Olá leitores(as) amigos(as) de nosso blog!!
Antes de mais nada, gostaria de apresentar minhas justificativas porque nosso modesto blog ficou nesses últimos 05 dias com fome, sem nenhum tipo de artigo. No dia 21 deste mês em curso, aniversário do Coração Místico do Sertão Baiano, feriado municipal, este blogueiro de vocês foi curtir sua família em minha terra natal Uauá. No retorno acabei esquecendo meu not book , e só hoje que consegui receber de volta. Aproveito o ensejo desse intervalo de alimentação para compensar tod@s vocês com essa postagem abaixo do abalizado relatório do Comandante Zeliomar Almeida Volta, Secretário de Agricultura; Desenvolvimento Econômico; Recursos Hídricos e Meio Ambiente de Monte Santo, com qual tive a rara oportunidade de participar ativamente do mega seminário da EMBRAPA , Convivência Produtiva com a Seca. Mera coincidência, ou não, um dia após o seminário da EMBRAPA, nosso secretário participou de um outro seminário semelhante, a “ ÁGUA, Vetor de Desenvolvimento Sustentável”. Para quem recentemente abraçou a causa de secretário de agricultura, a participação ativa em dos seminários dessa grandeza, em uma unica semana,´foi uma oportunidade rara.
COLABORAÇÃO E COMPLEMENTOS DE:
José Deusimar Loiola Gonçalves-
Técnico em Agropecuária(Assistente Técnico de Desenvolvimento Rural-FLEM-BAHIATER-Governo do Estado); Graduado em Administração de Médias e Pequenas Empresas ; Licenciado em Biologia e Pós Graduado Em Gestão e Educação Ambiental(Apicultor e Meliponicultor).
Fones de contato: 75- 99998-0025( Vivo-Wast App); 75- 99131-0784(Tim).
CONVIVÊNCIA PRODUTIVA COM A SECA UMA NECESSIDADE IMEDIATA
O ciclo de escassez e irregularidade hídrica no semiárido brasileiro, em particular no bioma caatinga, tem afetado negativamente a qualidade de vida de seus habitantes, por séculos, sem que se encontre um modelo produtivo de convivência com a seca, fenômeno natural e imutável, apesar dos esforços de vários órgãos públicos, privados e do próprio produtor rural, fonte primeira do conhecimento produzido no empirismo impulsionado pela necessidade do cotidiano vivencial. Este é um tema recorrente, especialmente no presente momento em que somos castigados por uma das piores secas dos últimos cem anos. Este período de escassez hídrica teve início em 2011, agravando-se em 2012 e estendendo-se até 2017, com previsões pessimistas para o próximo ano de 2018, com poucas e irregulares chuvas para a região semiárida do Brasil. Esta situação já provoca a morte, por sede e fome, dos rebanhos bovinos, caprinos, ovinos e da própria fauna do semiárido, onde a caatinga ressecada morre também aos poucos e já não oferece condições de sobrevivência para as espécies animais navas, correndo o risco de, também, não rebrotarem algumas espécies vegetais mais frágeis. A situação é tão crítica que tem suscitado matérias jornalísticas, discussões acadêmicas e populares sobre o tema, a exemplo do jornal “O Correio da Bahia” e do Jornal da Manhã da Rede Globo, no dia 20/03/2017, evidenciando a situação de penúria do sertanejo e o desequilíbrio no aproveitamento da água existente, particularmente a do subsolo, por parte daqueles que realizam a sua exploração. O contexto crítico da situação, inclusive, já obrigou a Embasa a se mobilizar para conscientizar a população sobre a necessidade de racionalizar o uso da água, através da campanha “eueconomizoágua.com.br”, em claro e preocupante alerta para os grandes centros urbanos, inclusive a capital do Estado. Nos dias 14 e 15/03/2017, participei de um Seminário no Centro de Pesquisa da Embrapa Semiárido, no município de Petrolina-PE, com o tema “ Convivência produtiva com a seca “, quando nos apresentaram projetos de sucesso, de iniciava particular e individual de produtores rurais, que criaram suas próprias fórmulas de convivência com as adversidades da escassez de água, com geração de renda, capaz de possibilitar uma vivência no bioma caatinga, com dignidade e orgulho. Mais da metade dos expositores do evento era de técnicos e produtores do Estado da Bahia. Foram três projetos de produtores da Bahia e um da Paraíba, evidenciando o potencial de nosso Estado de gerar conhecimento, que pode ser socializado, ampliando as possibilidades de sucesso dos pequenos produtores rurais na geração de renda, melhorando suas condições de vida. O evento buscava responder ao desafio de como sobreviver nas condições de escassez hídrica. No dia 17/03/2017 participei ainda do Fórum Teodoro Sampaio, na Escola Politécnica da UFBA, em Salvador-Ba, com o tema “ ÁGUA, vetor de desenvolvimento sustentável”, onde, dentre os ilustres palestrantes o Sr. AMIR SHISHA, representante da autoridade da água de Israel nos brindou com a exposição de projetos de infraestruturas, gestão, uso e reuso da água em uma região semiárida e árida do planeta, de maneira racional. Das informações colhidas nesse período restou a conclusão de que a seca sempre existirá com seus ciclos de maior ou menor intensidade; que devemos aprender a entender as variações climáticas, suas consequências e criar métodos de adaptação e convivência com a seca; que o maior problema nesse contexto é de gestão, capaz de criar parâmetros que equilibrem a demanda e a oferta de água; que temos conhecimento, experiências de sucesso e técnicos capazes de agregar todo esse potencial dentro de Plano Estratégico de Gestão Municipal e formular um Plano Diretor da Pequena Propriedade Rural, onde possamos associar os eixos estruturantes da GESTÃO EFICIENTE DA ÁGUA, para uma boa PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA, com o MANEJO RACIONAL DA CAATINGA e USO DO SOLO, com ações de curto, médio e longo prazos. Em razão do cenário de escassez hídrica, com forte possibilidade de agravamento da situação, necessitamos com urgência despertar no maior número de segmentos sociais a preocupação com o tema, realizar discussões e reflexões que resultem em ações objetivas que possibilitem uma maior consciência popular sobre a finitude e importância da água ,sua captação, armazenamento, uso, e reuso, envolvendo todos na construção de um plano de gestão que possa equilibrar a demanda e oferta da água, consolidando uma cultura de convivência com a natureza e com todas as condições de rusticidade que ela possa apresentar. As soluções dos problemas sociais nunca são fáceis e exigem métodos variados, pesquisas acadêmicas, experimentos populares e, principalmente, muita persistência e paciência, É com essa certeza que conclamo os indivíduos, organismos públicos, privados e populares para unirmos forças na identificação plena de nossos problemas e construção de soluções adequadas para eles, objetivando sempre construir condições de vida digna para todos nós habitantes deste nosso semiárido caatingueiro. Zeliomar Almeida Volta, Secretário de Agricultura, Meio Ambiente e Recursos Hídricos, do município de Monte Santo – Ba, Território de Identidade do Sisal.
COLABORAÇÃO E COMPLEMENTOS DOS: