concepção de mundo que tenho, não teria o senso de humanidade que tenho. A leitura me recriou, me redimensionou, me ressignificou, me reconduziu pelos caminhos da vida, das decisões, do discernimento. A leitura liberta, abre horizontes, previne contra o conformismo, semeia oportunidades, rompe o obscurantismo.
Como nasci e me criei no ambiente difícil da roça (naquela época tudo era pior) sem opção nem perspectiva, o hábito da leitura veio um tanto tarde. A mim só restava a enxada. Não que a enxada não tenha sua dignidade. Mas o ideal é que a enxada esteja acompanhada da caneta e do livro. Então comecei tarde, mas comecei. Houve uma pessoa, um anjo da guarda, que contribuiu para isso. Trata-se da professora Maria Ferreira, Menininha, do meu Marruás, a quem aqui homenageio. Foi com o incentivo dela que reinicie na escola e foi aí que tudo começou.
Começou e nunca mais parou. Hoje não me vejo apartado da leitura. Preciso ler e ler sempre. Raro o dia que não leio, mesmo que seja uma página apenas. Aprecio particularmente a literatura, porque a literatura é o gênero que melhor traduz a essência das coisas, das pessoas, do mundo. Além de contribuir, é óbvio, para a formação do caráter, da personalidade e da humanização do ser humano no seu todo.
A partir do hábito da leitura, veio-me também o hábito da escrita. Comecei escrevendo cordel – ainda hoje eu leio e escrevo cordel e reputo este gênero como um dos mais belos. Depois do cordel, resolvi me aventurar em outras modalidades de criação, dedicando-me também à poesia à prosa.
Escrevo sobre as coisas com as quais me identifico. E uma das coisas com as quais me identifico é o sertão, com sua gente, suas coisas, valores. Sinto-me um pouco porta-voz dos que nunca tiveram voz, num contexto social injusto e marcado pela dominação secular. Os grandes têm seus cronistas, os ricos têm seus cronistas, os de “cima” seus cronistas. O povo, não. Quero ser um cronista do povo, do povo sertanejo, sofrido, oprimido, esquecido, vilipendiado na sua dignidade. Quero ser alguém que fale do povo e das coisas do povo. Alguém que use sua escrita, sua poesia, seu texto, para dialogar com o povo.
José Gonçalves do Nascimento-Escritor
NOTE:Não poderia deixar de agradecer ricamente ao meu dileto e enciclopédico professor de Radio e Difusão, o agrônomo de mão cheia, também, ex colega das lamentavelmente extintas EMATER-BA/EBDA, Dr. Erinaldo Bezerra da Silva, pelo envio dessa pérola via e-mail.