Olá leitores(as) amigos(as) e assíduos(as) de nosso modesto blog!!
Conforme o combinado, retomei a necessária alimentação de nosso blog, e além de cumprir o ritual do compartilhamento das crônicas dominicais do mestre Agenor Francisco dos Santos, segue compartilhamento do artigo abaixo de autoria de nosso brilhante conterrâneo amigo filho ilustre de Monte Santo -Ba, blogueiro; Historiador; Teólogo, Filósofo José Gonçalves do Nascimento que descreve com muito brilhantismo sobre a planta milagrosa do sofrido, porém, importante povo sertanejo. Em tempo, este modesto blogueiro de vocês, filho amado de minha Uauá, deixa como complemento ao completo; muito completo, e completíssimo artigo , a rica informação. de que o resultado do casamento de sucesso entre os segmentos: ASSOCIATIVISMO & COOPERATIVISMO, nasceu há 15 aninhos, a quase debutante COOPERCUC- Cooperativa Agropecuária Familiar de Canudos; Uauá, e Curaçá, que vem sendo a redenção da Agricultura Familiar de praticamente toda à nossa Histórica Micro Região de Canudos. Graças ao bom nível do espírito coletivo dos(as) agricultores(as), aliado à boa vontade política dos dirigentes do Governo do Estado de nossa linda e extensa Bahia, a vida pregressa da COOPERCUC tem trazido melhores condições de vida a seus cooperados, inclusive, conquistando mercados até no outro lado do mundo. Na minha privilegiada, e ao mesmo tempo apaixonada carreira da Extensão Rural do Governo do Estado por quase 40 anos(07.04.1982/07.04.2022), deixo aqui registrado meus sinceros parabéns aos(as) camponeses(as) de minha Uauá, enfim, a todos(as) cooperados e colaboradores de COOPERCUC. Parabéns também, ao conterrâneo amigo, e xará José Goncalves por ter sido muito feliz em sua dissertação do artigo abaixo. Deixo aqui registrado para conhecimento do enciclopédico historiador, e xará José Gonçalves, que este xará dele, ex- extensionista ruralista do Governo do Estado, residente e domiciliado no Ap Rural Condomínio Paraíso da Abelhas, tem um frondoso; centenário, e lindo pé de umbuzeiro no recinto da área murada, precisamente na Fazenda Onça à margem esquerda da BA- 220 Km 05, sentido Monte Santo/Euclides da Cunha, caminho para seus torrões na Fazenda Marruás. Quando estiver por aqui não deixe de me visitar e degustar sugando com o canudinho de tomar água de coco, um delicioso favo da melípona mandassaia. Não vai faltar a umbuzada afrodisíaca(vinho do meu pé de umbuzeiro centenário ; leite de cabra forte do sertão, e mel), receita deste homem forte das abelhas. Espero que gostem, e se não for pedir demais, deixem seus respectivos comentários clicando e digitando na janela comentar no final deste poste. Boa Noite!! Muito Obrigado!
Colaboração e Complementos de:
José Deusimar Loiola Gonçalves
Técnico em Agropecuária- Ex- Funcionário Publico do Governo do Estado de nossa linda e extensa Bahia ; Graduado em Administração de Médias e Pequenas Empresas; Licenciado em Biologia; Pós Graduado Em Gestão Educação Ambiental, e Tecnólogo em Apicultura e Meliponicultura.
Zap: (75) 99998-0025 (Vivo) .
Blog: https://www. portaldenoticias.net/deusimar
Técnico em Agropecuária- Ex- Funcionário Publico do Governo do Estado de nossa linda e extensa Bahia ; Graduado em Administração de Médias e Pequenas Empresas; Licenciado em Biologia; Pós Graduado Em Gestão Educação Ambiental, e Tecnólogo em Apicultura e Meliponicultura.
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“A ÁRVORE SAGRADA DO SERTÃO”
Por José Gonçalves do Nascimento*
O umbuzeiro é um prodígio da caatinga. Com chuva ou com sol, sempre está ele a abraçar a todos quantos procuram sua sombra acolhedora. Nas horas pesadas de fadiga, é sob a copa frondosa de um umbuzeiro que o sertanejo busca refrigério. Pouso de retirantes no passado; pouso de vaqueiros no presente; aliado incondicional dos habitantes das caatingas. Teimoso como o mandacaru – outro milagre das áridas terras – o umbuzeiro não se curva diante de tempo ruim. Resiste a todas as intempéries. Nem a seca o atormenta. De suas veias jorra a água que abastece suas raízes. Raízes que são fonte de vida. Que nutrem. Que sustentam. E matam a sede nas quadras difíceis. É amigo dos homens e dos animais; é amigo da natureza toda; com ela convive e forma harmonia. Euclides da Cunha o chamou de “árvore sagrada do sertão”. Sagrada e abençoada. Sem ela o sertão seria feio. Desgracioso. Menos hospitaleiro. Seria solitário. Tedioso. Seu verde não seria tão verde. Suas tardes não seriam tão belas. Os passarinhos cantariam noutro lugar e o sol talvez fosse mais impiedoso. Mas lá está a árvore sagrada. Abençoada. Sempre a espera de mais um.
O umbuzeiro proporciona sabores. Seu fruto acridoce é apreciado por todos. Maduro ou de vez, ele é uma unanimidade. O tempo do umbu é uma festa. Sim, no sertão há o tempo do umbu; que é o tempo da trovoada; que é o tempo da fartura. É o tempo em que o precioso fruto bate à porta dos lares, alegrando o sertão inteiro. O umbu vence a rotina, move a vida, esquenta a economia. O tempo do umbu é o tempo da graça. Nada se compara ao tempo do umbu. Dele, do umbu, é feita a umbuzada, fina iguaria da culinária sertaneja. A mesma umbuzada que encantou von Martius e Euclides da Cunha, quando de passagem pelos sertões. Doce umbuzada das tardes quentes e fatigantes. Doce umbuzada, servida fria, friínha, em tigela de louça ou de barro. A umbuzada poderia ser a marca registrada do sertão, sem similar em nenhuma outra parte do mundo. Patenteada, poderia ser comercializada além fronteira, garantindo ótima lucratividade. A umbuzada, todavia, é mais do que um produto de comércio: é um símbolo. Símbolo do sertão e sua gente. E um símbolo nunca poderá ser objeto de comércio. Seu papel é unir, assim como a umbuzada.
O umbuzeiro, quase sempre, tem uma identidade, sendo tratado pelo nome. Tamanha sua familiaridade com o homem e com o mundo ao seu redor. É o Umbuzeiro do Muriçoca, o Umbuzeiro da Raposa, o Umbuzeiro do Neco. O nome vem relacionado a algum fato, alguma coisa que relembre aquela específica árvore. Um feito grandioso ou vulgar. O Umbuzeiro do Neco, por exemplo, fica pras bandas de onde eu vim e é o nome dado à árvore sob a qual o famoso Neco das Cacimbas travou luta com um touro brabo, depois de correr muitos quilômetros enrabado no bicho. Conheci nas proximidades da Lajinha o Umbuzeiro do Jagunço. Conta-se que dali, do meio das suas folhas, um fiel de Antônio Conselheiro mandou pro beleléu dezenas de milicos da expedição Moreira César. Umbuzeiro tem nome, tem identidade, tem história. Tem raízes profundas. Por isso é forte; forte como o sertanejo. Umbuzeiro, porém não tem idade. Sua idade é a idade do sertão. Seu tempo é o tempo do sertão. Ele dura enquanto dura o sertão. E terá sempre nome e história e raiz. Como os homens e as mulheres do sertão.
O umbuzeiro é lugar de ajuntamento, os mais diversos. Debaixo da sua ramagem se dança, se canta, se conta história. Até rezas e catecismos ali se fazem. Já vi umbuzeiro ser utilizado como sala de aula, os alunos dispostos em círculo e o mestre a locomover-se entre eles. Falta de espaços mais adequados ou não, o fato é que sempre haverá um velho umbuzeiro de braços abertos a espera do irmão. Afinal de contas, ele é sertanejo. O umbuzeiro é morada de cupido. É sob o frescor de sua copa que muitas vezes são dados os primeiros passos no arriscado caminho do amor. Muitos casamentos ali começam e ali terminam. Muitas histórias ali se forjam e ali se fundem (e até se confundem). Muitos sonhos ali sonhados viram realidade. Ou talvez não. O umbuzeiro é o palco da vida; um templo sagrado por onde desfilam experiências de toda espécie. Velho e bom umbuzeiro! Todo sertanejo tem um umbuzeiro no seu caminho. Mas umbuzeiro é pra isso mesmo. Melhor: é pra tudo isso. Afinal de contas, ele é um parceiro e tanto.
Sem ele, o umbuzeiro, o sertão talvez nem existisse; a caatinga seria muito triste e o homem, a criatura mais infeliz da terra.
Fonte:
José Goncalves do Nascimento