EDITORIAL ANO II NUMERO 70 – ALIANÇAS POLÍTICAS OU PARCEIROS NO CRIME?
As pessoas em geral, quando indignadas com o comportamento nem sempre muito ético dos políticos, têm o hábito de extravasar duras expressões para reprovar certas atitudes, dentre as quais se pode destacar como de uso mais habitual: “político não tem vergonha mesmo; ontem inimigos ferrenhos e hoje aliados”! Essa característica volúvel marcante na personalidade do político é um fato histórico comum a todos os níveis do jogo político, tanto no plano Federal, Estadual e, principalmente, no Municipal, onde verdadeiras castas tradicionais trazem no sangue profundas desavenças que não admitem qualquer proximidade. Os acordos são impensáveis até o interesse maior falar mais alto, como tem acontecido em diversos casos.
Mas, quantos episódios de grande impacto o leitor está agora recordando, em que os inimigos de ontem estão hoje aos abraços e afagos de toda espécie! Quantas coligações foram feitas, ainda que sepultando princípios e tradições familiares, mas o fator preponderante era a preservação do poder, que a tudo supera!
Como você, amigo leitor, também já me indignei muitas vezes ao testemunhar certas alianças, aparentemente improváveis e estúpidas, porque desprovidas de qualquer sintonia ideológica. Em todas elas, contudo, é possível vislumbrar que no final do túnel sempre se acenderá uma tênue luz sinalizadora de que mais vale um bom acordo na mão, do que o poder político voando! Diante dessa verdade construída com engenhosidade pelos laboratórios das coligações partidárias, impossível não recordar que por trás de tudo isso pode estar um ensinamento deixado pelo grande e saudoso Deputado Federal Ulisses Guimarães, in memoriam, ao extrair do fundo da sua habilidosa e criativa capacidade política essa frase que explica todo esse enfoque: “em política, nunca devemos estar tão distantes que não possa se aproximar, nem tão próximo que não possa se afastar”. Assim, fica implícito que uma prudente equidistância é sempre recomendável! Ou seja, é como dizer: em política tudo é possível! E está provado que sim.
Diante de pensamento tão profundo, superar os obstáculos ideológicos ou mesmo romper as amarras históricas dos laços de família em prol do entendimento político pelo poder, passa o entendimento de que até não parece algo tão grave e indigno. Muito pior é estar diante de outra frase diametralmente oposta pejorativa e vergonhosa, que igualmente hoje faz parte predominante do espírito revoltado de toda a população: “só tem político ladrão; não escapa um”! Se é verdade ou não, não sou eu quem vai medir ou aferir o grau de confiança em tais afirmações.
Esse outro lado negativo da moeda é fartamente enriquecido pelos fatos do dia a dia, onde chega a ser massacrante a incidência de novos nomes que passam a integrar a grande massa de políticos denunciados, investigados ou presos, deixando espaço ao povo apenas para questionar: “qual será a próxima bola da vez”? E eles são tão hábeis e inovadores nas práticas delituosas, que a PROPINA vira EMPRÉSTIMO ou MESADA, o ACUSADO vira VÍTIMA e o JUIZ vira CULPADO…!
Muito se comenta que somente através da educação, investindo muito mais tanto na construção de escolas como na qualificação dos profissionais do ensino, é que o país alcançará sucesso na redução da criminalidade, conceito que considero verdadeiro. O que entristece, porém, é ver que, inversamente, tem sido anunciado novos projetos de investimento na construção de mais penitenciárias, não para prender aqueles que praticam crimes por se acharem à margem da sociedade, sem trabalho ou estudo, mas, sim, para acolher os muitos criminosos chamados de “colarinho branco”, políticos e empresários, e governantes, na sua grande maioria com formação de nível superior e até doutorados no crime contra o Estado brasileiro!
Essa é uma incontestável e dura realidade, que apenas reforça a lembrança ao cidadão/eleitor de que outubro de 2018 está chegando e é preciso distinguir no conselho de Ulisses Guimarães o que é ALIANÇA POLÍTICA verdadeira ou uma UNIÃO PARA O CRIME ou PELO CRIME!
Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – Aposentado do Banco do Brasil – Salvador-BA.
Contribuição do:Blog do Florisvaldo – Informação Com Imparcialidade – 22/04//2018
COLABORAÇÃO DE :
José Deusimar Loiola Gonçalves-
Técnico em Agropecuária(Assistente Técnico de Desenvolvimento Rural-FLEM-BAHIATER-Governo do Estado); Graduado em Administração de Médias e Pequenas Empresas ; Licenciado em Biologia ; Pós Graduado Em Gestão Educação Ambiental e Acadêmico da UNITAU-EAD- Polo de Tucano – Curso Superior de Tecnologia em Apicultura e Melipoinicultura.
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