Pé-rapado
O termo “pé-rapado”, segundo o dicionário, é sinônimo de pessoa de origem humilde, pobre. Já era conhecido por volta do século 17 e é usado até hoje. Designava o pobretão, principalmente da zona rural, que andava descalço e por isso era obrigado a raspar (ou rapar) os pés para lhes tirar a lama.
Mas você sabe como a expressão “pé-rapado” surgiu? Não se sabe ao certo quando, mas ela já aparece nos versos que Gregório de Matos dedicou a uma mulata baiana que lhe havia pedido um cruzado para consertar os sapatos, na segunda metade do século XVII:
“Se tens o cruzado, Anica,
Manda tirar os sapatos,
E senão lembra-te o tempo
Que andaste de pé rapado.”
No Brasil, na época do período colonial, as pessoas de mais condições financeiras andavam em cavalos, enquanto as mais pobres geralmente andavam a pé. Como o chão não era pavimentado, era comum haver lama, fazendo com que as pessoas mais humildes sujassem seus pés.
Para diminuir a sujeira de lama nos locais públicos, geralmente eram disponibilizados objetos de ferro, que serviam para que as pessoas esfregassem a sola de seus calçados a fim de retirar a lama.
Objeto para retirar a lama antes de entrar no local
Como os mais ricos andavam a cavalo, eles não sujavam seus sapatos, mas os pobres acabavam pisando na lama e eram exatamente eles que acabavam tendo que “rapar os pés” nesses objetos.
Outra ocorrência da expressão foi registrada durante a Guerra dos Mascates, no início do século XVIII, em Pernambuco. A expressão “pés-rapados” foi usada de forma pejorativa para se referir ao exército de camponeses que andavam descalços e combatiam as tropas portuguesas que usavam botas e uniforme militar.
“Na guerra dos Mascates do Recife contra o Partido da Nobreza de Olinda, 1710, davam os primeiros, portugueses, o apelido depreciativo de ‘Pés-rapados’ às tropas adversárias da aristocracia rural, por combaterem sem sapatos, ao contrário da cavalaria, arma nobre de gente de botas.”
Os dicionários registram também o termo “pé-rachado”, que possui o mesmo significado de “pé-rapado”, embora faça analogia às rachaduras causadas nos pés devido ao fato de andar descalço, sem conforto algum.
Outras expressões
Casa da mãe Joana
Chato de galochas
Chegar de mãos abanando
Corredor Polonês
Dor de cotovelo
Farinha do mesmo saco
Guardar a sete chaves
Lua de mel
Motorista barbeiro
Névoa baixa, sol que racha
Novo em folha
Olha o passarinho!
Onde a coruja dorme
Ovelha negra
Pé-rapado
Pensando com meus botões
Pensando na morte da bezerra
Por que cargas d’água
Sangue doce
Santinha do pau oco
Sem eira nem beira
Voto de Minerva
Tintim por tintim
COLABORAÇÃO E COMPLEMENTOS DE:
José Deusimar Loiola Gonçalves
Técnico em Agropecuária (Assistente Técnico de Desenvolvimento Rural-FLEM-BAHIATER-Governo do Estado); Graduado em Administração de Médias e Pequenas Empresas; Licenciado em Biologia; Pós Graduado Em Gestão Educação Ambiental e Acadêmico da UNITAU-EAD-Polo de Tucano – Curso Superior de Tecnologia em Apicultura e Meliponicultura.
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