COLUNA DO AGENOR- Artigo – VÁ ATRÁS DESSE TRIO: “EDUCAÇÃO, SAÚDE E SEGURANÇA”.

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Agenor Santos

Artigo – VÁ ATRÁS DESSE TRIO: “EDUCAÇÃO, SAÚDE E SEGURANÇA”

Atualmente, em qualquer roda de conversa em que as pessoas façam reflexões, ou lamentações, sobre os acontecimentos do dia a dia, seja em nível nacional, estadual ou municipal, invariavelmente estará presente no contexto das conversas a humilhante onda de violência que atinge a vida de todas as pessoas, de forma direta ou indireta. Envergonha a todos nós a estatística de que o Brasil registra número já superior a 50.000 mortes por ano, por homicídio, somente comparado à soma de toda a AMÉRICA DO NORTE + EUROPA + JAPÃO + OCEANIA, enquanto na guerra do Vietnã esse volume de mortes foi alcançado depois de sete anos de batalha. Como segundo tema das conversas, certamente, os problemas da saúde estarão em foco, com ênfase na insuficiência de leitos para atendimento da grande demanda de enfermos, doentes espalhados em macas pelos corredores, choro e desespero de mães com filhos nos braços, falta de equipamentos hospitalares ou a existência de alguns adquiridos e estocados, aguardando a sua instalação por dois ou três anos, numa absoluta irresponsabilidade e má gestão dos recursos públicos. Assim, no andamento desse papo informal ganharam evidencia dois temas de fundamental gravidade no rol dos maiores problemas nacionais: SAÚDE e SEGURANÇA.

A esta altura, o leitor atento estará me questionando, de forma enfática, sobre o fato de ter omitido a EDUCAÇÃO desse trio das questões ou problemas mais graves da nação, no que estaria o autor evidenciando um profundo alheamento da nossa realidade. Afirmo que o fiz de propósito porque entendo que A EDUCAÇÃO NÃO SE CONSTITUI NUM PROBLEMA, MAS, SIM, NA GRANDE SOLUÇÃO NACIONAL! Se os grandes investimentos dos recursos públicos fossem administrados com mais responsabilidade, fechando-se as torneiras da corrupção desenfreada e dentro de um planejamento consciente, sério e honesto para atingir os objetivos voltados para uma radical transformação das atitudes, dos costumes, da cultura e das práticas mais elementares que se espera do comportamento humano, não teríamos um tão vergonhoso índice de criminalidade e a melhor qualidade de vida asseguraria um nível de saúde adequado à nossa população. Não é possível que, com a abundância de recursos de tantos programas nacionais, ainda se encontrem escolas e prédios sem as condições mínimas de funcionamento, os nossos professores não tenham a remuneração digna e sejam tratados não pela competência e a qualidade do seu desempenho em classe, mas pelas posições políticas de alinhamento com cada novo prefeito municipal. Segundo pesquisa, “menos de 1% das escolas no país possui a infraestrutura próxima da ideal para o ensino”! Uma tristeza!

Sabendo-se que no Brasil se gasta com um preso/ano três vezes mais do que o gasto com um aluno, e que os Estados gastam nove vezes mais com um preso/ano do que com um aluno do ensino médio, conclui-se que há uma total inversão de valores e uma absoluta falta de compromisso com os princípios que devem inspirar as mudanças na formação de nossa gente.

Como, porém, nem tudo está perdido nesse universo de acertos e desacertos na área da educação, eis que surge um valioso e extraordinário exemplo de participação comunitária no município de Morro do Chapéu, na Chapada Diamantina, que deve ser comentado e divulgado para que efeitos positivos semelhantes se multipliquem. Reproduzo aqui, com a devida permissão do Educador, Escritor e Poeta Jorge Portugal, a sua narração sobre o fato acontecido: “Um empresário da cidade, Luciano da Casa do Pão, resolveu dar uma pequena mostra de solidariedade para ajudar estudantes da rede pública no seu desempenho escolar. Começou doando um computador para o aluno que tivesse o melhor aproveitamento ao longo do ano. Isso já deixou a comunidade estudantil atenta e empenhada em ganhar o cobiçado prêmio. No ano seguinte, outros empresários e profissionais liberais juntaram-se a Luciano e ampliaram o leque das premiações: notebooks, motos, uma agência bancária local ofereceu uma poupança de R$ 2.000,00 (dois mil reais), a dentista do lugar entrou com tratamento ortodentário por um ano. Além disso, aos melhores das séries finais do fundamental e médio, garantiram cestas básicas por um ano. Primeiro resultado: existem alunos, há dois anos, sem uma falta sequer e as “supermédias” chegam a atingir a nota 9,75, levando em conta todas as matérias. Segundo resultado: a elevação da média do IDEB dos alunos do município”.

O grande exemplo citado nos mostra a fantástica lição de que não se deve esperar somente pelo poder público, mas que o estímulo da premiação emanado de classes e membros da sociedade pode produzir resultados e transformações de grande impacto, com efeitos até mesmo no IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) do município. Parabéns à sociedade de Morro do Chapéu por essa feliz inspiração.

A propósito do momento de euforia e festa carnavalesca, convido os leitores para uma reflexão ao longo de todo o ano sobre o papel de cidadania que devemos desempenhar para melhorar a nossa sociedade, mesmo que se tenha de fazer uma caminhada atrás do TRIO DA EDUCAÇÃO, SAÚDE E SEGURANÇA!

Autor: Adm. Agenor Santos, Pós-Graduação Lato Sensu em Controle, Monitoramento e Avaliação no Setor Público – Salvador-BA

COLABORAÇÃO E COMPLEMENTOS DE:

José Deusimar Loiola Gonçalves-
Técnico em Agropecuária(Assistente Técnico de Desenvolvimento Rural-FLEM-BAHIATER-Governo do Estado); Graduado em Administração de Médias e Pequenas Empresas ; Licenciado em Biologia e Pós Graduado Em Gestão e Educação Ambiental(Apicultor e Meliponicultor).
Fones de contato: 75- 99998-0025( Vivo-Wast App); 75- 99131-0784(Tim).